Time Flies [Frerard]

Capítulo 18

Oi! Como vocês estão? Espero que estejam bem! Mais um capítulo fresquinho para vocês. Espero que gostem!

Ps: Obrigada pelo apoio que vocês vem dando para a fic! <3

Ele acordou pouco tempo depois daquele cochilo vazio. Quase tropeçou no gato, ao levantar da cama, e rumou em direção ao banheiro. Não encarou o próprio reflexo, não tinha coragem de ver a própria imagem desgastada, um reflexo da realidade. Às vezes odiava espelhos, assim como odiava certas palavras, gestos e pequenas ações insignificantes. Lavou o rosto com água gelada, sentiu as gotículas se espalhando pela pele e a enxugou com a toalha branca pendurada ao seu lado. Algumas vezes como esta, encarava objetos inanimados, e desejava ser tão desprovido de consciência como eles. Seria mais calmo dessa maneira, afinal, algo que não possui vida, não existe. Ele estreitou os olhos e balançou a cabeça em negação, como se estivesse expulsando aquelas idéias absurdas de sua mente.

Ainda era dia. Os poucos raios solares atravessavam os vãos por entre as nuvens, em direção ao solo. Alguns passarinhos cantavam, inundando seus ouvidos com a melodia orgânica, que produziam todos os dias. Sabia porque a porta de correr da varanda estava aberta, apenas um pequeno vão, mas o suficiente para estar a par da vida silvestre do jardim da frente. Desviou a atenção da vista da fachada da casa por trás do vidro, quando o celular começou a vibrar dentro do bolso da calça.

O coração acelerou no instante em que seus olhos esverdeados se depararam com o nome de Frank na tela, em letras grandes e brancas. "Gee? Eu tenho uma coisa pra te falar! Quer dizer... mostrar! Na verdade, falar também", Frank parecia eufórico do outro lado da linha. Gerard franziu as sobrancelhas e um sorriso confuso apareceu em seus lábios. "O que? Você está bem?". Uma risada saiu do telefone, seguido pela voz dele. "Melhor impossível!", Respondeu com convicção. Eles passaram um bom tempo conversando. Frank disse que não poderia mostrar e falar as coisas que queria por uma vídeo chamada, e também revelou que tinha algo para dar de presente para Gerard.

Sua cabeça martelava em curiosidade. Sentou-se no colchão da cama com os pés para fora. O gato começou a se esfregar nas pernas cobertas pela calça de moletom, deixando alguns pelos brancos presos ao tecido escuro. "Você pode passar a noite aqui", Deixou escapar as palavras por entre os lábios, mas não se arrependeu nem um pouco, era o que queria que acontecesse, afinal. "Sério?", Frank o questionou em um tom surpreso. Os dois dividiram a mesma cama a pouquíssimo tempo atrás, Frank não deveria estar surpreso com o convite, mas está. Foi inesperado receber uma oferta dessas num dia de trabalho. "Sim, você pode ir daqui direto para o trabalho, e as meninas para a escola. Claro, se não ficar muito corrido para vocês".

"Não!", Ele se apressou em responder com uma rapidez quase que desesperada, porém era claro que usou aquele tom em animação. "Não vai ficar corrido. Eu adoraria". Gerard abriu um sorriso largo, que foi se dissipando aos poucos assim que lembrou do clima ruim que rondava os arredores da casa. Da briga mais cedo. "Ei, eu não queria cortar o clima bom da conversa, mas... mas... vai ser bom ter as meninas aqui, e claro, você também", Ele deixou um suspiro escapar, "Senti sua falta", Simplesmente falou. E não se referia inteiramente as poucas vinte e quatro horas que passou longe de Frank, dos toques dele, do calor, dos beijos que faziam suas pernas falharem, das palavras doces sendo proferidas pela voz calma dele, de tão perto e do corpo menor contra o seu; Mas também dos anos que passou longe de Frank, a saudade antes encoberta por uma grossa camada de ódio e desentendimentos.

"Enfim, eu acabei discutindo com a Bandit sobre algo que aconteceu mais cedo". Gerard debruçou as costas sob a cama, afundou a cabeça no colchão, e acabou por contar tudo o que aconteceu naquele dia caótico, com todos os detalhes possíveis. Frank escutou atentamente como o bom ouvinte que era em situação delicadas desse tipo, e depois confortou Gerard com algumas palavras doces de encorajamento. Teve vontade de xingar Lindsey durante a ligação, mas a reprimiu. Não era a hora de fazer uma cena. Se sentia completamente estagnado, apesar de tudo. Não queria acreditar naquelas palavras, mas essa não seria a melhor escolha de todas, na verdade, não passaria nem perto. Ignorar seria ainda pior.