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BOA TARDE!!!!! mais um e estrelando um pov novo que vai acontecer bastante nessa temporada 😳
já seguiram a minha conta reserva? se não, é a illicitgraces e é melhor seguir pois se essa aqui cair, eu vou repostar tudo lá.
não se esqueçam: votem, comentem e boa leitura! ;)

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Por Jennie

O que é a obsessão? Segundo o dicionário simples, a obsessão é apenas a preocupação exagerada com alguma coisa, apego excessivo à uma mesma ideia; ideia fixa. Segundo a psicologia, obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens mentais, desagradáveis, estranhos face ao historial de vida de quem os tem, e que surgem de uma forma repetida e que resistem a ser expulsos da consciência. O facto de surgirem intrusivamente, vindos do nada, de continuarem a intrometer-se na vida do dia-a-dia, de resistirem a desaparecer, apesar dos esforços nesse sentido, e a própria estranheza dos seus conteúdos, origina um elevado desconforto e ansiedade e a pessoa sente-se compelida a fazer algo para reduzir esse mal-estar.

E a compulsão? A compulsão é a necessidade tão intensa de algo ou alguém que te leva a fazer algo ilógico ou insensato por essa coisa ou pessoa. Segundo a psicologia, a compulsão nasce da obsessão. Assim, as compulsões, ou rituais compulsivos, (ou, ainda numa outra designação que preferimos, os comportamentos protectores) que acabam por cumprir uma função de controlo da ansiedade, ainda que inadequado. Estes comportamentos protectores são, na maior parte das vezes, comportamentos exteriores e, contrariamente às obsessões, que se passam na privacidade do espírito de cada um, tornam-se bastante visíveis para os outros. É precisamente por constituírem a face visível desta perturbação que se tornaram o aspecto mais conhecido do público, inclusivamente por terem sido retratados em filmes como "Melhor é impossível" ou "Aviator". No entanto, os rituais compulsivos podem ser privados e, portanto, invisíveis, tal como as obsessões.

E por ser uma psicóloga formada que sabe de tudo isso, acho que tenho voz suficiente para dizer que não sou obcecada por Shawn Mendes, que não tenho uma obsessão compulsória por ele.

Quando conheci Shawn, eu já era psicóloga de sua irma, Aaliyah. Ela confiou em mim o suficiente para tratar de seu irmão, aquele homem maravilhosos que estava tão perdido por causa de uma mulher qualquer que o havia deixado. A maldita Camila Cabello. Eu já a conhecia antes mesmo de conhecer pelo que Aaliyah me contava em suas sessões, falando como ela havia quebrado sua família e como nunca conseguiria perdoá-la. Mais que doutora e paciente, a herdeira Mendes e eu éramos amigas, o que só fortaleceu quando meu relacionamento com seu irmão teve início, um relacionamento abalado, claro, Shawn estava longe de conseguir manter um bom relacionamento com alguém, mas era o suficiente para mim. Apaixonada por ele, eu simplesmente não conseguia vê-lo piorar cada vez mais e não fazer nada, simplesmente não conseguia! Eu sabia que não tinha permissão e nem autoridade para fazer aquilo, que poderia até ser pressa se fosse pega, mas não me importava. Eu queria vê-lo bem, queria que ele melhorasse. Eu tinha um amigo psiquiatra, James, então conhecia de perto os remédios e seus efeitos, por isso soube tão perfeitamente como e quando começar a medicar Mendes, conseguindo também as receitas necessárias para tudo aquilo. Estava cuidando dele, protegendo, fazendo de tudo para o seu bem, o nosso bem.

Quando Aaliyah me contou onde Camila estava, eu senti meu sangue ferver em pensar que mulher que havia destroçado o coração de Shawn estava vivendo tão bem em outro lugar. Com outra pessoa. Me lembro de ter tirado algumas semanas de férias na época para ir até lá, ver com os meus próprios olhos o que estava acontecendo. E a vadia estava bem, muito mais que bem, ela estava ótima. Namorando, carregando sua peste de um lado para o outro, realizada. Foram incontáveis as vezes em que tive pensamentos negativos em relação à ela naquela viagem, como desejei mal e fui contra coisas que eu mesma acreditava. Apenas no final consegui entender o quanto aquilo era bom para Shawn e para mim. Com a ex livre e seguindo a vida, ele poderia superar, não haviam chances de que voltassem, não haviam chances de mais nada. Ele estava livre para mim e a única coisa que eu precisava fazer era cuidar dele, o que eu já fazia há muito tempo. Ele era meu e eu daria a minha vida para vê-lo bem.

Eu não contava que com o passar dos anos Shawn se tornaria tão dependente dos remédios. Eu notava os efeitos em silêncio, de princípio preocupada, com medo do que aquilo poderia se tornar. Me acalmei ao ver que nos primeiros anos de uso aquilo era normal diante de uma medicação tão pesada, que anormal seria se ele não tivesse nenhuma reação. E mais, o moreno me tinha ao seu lado para o que bem precisasse, eu estaria lá sempre disposta a cuidar dele. E estávamos indo muito bem, perfeitamente bem. Shawn não reclamava dos remédios, os tomava da forma correta, estava sempre comigo. Vez ou outra eu trocava a medicação para uma mais forte, que necessitava de mais auxílio e cuidado, não por minha causa ou proximidade, mas por ele, para que se curasse mais rápido, para que pudesse ter paz. E foi aí que os problemas começaram.

James insistia em dizer que eu estava drogando meu namorado para que ele ficasse dependente de mim. Não queria mais me dar as receitas e disse que iria me denunciar, que teria que me entregar para o conselho de psicologia de Nova York. Por mais que não quisesse, tive que enfrentá-lo, ameaçando com as provas que tinha de que ele estava me ajudando desde o início e que tinha mais a perder do que eu. Aquilo não o intimidou, claro, isso até perder magicamente o seu emprego em uma das melhores clínicas da região do Central Park, resultado de uma conversa civilizada com o diretor geral e homofobico do lugar. Tirar meu amigo a força do armário e fazê-lo perder o emprego por isso fora difícil, mas em minha mente eu tinha que era por Shawn que eu fazia isso e ele precisava que eu fizesse. Shawn precisava ficar bem. Mas aquele foi só o primeiro dos problemas.

O maior deles veio quando Aaliyah mandou Shawn para Londres, mandou Shawn para Camila. Segundo ela, havia feito aquilo de forma impulsiva, esperando que fosse o que seu irmão precisava para voltar ao normal e seguir em frente, enviando ele direto para o meu maior ponto fraco, aquela mulher. Tentei da forma mais sutil possível convencê-lo a não viajar, convencê-lo de que não estava pronto para aquilo, mas uma das coisas que eu mais amava em Shawn era também o que eu mais odiava: mesmo em seu momento de pura fraqueza, aquele homem era decidido como um leão. Eu não tinha mais nada para fazer.

Como eu previa, o inferno aconteceu desde que ele se encontrou com ela. E não adiantou lhe dar uma medicação mais pesada, droga pura. Não adiantou nada do que eu lhe disse e fiz para lhe segurar, não adiantou nenhum dos meus esforços para impedir que o previsível e o imprevisível acontecesse. Quando Mendes anunciou seu retorno junto de Camila e sua filha, eu senti meu coração afundar inteiro no peito. Aquilo não podia estar acontecendo, eu não queria ver aquilo acontecendo. Fiz as malas, limpei meu escritório, entreguei o apartamento e fiz as malas para ir embora dali. Mas... Não consegui. Quando vi, estava na festa de Karen, olhando para Camila no meio da multidão, perguntando o que aquela mulher tinha que deixava aquele homem tão alucinado, tão apaixonado por ela. E eu não conseguia ver nada. Não conseguia ver nada que fizesse valer tanto a dor e o sofrimento de Shawn por ela, que fizesse valer todos aqueles anos. Não havia nada. E esse era o maior inferno pois eu sabia que, mesmo não vendo, havia tudo. Ela tinha tudo. E agora, também havia a criança, a maldita criança que era a cara cuspida de Shawn. Era olhar para ela e pensar nele, era ver a pequena cópia dele bem ali, sorrindo para todos ao lado da avó, pulando animada no colo do pai.

Não era justo.

Eu havia estado ao lado de Shawn durante todos esses anos. Havia cuidado dele, me doado inteira, me colocado em riscos e problemas que poderiam me foder pela vida inteira, tudo por ele. Havia dado a minha vida à ele e agora o desgraçado estava jogando tudo para o alto por causa da vadia que ferrou a sua vida e de uma pirralha que antes ele nem sequer sabia que existia. Ele estava me soltando, sem mais nem menos, para se agarrar à elas.

Não é justo. Não é justo e não vai ficar assim de jeito nenhum.

READY • shawmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora