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Por Shawn

Pude ouvir a porta do quarto de Camila batendo antes mesmo que eu chegasse as escadas, me trazendo um choque de realidade que finalmente me lembrou de onde eu estava, com quem estava e como estava. Deus, eu estava feliz, estava muito feliz por ter ali a mulher que eu amo e a minha filha, mas ao pensar nisso um pouco mais, eu estava com raiva. Não havia me esquecido do que Cabello havia feito, por mais que não a tratasse mal nem nada do gênero, mas precisava me controlar. Encarando os degraus à minha frente, suspirei pesado enquanto avançava, partindo rumo ao corredor. Passando pela porta de Camila, parei um pouco ali na frente e toquei a maçaneta, suspirando antes de seguir em frente, entrando no quarto de Amélia. A pequena estava dormindo tranquila em meu aos seus diversos bichinhos de pelúcia, quase sumia entre eles. Deixei a porta escorada para não fazer nenhum barulho e caminhei até a janela aberta, puxando-a devagar para baixo na intenção de proteger minha pequena no frio que entrava por ali, impedindo que ela pegasse um resfriado ou algo do gênero. Depois de garantir que estava bem fechada, passei a andar pelo quarto pegando as coisas no chão, juntando a pequena bagunça que a minha filha havia feito ali antes de dormir, não deixando de rir enquanto pensava em como ela conseguia brincar com os milhares de brinquedos que tinha ao mesmo tempo, parecia até mágica. Depois de juntar as coisas, joguei tudo no baú que ficava em frente à cama dela, fazendo um pouco de barulho indesejado, me fazendo erguer o olhar assustado para ver se Ames não havia acordado, a encontrando ainda dormindo calma como um anjo.

– Sua sorte é ela ter um sono bem pesado.

Me assustando, Camila entrou no quarto usando agora apenas a camisola de antes, havia se livrado do cardigã. Não estava sorrindo, nem me olhava, apenas passou por mim e foi checar nossa menina, acariciando o rosto delicado e sonolento dela ao se sentar ao seu lado.

– Ela sempre foi assim, desde bebê. – ainda sussurrando, a morena chamou minha atenção mais uma vez para si – Me lembro que ela mal chorava durante as noites, não me dava trabalho nenhum. Sempre foi esse anjo. Mas antes de dormir, oh, esse era o problema! Ela sempre odiou ter que ir dormir, mas quando conseguia pegar no sono, era a noite inteira.

Eu nem notei quando, nem como, mas o que no começo da fala de Camila era um sorriso, agora era um traço de frustação e quase desespero. Eu não conseguia nem imaginar aquilo, não gostava nem tentar. Era só mais uma coisa da vida da minha filha, do crescimento dela, que eu havia perdido, que havia sido tirado de mim por causa de sua mãe. De repente, eu não olhava mais Amélia, tinha meus olhos fixos na mulher sentada ao seu lado, me perguntando se ela não se tocava, não notava o que despertava enquanto contava aquilo para mim. Ou talvez essa fosse mesmo a sua intenção, me chatear. Ela já havia feito aquilo vezes suficientes nos últimos anos para saber perfeitamente saber quando quisesse, poderia estar muito bem fazendo agora. E então, como no caminho pelas escadas, eu pareci me lembrar mais uma vez de tudo o que havia acontecido, tudo o que ela fez. Em questão de segundos, a mulher à minha frente pareceu perder todo o seu encanto para um sentimento de raiva, algo que crescia conforme eu a olhava ali sentada ao lado de Amélia, provavelmente se lembrando de tudo o que vivera com a pequena, coisas que me impediu de viver, coisas que me tirou. E então eu pensei no nosso momento lá embaixo e nos outros vários das últimas semanas, me perguntando como todas essas coisas ainda conseguiam ser maiores que cada um daqueles momentos de raiva, de desespero, de medo. A resposta é que eu amo demais essa mulher para odiá-la.

READY • shawmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora