Capítulo VII.I • POV; Lovan.

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Assim que chegamos do nosso passeio de avó pouco antes das 2h30 pm, (uso esse termo quando saio para lugares chatos e entediantes), eu entrei em baixo da ducha à fim de me esquentar enquanto Elisa e Tyler faziam algo para nós comer. Estava um frio do caralho e todos aqueles casacos e cachecóis que eu usava pareciam ser inúteis e não surtir efeito. Meu corpo tremia de forma involuntária e a água parecia não esquentar nunca e de jeito nenhum. Lavei meu cabelo, que pelo fato de ser curto não me deu muito trabalho, ensaboei meu corpo e o enxaguei, pouco depois de vinte minutos já tinha terminado meu banho.

A toalha alaranjada agora encobria minha cintura, e meu abdômen desnudo estava gotejado pela pouca aguá que passara despercebida na hora que me sequei, e apesar do frio que me deixava praticamente imóvel sai às pressas do banheiro rumo ao quarto para me vestir. Jake estava deitado na cama adormecido, completamente encolhido e quase imperceptível devido aos edredons que o encobriam. Ele já estava lá quando eu tinha chego e pelo julgar de sua forma de agir e suas atitudes amoadas que teve com a gente durante a manhã, a última ligação que teve com sua mãe o deixou bastante abalado por sinal, e eu me senti estranho por isso. Sei lá... Ele parecia tão pequeno, tão frágil e a mercê de tudo e de todos que eu passei a me sentir na obrigação de cuidá-lo e protegê-lo. Embora ele passasse a imagem de uma pessoa forte, coisa no qual ele realmente era, ele não era mais que um boneco de porcelana pra mim, tanto seu corpo esguio e sua altura pequenina. Lembrar de seu rosto tão jovial e de traços bem delineados e marcante, seguido de seus olhos que mais se pareciam duas Jaboticabas maduras e redondinhas eram a combinação perfeita de seu sorriso contagiante e inocente que sempre lhe corava as bochechas, mas agora tais características estavam escondidas por trás de uma máscara tristonha, e por isso, parte de mim também se entristecia.

Caminhei até canto do quarto onde estava minha mala e tentei ao máximo produzir menos barulho possível para não acordá-lo, peguei uma troca de roupa e logo a vesti, compondo desta; minha cueca boxer vermelha da Calvin Klein, uma calça de moletom preta e um agasalho branco de uma malha bem leve mas bastante quente e resistente ao frio. Quando terminei de me vestir e me virei de frente à cama outra vez, até tomei um susto. Ele estava sentado, seu cabelo cor de bronze desgrenhado, não sei como mas o deixara ainda mais bonitinho. Notei que seus olhos estavam levemente inchados por conta do sono quando eles caíram em mim.

一 Ei Jay, eu te acordei? 一 perguntei com culpa.

Fiquei com a dúvida de que ele tenha me visto pelado enquanto eu me trocava, não que eu me importasse com isso, e também não perguntaria tamanho absurdo desnecessário, afinal ele tinha chego no quarto primeiro e eu que optei por me trocar alí.

一 Não... não acordou não. 一 Se espreguiçou. Sua voz baixinha parecido ao miado de um gato filhote respondeu minha pergunta.

Eu tinha adquirido uma enorme paixão nesses últimos dias por sua voz, o jeito que ele se expressava e a forma que andava. Ele tinha um gesticular meio feminino, mas não chegava a ser afeminado. Ele era simplesmente e naturalmente delicado.

一 Você está bem? 一 espirrei o desodorante em baixo de minhas axilas ao levar minha mão direita para dentro do meu agasalho.

一 Ah, eu tô legal. Só meio cansado mentalmente.

Guardei o desodorante spray dentro da mala e caminhei até a cama, ainda descalço 一 posso fazer alguma coisa pra te ajudar? Sei lá... Hum... Talvez um chá seja bom. 一 Sugeri, me sentando ao seu lado.

