DISPONÍVEIS APENAS 6 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.------------------------------------
— Parece que vai chover — Larissa comenta ajeitando os fios que insistem em se rebelar ao vento.
Não parece que vai chover, mas ela quer que eu suba de novo o teto do carro para não bagunçar seu cabelo, então o faço, afinal de contas, não ganhei minha fama de cavalheiro por nada. Estar com esta mulher no meu carro é uma honra, não conheço um único homem do nosso círculo social que já tenha saído com ela. Larissa Crepaldi é uma herdeira bastante conhecida, engajada em muitas causas sociais e conhecida como santinha. O apelido não veio apenas pelas instituições que ajuda e os eventos beneficentes que organiza, mas também porque tem um lema de vida bastante retrógrado quando se tu trata de sexo. Ela acha que uma mulher não deve ter experiências sexuais com muitos homens. Na verdade, ela defende isso veementemente. Me é confuso porque uma mulher poderosa e tão bem informada tenha tamanho machismo impregnado em sua cabeça, para defender que mulheres não podem viver o prazer e fazer o que quiserem com seus próprios corpos porque seria errado. No meu lema de vida, errado seria uma mulher se privar do que deseja por medo de errar. E até acho uma pena que uma mulher tão influente como ela não seja um exemplo para outras de que elas precisam ser livres. Mas é a opinião dela e só me resta respeitá-la.
O que quer dizer que, se ela está indo para a cama comigo esta noite, espera que tenhamos um relacionamento sério que acabe em casamento. Quase rio ao seu lado ao constatar isso. O que não faço por uma mulher bonita.
Meus vizinhos estão dando uma festa de novo. Há jovens bêbados espalhados por toda rua, é a terceira na última semana, desde que seus pais viajaram para a Grécia, seguindo um conselho meu.
— Uh! Seus vizinhos são animados! — ela comenta quando paro o carro na rua, já que a entrada da minha garagem está impedida e descemos.
— São uns idiotas. — Estendo a mão ajudando-a a sair do carro e seu sorriso é a garantia que a noite vai ser do jeito que eu planejei. — Posso te garantir que nossa festa particular vai ser muito mais animada esta noite, senhorita.
Seu sorriso agora é carregado de malícia. A guio até a entrada da minha casa, e então direto até a cozinha, em busca do Malbec para começarmos do jeito certo. Abro a garrafa e enquanto sirvo duas taças, escuto uma risada alta demais vinda de não tão longe, é aí que a vejo. Preciso esfregar os olhos para ter certeza que não é uma alucinação, mas não é. A maluca que invadiu minha casa está na festa dos vizinhos. Ela tem o resto de alguma bebida na mão, cambaleando perto demais da piscina, enquanto o caçula dos meus vizinhos tem suas mãos na cintura dela, impedindo que caia. Ao lado dele, um amigo qualquer a olha da mesma maneira como estive olhando a mulher em minha cozinha a noite toda.
— Merda!
Abro a porta de acesso a área externa e me aproximo o bastante para que ela me ouça.
— Anna! O que você está fazendo aí? Está tudo bem?
Ela demora um pouco a me encontrar, quando o faz, ri alto e engasga com a bebida. Dá de ombros e tenta andar em minha direção, mas está tonta demais.
— Psiu! Cale a boca, pervertido babaca! Eu tenho onde passar a noite agora, você vê? Nem todo homem rico é um babaca como você!
Não dá para ter uma conversa com ela, definitivamente.
— Diego — chamo o caçula igualmente bêbado — o que ela está fazendo aí?
— O que você acha? — responde fazendo um gesto ridículo com o quadril do que pretende fazer com ela, ganhando como apoio o riso e palmas do amigo.
Encaro Anna esperando que ela tenha visto as pretensões de seu anfitrião, mas ela está olhando para o céu e rindo. Não parece capaz de entender o que vai acontecer.
— Querido — a voz delicada de Larissa soa atrás de mim. — O que está havendo? Vamos entrar?
O que acontece com essa maluca não é problema meu. Então me viro para a mulher diante de mim e ela me beija, guiando-me de volta à cozinha. Mas escuto a risada da maluca, pedindo alto demais que alguém não toque a perna dela, levando aquilo na brincadeira em seu estado alto. E merda, por algum motivo sinto que a culpa é minha.
— Por que não chamei a polícia? — pergunto a mim mesmo e vejo o olhar confuso de Larissa. — Sinto muito, gata. Acho que você não vai gostar disso — advirto afastando-me dela e pulando a cerca até o quintal dos vizinhos. — A festa acabou para você, Anna, você vem comigo — ordeno pegando-a pelo braço, mas Diego a segura pelo outro.
— Ela é minha convidada, você não vai levá-la daqui.
Encaro o garoto franzino que se acha um homem, ele tem marcas no abdome provenientes de alguma bomba e acha mesmo que pode me enfrentar. Sorrio para ele, já impaciente.
— Solte a minha amiga e me deixe sair logo daqui, Diego, vai ser melhor para você.
— Ela é minha esta noite, você não vai entrar aqui e tomar minha mulher assim.
Seus amiguinhos gritam o apoiando e se aglomeram à nossa volta. Encaro Anna quase desistindo e deixando-a aqui com eles, mas ela está olhando o liquido vermelho em seu copo e rindo como se tivesse encontrado um tesouro.
— Solte-a, Diego, último aviso.
— Ou o quê?
Encaro os amiguinhos nos cercando, gritando repetidamente briga como um bando de adolescentes chapados. E então essa maluca com seus cabelos marrons rindo para o nada e me irrito.
— Vou brigar mais uma vez por sua causa! Satisfeita?
Ela franze o cenho confusa e a solto. Diego tem o maior sorriso no rosto achando que me venceu.
— Um — começo a contar e seu sorriso some, a irritação tomando suas feições. — Dois. Ainda não está com medo, bebezinho? Não é assim que sua mãe faz? — Ele dá um passo em minha direção, tentando me acertar, mas ainda segura Anna pelos braços. — Três.
Encerro a contagem e o acerto com um soco no nariz. Um soco rápido e forte o bastante para desequilibrá-lo. Ele solta Anna e cai para trás. Sua horda de seguidores se aglomerando em volta dele enquanto jogo a maluca nos ombros e a tiro daqui.
Encontro Larissa na cozinha, sua taça já vazia e sua expressão ao ver Anna não é das melhores.
— Você está brincando comigo? — pergunta irritada.
— Sinto muito, eu avisei que você não ia gostar.
— Você é inacreditável, Baltazi! — reclama jogando a taça com força desnecessária sobre a bancada e saindo da cozinha.
A sigo em silêncio com Anna nos ombros e nem tento impedir quando ela pega a bolsa, o casaco e bate a porta ao sair.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Acaso ou destino - DEGUSTAÇÃO
RomanceAPENAS ALGUNS CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO. PROIBIDO ADAPTAÇÕES. Anna Maria nunca havia tido uma vida tão perfeitamente alinhada e planejada até este momento. Criada em um orfanato, sonha em finalmente ter uma família ao se casar com o noivo, o chef Ig...