Capítulo 14

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Oi gente, tudo bem? Espero que sim! Hoje o capítulo atrasou um pouquinho, foi mal. Mas enfim, eu queria agradecer pelo 1K de leituras, isso me deixa muito muito feliz! obrigada a todos que estão acompanhando essa fanfic. Significa muito para mim. <3 Boa leitura!

Ele chegou em casa junto de Bandit. Não trocou uma palavra sequer com a menina desde a manhã. O trajeto teria sido totalmente silencioso se não fosse pela voz do locutor de rádio anunciando o clima para a semana com a voz grossa e baixa por conta do volume em que o aparelho estava. Frio, ventos, muito frio e mais ventos de outono. Isso não impressionou Gerard de maneira alguma, era o clima normal para essa época do ano e já estava acostumado com isso há tempos. Mas fora isso, não houve um resquício sequer de som dentro do carro. Isso o incomodou, mas não queria forçar a barra com Bandit, pelo menos por enquanto.

No encontro que teve com os amigos, ouviu os conselhos que foram dados por eles. Mikey disse que fez certo em respeitar o espaço da Bandit por algum período de tempo, e Bert concluiu dizendo que deveria conversar com ela, mesmo que ela se recusasse. Ser pai significa ser um pouco chato às vezes. Temos que garantir que a saúde mental dos nossos filhos anda bem, e nunca se sabe o que se passa pela cabeça dessa criançada de hoje em dia, ainda mais alguém como Bandit, que passou por tantos momentos ruins nos últimos tempos. Ele quase conseguia ouvir a voz do amigo em sua cabeça, recitando aquelas palavras de maneira convencida com um toque de precisão, parecia mesmo saber do que estava falando.

Chegaram ao hall de entrada, Bandit caminhando a metros de si. Não queria sequer ter o pai dentro do campo de visão, para tornar mais fácil a tarefa de ignorar-lo. Gerard viu a menina começar a subir as escadas num ritmo rápido e desesperado com a mochila nas costas. "Bandit!", Ele a chamou. A menina parou, o barulho dos pés contra o piso de madeira pararam. Ela não respondeu, continuou ali parada. Tinha escutado com toda certeza, porém, não estava com vontade de sequer olhar para a cara do próprio pai, quanto mais responder alguma coisa. "Bandit, por favor, desça aqui. Precisamos conversar", Pediu num tom calmo, diferente da maneira que havia gritado o nome dela na noite anterior nessas mesmas escadas. Ela suspirou, um suspiro alto e irritadiço. "Não", disse antes de terminar de subir as escadas. Gerard não conseguiu fazer nada para parar a filha de sumir de sua vista correndo em direção ao andar de cima.

Ele se pôs a subir as escadas, na mesma velocidade que ela fez há alguns instantes. Não iria desistir, não podia. Ouviu o som da porta sendo batida com força, tinha certeza que veio do quarto dela. Caminhou em passos rápidos até a porta branca fechada. Não estava com raiva. Só sentia uma imensa tristeza por ter magoado a filha desse jeito. Só queria tentar resolver as coisas e garantir que ela estivesse bem, só estava tentando cumprir seu papel como pai. "Bandit?", Ele chamou antes de bater na porta três vezes seguidas, de maneira leve. "Ei, eu sei que você está aí. Eu só quero conversar, filha. Por favor fala comigo". E bateu de novo, uma vez, duas, três, quatro, na quinta vez a esperança desapareceu de seu corpo como se nunca tivesse existido dentro dele. Deu costas para a porta, se apoiou ali e sentiu seu corpo deslizar contra a madeira até o piso do chão. Estava sentado ali, na porta do quarto da filha, porque ela se recusava a atendê-lo. Patético, pensou. Ficou olhando para o nada por um bom tempo, tentando raciocinar todos os erros que havia cometido como pai. E em sua cabeça eram centenas de milhares de pequenos erros idiotas e tolos, e ele odiava cada um deles. "Olha, eu não faço idéia se você está me escutando ou não", Começou com a voz falha, carregada de uma tristeza de quebrar o coração de qualquer um, "Eu errei. Eu deveria ter falado com você sobre o Frank. Na verdade, eu deveria ter conversado com você sobre tudo, sobre sua mãe, sobre o divórcio. Filha. Eu sou um idiota covarde as vezes, e eu erro. Eu erro muito. Eu errei com você, eu te magoei e me arrependo muito. Eu sinto muito, muito mesmo, de todo meu coração. Nada do que eu disser vai conseguir reparar o dano que a minha covardia e falta de jeito te causou. Eu nunca devia ter mentido para você e ignorado aqueles assuntos importantes." Ele terminou de falar com a voz mais alterada pela tristeza do que quando começou. Deixou um suspiro triste sair pelos próprios lábios. Sentia-se derrotado. Lágrimas ameaçavam brotar em seus olhos, uma ardência crescente tomava conta daquela área. Odiava esse jeito tão sensível de ser.

Time Flies [Frerard]Onde histórias criam vida. Descubra agora