Após a Tempestade...

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             Dipper mexeu-se na cama e gemeu... Aos poucos, abriu os olhos e percebeu que não estava em seu quartinho. A cama era maior e mais macia, diferente do colchão gasto e duro em que dormia ultimamente. Não fazia idéia onde estava, mas parecia ser bom. 

              Era um quarto enorme, pintado em tons claros de amarelo e vermelho. Havia também uma janela enorme que dava para uma sacada e uma porta que devia ser do banheiro. Era o quarto mais luxuoso que Dipper já vira... Provavelmente, nem a mansão Northwest tinha algo assim.

             Enquanto examinava o lugar, a porta se abriu e um homem, vestindo um smoking preto, entrou carregando uma bandeja. Ele depositou a bandeja sobre a mesinha no canto e se dirigiu para Dipper. Um sorriso amável apareceu em seu rosto ao falar:

            "Bom dia, jovem... vejo que está acordado!" – ele pôs a mão em sua testa. "Que bom, está sem febre... os remédios funcionaram muito bem."

            "Quem é você? Onde estou? Que lugar é esse? Como vim parar aqui?" – Dipper se encolheu assustado.

              "Não tenha medo, jovem! Você está seguro agora..." – o homem respondeu. "Meu mestre o encontrou desmaiado na floresta, ontem à noite. Ele o trouxe para cá e cuidamos de você. Você estava com febre e diversos machucados."

              "Seu mestre? Quem é ele?" – indagou Dipper, sentando-se na cama.

              "Ele teve que sair para resolver uns assuntos pendentes... mas virá para lhe ver assim que retornar. Ele deixou ordens expressas para que você fosse bem cuidado em sua ausência. Eu sou o mordomo e guardião dessa casa. Meu nome é Sebastian... ao seu dispor!"

             "Obrigado, Sebastian... eu me chamo Dipper, Dipper Pines."

              "Precisa de ajuda para chegar até a mesa, jovem Dipper?" – perguntou Sebastian, estendo a mão.

               "Não... eu estou bem. Agradeço assim mesmo." – Dipper saiu da cama e caminhou até a mesa. Sebastian puxou a cadeira acolchoada para que Dipper pudesse sentar confortavelmente.

              "Creio que gostará das panquecas... tem geléia de amoras, mel ou calda de chocolate para acompanhar. Trouxe também suco de laranja, caso não goste de café..." – Sebastian enumerou as opções. Também havia torradas, bolo de coco e pães de minuto com manteiga.

             "Está ótimo, Sebastian... não conseguirei comer tudo mesmo." – Dipper olhou para o mordomo, agradecido com a gentileza.

             "Deseja que eu lhe faça companhia, jovem?" – perguntou Sebastian, como se lesse sua mente.

            "Como... ah, deixa para lá. Não vou perguntar... se quiser me acompanhar, eu gostaria muito." – Dipper indicou a cadeira ao lado.

            Com um sorriso gentil, Sebastian sentou-se na cadeira e serviu-se do desjejum. Dipper comeu em silencio. Realmente, as panquecas estavam ótimas... e o resto, também. Quando elogiou a quem preparara o café da manhã, Sebastian respondeu com um sorriso largo.

            "Obrigado pelo elogio, jovem Dipper. É a primeira pessoa para quem preparo algo... além de mim!"

            "Seu mestre não costuma comer em casa?" – perguntou Dipper, sem entender.

            "Ah, ele esteve ausente por um longo tempo... então, eu resolvi aprender um pouco de culinária para passar o tempo. Como fiquei sozinho, só cozinhava para mim. E ele só voltou, ontem à noite. E hoje, ao amanhecer, saiu sem comer nada. Disse que comeria depois..." – Sebastian explicou.

A Culpa de Um InocenteOnde histórias criam vida. Descubra agora