Capítulo 3

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 Esse capítulo está meio fraquinho. É mais uma preparação de terreno para o próximo, prometo que o 4 está beeem melhor.

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  Mais tarde, Bandit mostrou ao pai a música da Avril Lavigne que havia aprendido em sua antiga Stratocaster verde há algumas semanas atrás. Aquele nome lhe fazia voltar para a época em que era jovem e sua única preocupação era entregar os storyboards em dia; não que fosse ruim, na verdade achava muito bom relembrar dessa época, se não fosse pelo fator Iero.

  Fator Iero, era assim que Mikey e Bert costumavam chamar o problema que Frank havia causado em sua vida. Fator Iero isso, fator Iero aquilo, e eles só deixaram de citar o temido fator Iero, quando superou —Ou achou ter superado — a bagunça que ele havia feito. Às vezes se perguntava como um homem tão pequeno havia sido capaz de causar uma dor tão grande em seu peito.

  Naquela noite, sonhou com o ex. Não era uma memória do passado, aquilo foi pior, bem pior. O sonho, ou melhor, pesadelo consistia nos dois presos numa sala branca sem portas e nem janelas, um horror para qualquer claustrofóbico. Gerard perguntava para Frank porquê ele havia o deixado, gritando e chorando em desespero. Mas Iero apenas ria de sua cara como se fosse uma droga de um palhaço de circo, e isso lhe deixou extremamente perturbado. Tanto que não conseguiu dormir de novo após acordar às três da manhã gritando, suado e com lágrimas nos olhos.

  Aquela sexta feira foi um verdadeiro inferno na terra. Se sentia totalmente exausto, mas mesmo assim conseguiu cumprir com todas as suas tarefas e aulas. E o fato de que teria que lecionar apenas uma aula no período da tarde, o fez sentir-se abençoado. Amava seu trabalho, mas aquele dia estava sendo uma tremenda desgraça. Se visse mais uma maldita tabela de Excel na sua frente, com certeza entraria em colapso.

  Mas de qualquer maneira, Gerard iria sair mais cedo para comparecer ao consultório de seu psiquiatra em Nova Iorque, então, assim que o horário da consulta se aproximou, sentiu-se mais relaxado. Precisava daquilo, precisava de uma luz no fim do túnel escuro que sua mente havia se tornado.

  Gerard apertou o botão do elevador, que por sorte, estava quase vazio, com exceção de uma mulher loira de mãos dadas com uma criança no outro canto daquela caixa metálica. No geral, preferia subir escadas, elevadores lhe causava um pouco de medo. Mas naquele caso em específico, se sentia levemente aterrorizado, o prédio na quinta avenida era extremamente alto e se algo acontecesse estaria completamente ferrado. Droga, tinha uma filha para criar e a mãe louca dela a solta por aí. Com toda certeza aquele não era o momento mais apropriado para morrer, ainda mais em um maldito elevador.

  Cerrou os dentes, e sentiu aquela coisa parar. As portas se abriram e a mulher saiu com a criança. Um homem engravatado de meia idade segurando uma maleta entrou, não pôde deixar de notar na gravata listrada ridícula que aquele possível... hum, talvez executivo? Estava usando. Por um instante se sentiu menos idiota por usar a mesma jaqueta verde musgo todos os dias. Tecnicamente não era a mesma, possuía diversos modelos de uma mesma peça que pegou emprestado de Frank anos atrás.

  Finalmente o elevador parou no andar onde o consultório do Dr. Stump ficava. Ele suspirou de alívio quando as portas se abriram com toda a sua graça, bem, não havia nada de gracioso naquilo mas na cabeça amedrontada de Gerard, sim.

  Assim que saiu do elevador, deu de cara com uma recepção com dezenas de pinturas floridas nas paredes. Uma mesa de centro branca cheia de revistas sob um tapete felpudo vermelho em volta de dois grandes sofás brancos. Realmente achava aquele ambiente extremamente interessante, não sabia descrever... Era só... Bem legal? Original? Charmoso? Bem, não fazia diferença alguma.

Time Flies [Frerard]Onde histórias criam vida. Descubra agora