Ele sorriu, e isso fez com que alegrasse me dia.

一 De quê forma um chá ajudaria a descansar minha mente? Aliás, até onde sei... Esse tipo de "chá" que está me sugerindo não é exatamente recomendável para beber. 一 brincou, ajeitando o edredom por cima de seus ombros, e para minha alegria, seu sorriso ainda se mantinha firme cortando-lhe a face.

一 Não me faça perguntas difíceis e não, eu não tenho esse chá ai que está pensando...

一 Então não diga coisas sem sentido 一 concluiu ele.

Mordi meu lábio inferior e levei minha mão até a mão dele que estava descoberta. Era tão quentinha, macia e pequena que eu me sentia um ogro devido as minhas proporções.

一 Vai ser um porre te deixar aqui sozinho. Acha que vai ficar bem?

Ele estreitou os olhos e balançou a cabeça.

一 Claro que vou, por que eu não ficaria? E Lovan... É sério, não precisa se preocupar tanto assim comigo, eu sei me virar. "Não, não sabe. - Pensei".

一 Tudo bem, e quanto aos seus pais? Acha que isso tudo vai passar?

一 Pra ser sincero? Eu não sei. Minha mãe é muito superficial e vive de imagem e aparência, talvez passe a me aceitar quando isso virar moda ou tendência em alguma revista. Já meu pai sempre foi rigoroso e machista, acho que ele preferia me ver morto a ter que ver a mim com outro garoto. Mas... Fazer o quê?

一 Não diga isso, acho que não é bem assim. Deve ser muito recente pra eles ainda. Até eles acimilarem a ideia de que você seja gay, o processo vai ser bem difícil e torduoso mesmo. Precisa ser forte e paciente. 一 conclui, acariciando as costas de sua mão com o meu polegar.

一 Obrigado! 一 agradeceu.

一 Ei... Pelo o quê está agradecendo? 一 perguntei, sorrindo feito um trouxa.

一 Por ter sido tão legal comigo esses últimos dias.

Eu sorri.

一 Obrigado! 一 falei.

一 Obrigado pelo o quê? 一 perguntou ele também, confuso.

一 Por isso! 一 respondi, logo me levantando e inclinando meu corpo para cima do dele, onde depositei em seus lábios rosados um beijo quente e demorado.

O sabor de sua saliva incrivelmente me lembrava algodão doce e pirulitos de tutti frutti e o cheiro de shampoo que provinha de seus cabelos lisos era uma maravilha, sem contar no perfume natural de sua pele quente que exalava de forma contínua, mas suave sem ser algo enjoativo. Ele se deitou na cama novamente devido ao meu peso e arqueou ambas de suas pernas, fazendo com que eu me deitasse em cima dele, posicionando-me ao meio de suas coxas. O clima foi esquentando e consequentemente o meu pau começou a enrijecer por sobre a cueca, que devido ao tecido meio mole do moletom tornou-se algo perceptível e chamativo, já que, sem querer me gabar, eu era dotado de um membro grosso e de 21cm.

(Eu sei que era errado querer comer ele nesse momento de tristeza, mas estava foda se controlar), mas ele também prosseguiu e correspondeu aos meus gestos, então aproveitei e fui no embalo. A sua mão foi de encontro à minha nuca, e a outra descansou sobre meu peitoral. Eu o abracei pela cintura de forma acolhedora e ao mesmo tempo ameaçadora, comprimindo nossos quadris de forma que ele pudesse sentir cada centímetro de mim, cada músculo e osso que meu corpo clamava à seu favor.

Mas quando não é uma coisa é outra, fomos interrompido por Elisa que abrira a porta do quarto para nos chamar e anunciar que o lanche estivera pronto, vendo Jake por baixo de mim enquanto eu o beijava com ferocidade.

一 OMSG! 一 abismou-se ela, levando a mão defronte a boca.

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