Capítulo 16

292 29 146
                                    

Oi gente! Tudo bem com vocês? Só passei aqui para avisar que esse capítulo tem um TW por conta de espaços pequenos, sangue e morte.

Enfim, tenho uma pergunta para vocês. Vocês tem algum interesse de um capítulo extra explicando cada sonho do Gerard? Essa ideia me passou pela cabeça, mas preciso saber se vocês gostariam antes. Boa leitura!

"Ei Gee", Frank chamou com extrema preocupação. Gerard o encarou nos olhos, com uma expressão de choque crescente no rosto. Mas o choque em si não era a única coisa presente ali, conseguia ver além dos olhos verdes, que mudavam de cor constantemente contra a luz de um poste a alguns metros de onde estavam. Havia dor, um bocado de dor escorrendo para fora daquelas orbes profundas, junto do mais puro estado de medo que já havia visto em Gerard Way. Não tinha mais um dos braços em volta da cintura dele, e também não sentia Gerard apertando levemente sua lateral contra os dedos. No meio do caminho até o estacionamento, agora quase vazio, com o total de um carro além do Volvo de Gerard, eles passaram a andar um pouco mais separados, apenas roçando as costas das mãos umas nas outras de maneira leve, quase inexistente. Os risos pararam subitamente, e Gerard tornou-se quieto e aéreo. Pelo o que observou, conseguia saber muito bem que algo estava errado, e iria descobrir o que era. Sentia uma enorme preocupação correr por suas veias, Gerard era uma das pessoas que mais importavam para Frank, e ele não estava disposto a vê-lo dessa maneira e não fazer nada, ficar de braços cruzados perante uma situação assim seria um ato extremamente covarde. "O que há de errado?", Perguntou. Gerard soltou um longo suspiro e fechou os olhos, como se estivesse organizando todos os pensamentos em sua cabeça antes de começar a falar. Ele os abriu. Apoiou as costas na lateral do carro e cruzou os braços de maneira que abraçasse a si mesmo, parecia tão indefeso dessa maneira. Frank o acompanhou, ficou ao seu lado, sem tirar os olhos preocupados dele nem por um instante. "Eu...", Começou a falar, levou uma das mãos até a barba por fazer e esfregou os dedos ali. "Eu acho que estou ficando louco, Frank". Frank franziu o cenho, não conseguia entender o que ele queria dizer com 'estar ficando louco'. Gerard parecia normal há instantes atrás, enquanto jantavam no restaurante, rindo, bebendo e conversando sobre coisas bobas. "O que você quer dizer com isso?", Questionou. O ar de preocupação não saia de sua voz nem por um instante, não conseguia sequer disfarçar como se sentia.

Gerard repartiu os lábios para começar a falar, porém, as palavras não saíam. Ele simplesmente estava preso num estado de estresse e medo profundo demais. Apertou os braços mais fortes em torno do próprio corpo. Tremia, mas não de frio, tremia de nervosismo, daquele forte sentimento de medo que tomou conta de si. Sentia tudo voltar novamente a sua cabeça, as brigas, os abusos psicológicos, a raiva e o desprezo que ela parecia nutrir, mascarada por uma camada pesada de cinismo e falsidade, mas que de qualquer maneira, conseguia reconhecer. "Gee?", Seu nome foi chamado pela segunda vez, não houve resposta alguma. Gerard continuava encarando um ponto vazio no nada. Frank girou o corpo até ficar de frente para ele, de modo que Gerard não conseguiria deixar de prestar atenção naqueles questionamentos quase que desesperados. "Gerard, o que você tem?", Questionou mais uma vez, o tom de voz um pouco mais autoritário do que costumava usar. Gerard o encarou nos olhos, com aquele mesmo olhar hesitante e amedrontado. "Lindsey. Eu a vi, Frank. Na outra calçada da rua do restaurante", Ele disse baixo, a voz falhando em algumas palavras. Sentiu uma pontada atingir bem no fundo de sua alma quando disse aquela frase, e desejou não ser real, queria que fosse algo de sua cabeça, queria estar ficando louco. Ver a ex mulher depois de tanto tempo provocou um misto de sensações desagradáveis dentro de si. O gatilho havia sido pressionado pelos dedos dela, e não havia como voltar atrás daquela visão. Talvez estivesse sendo demasiadamente dramático, mas era o que sentia. Não passava de uma pilha de cacos quebrados e pisoteados, uma total bagunça patética aos seus próprios olhos cansados.

Time Flies [Frerard]Onde histórias criam vida. Descubra agora