SETE

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N/A: Oi, gente! Antes de começar, quero fazer a pequena observação de que não sou médica e nem pesquisei muito sobre o assunto pra escrever. Portanto, peço desculpa se cometi algum erro/gafe. Aqui trabalhamos com escrita por prazer... Porque tem que ser prazeroso pra mim também, né? E se estudar muito... Começa a virar trabalho (e fica chato).

Obrigada sempre e... SÁBADO TEM CAPÍTULO EXTRA!

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O ódio que tinha por amputações era quase maior ou igual ao ódio que tinha de contar às pessoas que elas perderam um membro, então Frank não era a pessoa mais feliz do mundo naquele momento. Suas mãos trabalhavam com precisão em cauterizar os vasos sanguíneos e cortar cuidadosamente as terminações nervosas.

Ele olhava através dos seus óculos com lentes de aumento, a luz que usava na cabeça ajudando a enxergar melhor. Astrid trabalhava em conjunto com ele, ambos tensos porque cirurgias de amputações eram terríveis. Aquela, por exemplo, tinha sido o último recurso. Já faziam doze horas que Frank, Astrid e a equipe estavam em cirurgia. Ele estava cansado e não tinha ajudado passar a noite anterior praticamente inteira em claro.

Frank e Astrid fizeram de tudo para salvar a perna da garota que tinha sido esmagada em um acidente de moto. A jovem paciente teve uma parada e quando tentaram de todas as formas conectar a perna, o fluxo de sangue não acontecia e o membro ficava gélido e azulado. Frank perdia a paciência, nervoso, jogava as ataduras que usava para estancar o sangramento no chão.

Quando se tornou uma questão de salvar a vida da garota ou a perna, ele optou, como sempre, pela vida. Então depois de oito horas, ele e Astrid mudaram todo o protocolo para começar aquela nova cirurgia, focando em tudo que devia ser feito, repassando os passos em voz alta, pedindo pelas ferramentas e orientando os outros médicos da equipe.

O bipe da máquina que apontava os batimentos cardíacos começou a se intensificar e Frank desviou o olhar para o monitor para ver que caíam rapidamente. O cirurgião geral que fazia parte da mesa daquela operação avisou que a garota provavelmente teria mais uma parada.

"Merda!", ele gritou e toda a movimentação começou, para salvar a vida da menina que tinha perdido muito sangue e tinha um quadro instável demais. Ela foi para sua segunda parada cardíaca. Frank agora tentava ressuscitar a menina com o desfibrilador.

Sem sucesso.

Ele persistia, não podia perder a paciente.

O bipe constante não dava indícios de que ia voltar a ser intervalado tão cedo. A linha estava reta, não parecia mudar.

Ele seguiu.

"Frank", chamou Astrid.

"Não", ele falou categórico.

"Frank...".

"Não. Não. Não". Ele continuava, mas sabia que não tinha mais jeito.

Astrid deixou as ferramentas na mesa de apoio, deu a volta na maca e tocou o ombro de Frank com carinho. Ele não podia perder a paciente. Não depois do que ele tinha dito pra Gerard. Era quase uma vingança do destino vindo a cavalo.

Frank não tinha tanto costume em lidar com a morte, porque a ortopedia era geralmente mais tranquila em relação a isso. Aquela a especialidade que consertava as pessoas, não a que as matava. Ele sentia a frustração percorrer suas veias quando afastou o desfibrilador da paciente, lançando um olhar derrotado para Astrid.

"Hora do óbito, 18:29", ela disse, vendo que ele não tinha condições de falar a hora. Ela sabia que ele ficava completamente frustrado quando isso acontecia, ele odiava perder pacientes. Astrid também odiava, mas era mais conformada, sabia que fazia parte da profissão e que aquilo era algo com o que eles precisavam lidar.

Gays Anatomy [FRERARD]Onde histórias criam vida. Descubra agora