De todas as coisas que Jennie já havia feito em sua vida, essa definitivamente era uma das mais corretas, julgada por ela. Seu dedo voltou a pressionar a campainha e no segundo seguinte Boah abriu a porta.
-- Olá! -- Boah recepcionou com um enorme sorriso. -- Por favor, entrem. -- Ela disse para Jennie e seus amigos. Todos haviam sido convidados para o Natal, afinal quanto mais gente melhor para Boah. Este seria o primeiro natal que passaria em sua casa desde que se acidentaram anos atrás. O primeiro natal que passaria longe do hospital.
-- Eu gostaria de agradecer por ter convidado meus amigos. -- Jennie disse, entrando na casa. Jennie apresentou Jisoo à Boah e todos retiraram seus casacos, dando uma boa olhada pela casa. Os olhos de Jennie se prenderam em Chaeyoung, mas ela os desviou rapidamente. Primeiro tinha algo que fazer. -- Podemos conversar um minuto a sós, Boah?
-- Bem... -- Boah disse arqueando uma sobrancelha. -- Claro, me acompanhe até a cozinha. -- Pediu. -- Vocês fiquem à vontade. Já voltamos.
Jennie acompanhou Boah até o cômodo, sentindo o delicioso cheiro de algumas coisas que já estavam sendo preparadas. A empregada estava cozinhando, porém Jennie não se importou com sua presença, afinal a mulher usava fones de ouvido e dançava feito louca enquanto cortava algumas batatas.
-- Pois não? -- Boah perguntou e Jennie suspirou, vendo a mais velha se debruçar sobre o balcão.
-- É sobre Chaeyoung. -- Disse, vendo Boah piscar ainda calada, esperando por algo a mais.
-- O que tem ela? -- Perguntou naturalmente.
-- Hm, ontem ela... Digo, isso já veio de antes, desde o assunto das flores. -- Boah franziu o cenho, segurando o riso pelo aparente nervosismo de Jennie. -- A massagem também foi um sinal, mas talvez ela nem saiba o que esteja passando.
-- Compreendo. -- Boah disse, balançando a cabeça, fazendo Jennie gargalhar no momento seguinte.
-- Desculpe. Não falei nada coerente, é que estou muito nervosa. -- Disse, enxugando o suor das mãos na calça jeans.
-- Tudo bem, querida. Não se preocupe. -- Boah disse com gentileza.
-- Eu não sei bem como isso aconteceu, mas eu gosto da sua filha de um jeito mais intenso do que eu creio que deveria. Eu peço perdão por isso, eu realmente não sei como controlar e eu não quero que a senhora pense que eu estou me aproveitando dela, porque eu não estou.
-- Gosta dela romanticamente, você quer dizer? -- Boah perguntou e Jennie assentiu um pouco hesitante.
-- Ontem ela meio que, hm, me beijou. -- Confessou temerosa. -- Não foi um beijão, foi um simples esbarrar de lábios, mas eu definitivamente não queria te esconder isso. Se a senhora achar que devo me afastar eu entenderei, apesar de realmente querer ficar por perto.
-- Eu já sabia sobre o beijo. -- Boah disse, vendo Jennie a olhar surpresa. -- E não quero que se afaste de Chaeyoung, Jennie. De onde tirou isso?
-- Não sei. Só entendo que ela tem coisas para lidar: A fisioterapia, as aulas, a readaptação com tudo.
-- E você faz tudo isso ser mais fácil para ela. -- Boah disse. -- Olhe, criança, se você for paciente e não for machucar a minha menina, estou mais do que de acordo com isso. -- Confessou. -- Conversei com Chaeyoung ontem, ela está confusa e acha que você está brava com ela. -- Compartilhou. -- Isso não será fácil, ela ainda é, na maioria das vezes, a Chaeyoung ingênua.
-- Eu sei. -- Jennie disse, ligeiramente mais aliviada. -- Eu não pretendo acelerar as coisas. Eu sequer sei como agir, para ser sincera. -- Confessou envergonhada.
-- Que tal agir como sempre, hm? -- Boah propôs. -- Isso realmente soa agradável para todos.
Após a conversa com Boah, ambas voltaram à sala. Todos estavam sentados no sofá devorando algumas jujubas que Chaeyoung havia oferecido. Os olhos de Jennie focaram em Chaeyoung, ela usava um vestido rosa com as bordas pretas rendadas.
-- Oi. -- Jennie disse docemente assim que se aproximou de Chaeyoung. A garota estava ao lado da árvore de natal com Kuma sobre as pernas, na cadeira de rodas.
-- O Kuma sentiu saudades, Nini. -- Chaeyoung disse, vendo Jennie sorrir e se abaixar diante dela.
-- Só o Kuma? -- Chaeyoung olhou para os pisca-piscas da árvores de natal um pouco hesitante.
-- A mamãe também. -- Jennie não resistiu em rir.
-- Eu também senti saudade deles. -- Disse, apesar de ter passado apenas vinte e quatro horas. -- E de você mais ainda. -- Os olhos da maior encontraram os castanhos de Jennie e Chaeyoung sentiu seu coração saltar em seu peito.
-- Você não ficou brava? -- Ela perguntou e Jennie negou com a cabeça.
-- Não fiquei. -- Confessou. -- Acho que te devo um pedido de desculpas.
-- Por quê?
-- Por ter saído daquele jeito ontem e, provavelmente, ter te deixado confusa. Não foi a minha intenção. -- Chaeyoung piscou algumas vezes antes de dizer algo.
-- Você caiu na neve? -- Jennie riu e mordeu seu lábio inferior.
-- Sim. -- Disse, vendo os olhos de Chaeyoung percorrerem seu corpo em busca de algum hematoma. -- Não se preocupe, a blusa amorteceu a queda.
-- Nini... -- Chaeyoung chamou com o dedo indicador, fazendo Jennie se inclinar para que ela pudesse dizer algo em seu ouvido. -- Me desculpa?
-- Por quê? -- Jennie perguntou confusa.
-- Por ontem. -- Confessou acariciando o ursinho em seu colo. -- Por tudo. Eu não quero que você vá embora porque eu sou uma boba.
-- Você não é uma boba, Chaeyoung. Eu que fui. -- Jennie disse.
-- Você não, Nini. -- Chaeyoung disse com veemência. -- Eu prometo não fazer de novo. -- Os olhos de Jennie foram atraídos pela alta risada de Seokjin, que comia um cachorro quente que uma das empregadas estava servindo enquanto conversava com Boah e seus amigos.
-- Eu gostei do que você fez, Chaeyoung. Eu só... Não estava preparada. -- Jennie informou, vendo Chaeyoung começar a acariciar sua mão, que estava sobre sua perna.
-- Não ficou brava mesmo? Jura de dedinho?
-- Juro, princesinha, mas me diz, por que fez aquilo? -- Chaeyoung pareceu pensar por alguns milésimos de segundos.
-- Não sei, parecia certo. -- Disse brincando com os dedos da menor. -- Eu gostei, mas você foi embora.
-- Prometo nunca mais ir embora assim, tudo bem? -- Jennie disse, se levantando e deixando um demorado beijo na testa de Chaeyoung.
-- Tudo bem. -- Disse, tendo o início de um sorriso nascendo em seus lábios. -- Nini, adivinha quantos dedos tem aqui? -- Disse, tampando os olhos de Jennie com uma mão e estendendo outra com três dedos esticados.
-- Hmm, deixa eu ver... cinco. -- Jennie chutou e Chaeyoung retirou sua mão da frente do olho de Jennie para que ela pudesse ver.
-- Errou! -- Disse rindo.
-- Não errei não. Tem cinco dedos, dois abaixados e três esticados. Você não especificou. -- Chaeyoung entortou a boca e franziu o cenho, parecendo verdadeiramente pensativa.
-- Tem razão. Não valeu! -- Disse, repetindo a situação enquanto Jennie ria. Ah! Como ela adorava estar por perto de Chaeyoung.
[••]
oi filhos, como estão? desculpa a demora para att, mas eu chego do trabalho e tenho que estudar e já dormir, quase não dá tempo de nada, poremmmm, irei ganhar mini férias a partir de quarta, o que significa que vocês irão me ver mais *gritos de alegria ou fodase a gente não se importa*, enfim aos leitores de yellow, final de semana venho com capítulo novo, quem ainda não leu não sabe o que está perdendo.
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Em um piscar de olhos - chaennie
Fiksi PenggemarPark Chaeyoung tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o cam...