Capítulo VIII • Um novo sonho

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一 Acho melhor não, Lovan. Eu gosto de espaço e me mexo muito. Vou acabar te chutando pra fora da cama. Mas se quiser dormir aqui essa noite, sem problemas, eu durmo no seu colchão. 一 dizia ao me levantar segurando em mãos "meu" cobertor, mas o moreno que estava de pé em minha frente logo empurrou meus ombros para baixo, fazendo com que eu voltasse a me sentar na cama.

一 Não, então não. Não precisa sair do seu conforto pra fazer os meus gostos. Eu posso dormir no mesmo lugar de sempre, essa noite é a ultima mesmo. Além do mais eu não sinto tanto frio assim 一 respondeu quanto a minha sugestão, e pelo julgar do timbre de suas palavras ele ficara chateado com minha decisão final.

Bem, deixe-me explicar o que se passa e voltar há algumas horas atrás.

Algumas horas antes...

Assim que Elisa nos viu aos amassos um pouco mais cedo, eu e Lov descemos para comer e nos juntamos à Tyler. Elli me puxou para a sala, irritada e muito chateada por eu não ter contado à ela sobre mim e Lovan. Não que tenha algo sério rolando entre a gente (fora os beijos e toda aquela testosterona), mas ela disse que me via na obrigação de contar mesmo se fosse o mais pequeno detalhe, uma vez que isso se passava em baixo de seu nariz e ela revelou se sentir enganada e traída, sim... Ela é muito dramática quando quer ser. Com muito custo e muito jogo de cintura consegui contornar a situação e a garota se deu por vencida, ainda mantendo o mesmo lero de que eu e Lovan combinávamos e formávamos um belo casal. Bah!

Já Lov e Ty ficaram na cozinha conversando um assunto que me era desconhecido. Confesso que me sentia desconfortável em voltar meus olhos vez ou outra até a cozinha por espontâneidade e notar que Lov não parava de me sondar, quase me despindo com aqueles deliciosos olhos azuis.

Minutos mais tarde...

Ajudei minha amiga a limpar a cozinha assim que terminamos de lanchar, e os garotos ficaram na sala rindo e assistindo TV. Eles tiveram a sorte de conseguir sintonizar no canal de esporte que por sinal funcionara muito bem, o que me deixou com raiva. Passei dias alí e mal conseguia encontrar um canal que funcionasse sem ter chuviscos e ruídos. Mas a felicidade deles duraram pouco, já que o futebol americano foi interrompido na melhor parte por um alerta urgente que passava no noticiário.

A repórter anunciou que durante a noite uma queda brusca de temperatura atingiria a cidade e uma névoa densa e forte se arrastaria por lá durante toda a semana. O que de fato preocupou Elisa, a casa que estávamos era de passeio e por isso não tinha muitas coisas, entre elas, cobertores. Ao todo eram quatro: um de casal, que Elli e Tyler usavam para se cobrir e três outros de solteiro, porem tão finos eram que até em dias de calor, como a casa é bem arejada, eles não ajudavam quando resolvíamos por nos cobrir.

Com isso, eu e Lovan tínhamos duas opções. Primeira: Eu e ele dormir separados como nos outros dias, cada um em sua cama e com seu devido cobertor que mais se parecia um papel de tão fino, assim passando frio a noite inteira. Ou segunda: Dormir juntos, dividir a cama e os cobertores, usando o calor de nossos corpos para um esquentar o outro.

Lovan se sentiu tentado com a segunda opção quando Elli sugeriu, mas eu resisti.

Hora atual...

Quando vi Lovan prestes a deitar-se no colchão ao pé da minha cama, uma pontada de culpa fisgou meu coração. Por mais que fôssemos dormir da mesma forma, usando o mesmo tipo de cobertor, ele ia dormir diretamente no colchão posto ao chão gelado, o que de fato seria bem mais tortuoso pra ele. Não achei justo. Nesses últimos dias ele se mostrou tão competente pra mim, demonstrou tanta preocupação comigo que me senti egoísta em deixa-lo alí.

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