Capítulo 12 - GOSTINHO DE QUERO MAIS

505 46 8
                                    

E não precisou de muito tempo para que todo aquele clima tenso que tinha se instaurado depois da ligação do irmão de Valentina simplesmente evaporasse.

Lá estavam as duas de novo, na mesma conexão, apenas curtindo a companhia uma da outra, sem pensar em mais em nada.

V: Que horas Miguel volta? - sussurrou Valentina com seu sorrisinho de canto, enquanto trancava a fechadura e encurralava Juliana contra a porta.

J: Valentina... - suspirou Juliana sem fazer muito esforço para sair daquela situação "encurralada".

Valentina começou a beijar Juliana pelo pescoço. Enquanto ia aos poucos conduzindo-a de costas até o quarto, dando um passo à cada beijo depositado na sua pele.

J: Você não acha que tá muito apressada não? - sussurrou Juliana enquanto parou no meio do corredor e se virou relutante ao que parecia ser um convite irrecusável.

V: Eu não mandei você entrar naquele chuveiro... agora fiquei com um gostinho de quero mais. - respondeu Valentina mordendo os lábios, enquanto puxava Juliana pela cintura em direção ao quarto.

Valentina foi puxando Juliana até a cama. Empurrou ela no colchão sem nenhuma cerimônia ou gentileza que lhe eram características. Aparentemente o pequeno mal estar que rolou entre elas só serviu para intensificar ainda mais a conexão e o desejo que sentiam.

Valentina subiu na cama, colocando primeiro a perna direita, depois a esquerda, ficando por cima de Juliana, sem precisar mais fazer nenhum esforço para segurá-la ali.

Começou a sussurrar enquanto beijava cada pedacinho de Juliana como se quisesse decorar os contornos de sua pele.

V: Não vou mentir... - beijou sua testa - Aquilo no vestiário... - beijou o lado esquerdo do rosto - Foi intenso... - beijou o lado direito do rosto - Foi hot... - beijou o lado esquerdo do seu pescoço - Quero repetir.... - beijo o lado direito do pescoço - Mas na real... - beijou embaixo do queixo - Nada como o conforto dessa cama - olhou pra Juliana enquanto abriu o sorrisinho de canto.

Valentina continuou beijando toda a pele de Juliana, como se quisesse gravar seus lábios ali. Foi descendo devagar, pela pescoço, até chegar ao abdômen.

J: Val... espera. - Juliana interrompeu os beijos de Valentina, enquanto começava a ficar ofegante.

V: Fiz alguma coisa errada? - perguntou Valentina receosa, olhando para Juliana.

J: Não. Claro que não. Eu só... - Juliana falou enquanto puxava Valentina pelos ombros trazendo seu rosto para frente do seu. - Eu só queria te olhar mais um pouco. - completou enquanto fez uma carícia no rosto de Valentina.

As duas se entreolharam por alguns segundos. Estavam cheias de desejos para colocar para fora, mas dividiam também esse desejo de se contemplar por um breve momento. Sem nenhuma palavra. Sem nenhum beijo. Sem nenhuma carícia mais. Apenas se contemplaram. Emanando aquela energia que só existia no encontro daqueles olhos negros com os olhos azuis.

E cada vez mais certas do que sentiam, do que queriam, e do que estariam dispostas a fazer para ficarem juntas.

J: Que poder é esse que você tem sob mim? - Juliana interrompeu o silêncio abrindo um sorriso.

V: Oxe. Mas eu nem comecei... - respondeu Valentina abrindo um sorriso com uma leve mordida na língua.

J: Eu tô falando sério. Teus olhos... sei lá... me hipnotizam - continuou Juliana sem desgrudar os olhos daqueles cristais azuis, como se realmente estivesse hipnotizada.

V: Só os olhos? - perguntou Valentina fazendo um biquinho de desapontamento.

Juliana sorriu e mordeu os lábios, girando Valentina pelos ombros e ficando por cima dela. Segurando pelo pulso os seus braços levantados acima da sua cabeça, e repetindo o que Valentina havia começado há pouco, sussurrando algumas palavras no intervalo dos seus beijos.

J: Não. Claro que não... seus olhos - começou beijando os olhos de Valentina - Seus ouvidos... - beijou as orelhas dando uma leve mordida e causando arrepio em Valentina - Seu nariz... - beijou o nariz - essa sua covinha... - beijou a covinha que se formava na bochecha de Valentina quando sorria. - Seu pescoço - beijou pausadamente, percorrendo toda a extensão do pescoço. - Sua boca... - beijou ao redor dos lábios de Valentina, depois mordendo e puxando de leve o lábio inferior. - Sua...

Antes que Juliana pudesse continuar elencando cada parte do corpo que lhe hipnotizava ou causava arrepio, Valentina interrompeu, ofegante, beijando aquela boca dos lábios tão perfeitamente desenhados com toda intensidade e paixão que estavam prestes a explodir de dentro do peito.

Não queria mais ouvir nenhuma palavra. Nenhuma palavra que não fosse resultado do prazer que pudesse provocar naquela mulher que tanto desejava.

Desejava-a mais que tudo. Queria ser dela, e ter ela, por inteiro. E assim foi.

É mais que um poemaOnde histórias criam vida. Descubra agora