14. Enfim, juntos

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A BASE DE UM BOM RELACIONAMENTO É A CONFIANÇA

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A BASE DE UM BOM RELACIONAMENTO É A CONFIANÇA. O problema é que confiar em um demônio é difícil, requer paciência e determinação para que tudo não vá por água abaixo e um arraste o outro para o inferno (literalmente, no meu caso).

Mesmo assim, Ramon parecia se importar de verdade comigo. Ele se preocupava em tentar me agradar, mesmo deixando claro que não estava entre os seus planos ultrapassar os portões para o paraíso, e todos os dias me visita no nosso local de encontro.

Tentamos manter nosso namoro às escondidas, mas não demorou para que logo circulasse a notícia sobre uma alma do céu de papo com um demônio da pior espécie.

Não havia um dia sequer em que não me interrogavam. A maioria no paraíso queria acreditar que eu estava fazendo aquilo só para salvar a alma do Ramon, mas alguns pareciam desconfiados de mim. Talvez tivessem medo dele me corromper... 

— Não vou mentir, cada fibra do meu corpo parece que fica animada com a ideia de te arrastar pra baixo comigo. – Ele revelou, passando a língua pelas longas presas enquanto refletia sobre a ideia. – Mas daí provavelmente você me odiaria e teríamos que terminar o namoro, o que não é bem o meu objetivo aqui.

— E qual é o seu objetivo? – perguntei, parando de andar e olhando nos olhos dele. – Você não faz o tipo romântico.

— Você também não, mas ainda assim vem aqui me ver todos os dias.

— Sou uma alma pura, me preocupo com as pessoas.

Ele soltou uma risada que chamou a atenção de algumas outras almas próximas. Antes nos encontrávamos sozinhos, mas desde que todos souberam sobre a nossa relação, tanto os seres do paraíso quanto os do inferno nos observavam nas caminhadas que fazíamos juntos entre os portões.

— É mais do que isso, anjinho. – Ele se aproximou das barras. Queria poder segurar as suas mãos pelo menos, mas não era assim que as coisas funcionavam por ali. Assim que me aproximasse dele, seríamos afastados. – Só eu posso te perturbar por aqui. Sabe que te amo, né?

Fiquei estático, um pouco desconcertado por ouvir aquelas palavras, mas o olhar dele não desviou dos meus.

— Talvez também te ame... – falei, com um sorriso singelo. – Isso se o que você estiver me falando for mesmo verdade e não um papo de demônio.

— Você costumava gostar desse meu "papo de demônio". Ou se esqueceu como se apaixonou fácinho por mim?

— Demônios são tão convencidos... – revirei os olhos. – Mas chega de me passar essas cantadas baratas. Conte: como estão as coisas do seu lado?

Ele suspirou, afastou o olhar e buscou as palavras certas — talvez porque soubesse que todos os seus passos estavam sendo vigiados.

— É complicado. Para alguns sou como um herói, corrompendo um pobre anjinho indefeso, mas outros acham que é você quem pode me influenciar. Não tenho muitos fãs por aqui, afinal de contas.

— Também não são fãs de você deste lado. Acham que posso te convencer a deixar o inferno, mas, ao mesmo tempo, algumas pessoas não acham nada ortodoxo o que estamos fazendo. Principalmente nossas aventuras na Terra...

— Um dia inteiro de sexo e curtição não é tão divino assim? Quem diria...

Ficamos em silêncio por alguns minutos, mas nada que fosse desconfortável. Pensávamos, os dois, no tempo que faltava para podermos descer novamente para o Halloween. 

Estava ansioso para sentir seu toque novamente, o beijo ardente dele e principalmente o sexo... Em breve teríamos novos corpos e não via a hora de poder unir nossa alma mais uma vez.

Mesmo que fosse por um único dia.

As travessuras de Vinícius (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora