II.III.IV

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Demoraram três dias até que Sapphire estivesse completamente saudável outra vez, tinha mesmo pego um resfriado, até que era um pouco engraçado... Mas agora os três pequenos nobres estavam bem e mais acostumados a estar em terra, então os três decidiram fazer um pequeno passeio pelo país aonde estavam. Os três pequenos entraram na carruagem sozinhos originalmente, mas Sapphire insistiu em ter Devon consigo, se sentia desconfortável demais com o duque de Trancy para deixar seu demônio ir com os outros dois, e Sebastian e Devon ainda estavam brigados, então não teve muita resistência pela parte de Ciel.


- É engraçado - O duque de Trancy começou, ele era a alma mais fraca naquela carruagem e aquilo dava para sentir - Você parece um bebê Duque Everfree, sempre seguido pelo seu mordomo...

- Alois Trancy, olhe--

- Está tudo bem Ciel, eu não me importo, eu gosto de ser um bebê, quer dizer que eu ganho atenção e colo sempre que eu quero, e eu tenho só treze anos há final. - Sapphire sorriu divertido, o conde Phantomhive era um amigo muito sério, mas eram amigos e estavam ficando mais próximos - Além disso, isso quer dizer que quando eu desapareço com alguém, ninguém em sã consciência suspeitaria de mim~

- Assustador! - Alois respondeu, rindo - Você só é bonitinho por fora né?!

- Esse é o objetivo bobo, quem vai culpar o frágil e infantil canarinho da rainha de um assassinato? Eu até mesmo preciso de um homem de verdade ao meu lado só para me proteger... Sem chance que eu possa cometer um assassinato, não é Devon?

- Jovem mestre, devo lembrar que temos os pedaços do anjo que você estraçalhou com uma espada no porão?

- Shiii! - Sapphire e Alois riem e o pequeno duque Everfree se aninha no colo de seu mordomo, o que fez Alois olhar os dois estranhando um pouco, já Ciel já havia se acostumado com os dois - Mm, assim é mais confortável...

- Eu nunca vou entender como você confia tanto nele, você sabe que está no colo de um Demônio não é Saph?

- Ahn? Ah, você se preocupa demais, o Devon é bonzinho, ele nunca me machucaria e o colo dele é confortável... Eu suponho que você nunca usou Sebastian de travesseiro conde Phantomhive? Tente, é incrivelmente confortável.

- Ah, é por isso que você insiste em me usar de travesseiro bocchan?

- O que você achou que fosse? Você é quentinho também, é confortável...

- Mm, bom saber que não era só por causa dos livros de contos de fada que você tanto adora...

- Não, isso é para espantar os pesadelos, por quê é assim que deve ser!


Sapphire afirmou com um sorriso animado olhando para cima o que fez Devon rir, como podia não rir? Seu jovem mestre estava agindo adorável sem querer outra vez... Logo a carruagem parou em frente a um belo jardim em frente a um templo, e o símbolo bem na porta da construção, mandou um arrepio pela espinha tanto do duque Everfree quanto do conde Phantomhive, os dois conheciam aquela marca, a tinham em seus corpos...


- Esses bastardos estão aqui também?!

- Devon...

- Estou aqui bocchan, não precisa ter medo... Você também, conde Phantomhive, fique perto e eu vou protegê-lo, Sebastian não está longe também.

- Eu estou bem, não tem por quê. - Ciel afirmou, mas alcançou a mão de Sapphire mesmo assim - Sebastian, vá na frente e verifique o lugar, tenha certesa que é seguro primeiro.

- Yes, my lord.


Sebastian seguiu as ordens de seu mestre e passou pela porta primeiro, o templo estava vazio no final, não havia nada além de uma estátua de um deus indiano popular e algumas aves que sairam voando assim que ele entrou no lugar.


- Parece que não há ninguém aqui jovem mestre.

- Deve ser velho... Vamos investigar, não é, Saph?

-... Tá bem... - Sapphire concorda mas solta a mão de Ciel e vai direto para Devon segurando a mão de seu mordomo apertado - ... Eu vou com o Devon...

- Vem, bocchan, você estava animado para explorar não é? Eu não irei deixar nada te machucar, eu prometo...


Sapphire concorda devagar e segue seu demônio para dentro do templo simples para explorar, não demorou muito para que o mais novo notasse um detalhe fora do lugar e fosse investigar, mas assim que Sapphire encostou na pequena pétala que lhe parecia extremamente fora do lugar a parede que parecia completamente sólida deu lugar a uma entrada, e essa passagem secreta levava a uma sala familiar demais para que o jovem duque ficasse bem.

Sapphire cobriu a boca com as mãos, o olhar de choque perdido no meio da sala, Devon puxou seu jovem mestre para trás o mais rápido que pode cobrindo os olhos do mais novo, aquela era uma das "salas de preparação", Ciel também a reconhecia, estivera em uma delas uma vez, mas não havia passado pelo pior de forma alguma, mesmo assim congelara no lugar com aquilo, aquele quarto era muito mais velho, cheirava a morte, a podre como apenas um demônio poderia reconhecer.


- Devon, me solta. - Sapphire ditou em tom de comando, por mais que não fosse um comando, a sala não estava vazia, havia um corpo fresco, ainda sangrando na bancada de sacrifícios, crianças nas gaiolas, algumas quase mortas também, outras chorando em puro desespero - ... Eu mandei me soltar.

- Não, bocchan, só me de sua ordem, não vou te deixar ver isso.

- EU JÁ LHE DEI UMA ORDEM! Me solte! Agora! - Devon solta o pequeno Duque sem realmente querer, mas seu mestre não usava aquele tom, não sem razão. - ... Minha espada. AGORA!

- Bocchan... - Devon chamou preocupado, mas entregou a espada de lâmina transparente e guarda de asas de ossos, sabia o que o seu jovem mestre faria por sua linguagem corporal - ... Deixe-me cuidar das gaiolas...

- Eu abro sozinho.


O jovem duque afirmou segurando sua espada firmemente em mãos e indo direto para a primeira cela, o ódio marcado em seus olhos junto a um sorriso psicótico era tão forte que forçou a sala a ficar em silêncio completo, e antes que pudessem respirar, aquelas crianças já estavam em pedaços e o jovem duque Everfree estava coberto de sangue dos pés a cabeça, o pequeno deixou sua espada de lado e caminhou com passos instáveis até seu demônio, o olhar agora estava distante e ele parecia extremamente frágil, quase como vidro.

Devon segurou seu jovem mestre com todo o cuidado, não importava, aquela criança em seus braços era mais preciosa que qualquer coisa.

O pecado dos anjos - Uma nova história de KuroshitsujiOnde histórias criam vida. Descubra agora