Capítulo Especial.
Junho de 1987.Narrador
A mansão Malfoy é um grande mundo quando você tem menos de um metro e vinte de altura. Olhar para as imensas escadas, e mesmo que um instinto interno avise o perigo, você será tentado a correr por elas. Essa era uma das brincadeiras favoritas dos gêmeos Malfoy.
Correr pela grande mansão, como se nenhum perigo se escondesse por ali. Até o dia em que seus pais os achariam grandes demais para as brincadeiras infantis, até o dia em que o calor infantil deixasse seus interiores.
Aquele doce período da vida, quando você quer dormir tarde brincando, e acordar cedo para brincar ainda mais. Quando sua mãe força você e seu irmão a comer as verduras (mesmo que elas te dêem vontade de vomitar), quando seu pai chega em casa e você e seu irmão tem que ficar em silêncio para não estressa-lo.
Lucius Malfoy é um homem de poucas palavras, mas palavras cruéis e planejadas para ferir.
Mas olhar para as crianças Malfoy era ama-las. Perfeitas, seu pai as descrevia, desde o sorriso banguela até o cinza dos olhos.
Porém nunca mimaria os filhos, nunca lhe diria o quanto os amava, sequer o demonstraria em atos.
Amor é para os fracos, não há espaço para a fraqueza entre os de linhagem pura.
Na véspera de seu aniversário, as crianças corriam animadas pela casa, discutindo o que ganhariam no dia seguinte. Ayla desejando o gato que sempre pedira aos pais, Draco com o kit de quadribol em mente em cada segundo do seu dia.
Estavam tão concentrados em seus próprios pensamentos que a mais nova não prestou atenção no batente, caindo de cara no chão. O irmão não sabia se havia ficado mais em choque com o barulho da queda ou o de choro que a seguiu.
Quando o menino olhou para trás viu a irmã se setando, chorando, com as palmas das mãos e os joelhos ralados, sem falar no corte que ela fez no batente no joelho direito.
- Estrelinha! - o irmão gritou, correndo para ajudar a mais baixa.
A mãe tinha saído com o pai para o Ministério da Magia, deixando os gêmeos sozinhos com os elfos domésticos.
Draco ajudou a irmã a andar até o quarto dos pais, tomando cuidado para não chamar a atenção dos elfos. As crianças já tinham consciência de que não deveriam atrapalhar o trabalho deles, se não terminassem na hora seriam severamente castigados, e o barulho que os gêmeos menos gostavam de ouvir eram os guinchos de dor vindos de seus amigos.
Dentro do grande comodo, a menina se sentou na cama alta de seus pais. Mesmo com a idade e a altura que tinha era muito difícil subir naquela cama digna dia livros de história que sua mãe lia para ela e o irmão gêmeo antes deles irem dormir.
O irmão sumiu e voltou dentro de poucos segundos, trazendo consigo o kit de primeiros socorros da mãe. Todos na casa estavam sempre preparados para as quedas de Ayla, que não era lá a criança mais graciosa e equilibrada, nos anos seguintes descobririam que o equilíbrio e a graciosidade não seriam adquiridos com o tempo.
- Não chola, Estrelinha - o mais velho conforta a gêmea, ficando triste ao ver os machucados e o rosto vermelho. Os gêmeos ainda tinham certa dificuldade de pronuncia, apesar de que a dicção de Ayla sempre fora a melhor.
- Papai vai brigar - a menina funga, enquanto o menino abre a caixinha.
- É só a gente esconder - o menino fala em tom inteligente, sorrindo abertamente para a irmã. - Se você não contar, eu não conto.
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Gêmeos Malfoy (Livro Um)
FanfictionAyla Nashira Malfoy, irmã gêmea de Draco Lucius Malfoy, é uma Malfoy bem diferente dos outros membros da família. "Eu sei que é difícil confiar em mim, acho que nem eu confiaria, mas eu nunca dei motivos para vocês desconfiarem da minha lealdade...