Capítulo 8

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Fazia anos que eu não passava uma noite em claro. Anos.

Eu basicamente fiquei repassando o beijo. A sensação maravilhosa que eu praticamente havia esquecido.

Tentei resistir à tentação, mas nem mergulhar nas águas geladas do Alasca teria resolvido meu "problema".

A imagem dela naquele dia tomou conta da minha mente e me derramei gemendo seu nome durante um banho na madrugada.

Ofegante, terminei de me limpar e desliguei o chuveiro. Itachi me infernizaria se soubesse do ocorrido. Consigo ouvir a voz dele dizendo que eu já deveria estar me agarrando com Sakura há semanas. Depois, diria que sou um celibatário de merda por ter passado tanto tempo sem gozar. O que posso dizer? Eu andava meio morto até uns dias atrás.

Agora, sinto-me bem vivo e, mesmo tendo acabado de me aliviar, ainda estou meio agitado. Se eu me sentia um pervertido antes, agora tenho motivos para isso. Eu tô doido para sentir ela de novo... de todas as maneiras possíveis. Porra!

Acabo de ver que são 4:48. O que ela deve estar aprontando?

Eu preciso dormir ao menos um pouco...

Assustei-me com Aoda me despertando. Ao menos eu peguei no sono por algumas horinhas.

Me levantei desejando um café forte, então me lembrei do ocorrido. Não vou mentir, estou evitando pensar nas implicações de tudo isso. Se eu deveria ou não estar tão a fim de me envolver com Sakura... Se isso poderia ser ruim de alguma forma... Tudo isso está martelando minha cabeça, mas eu vou engavetar esses pensamentos.

Dane-se tudo! Eu quero apenas viver o momento. Pela primeira vez na minha vida, vou me permitir agir assim, sem ficar planejando metodicamente. Vou fazer o quero e, neste momento, eu quero a Sakura. É, eu a desejo como nunca desejei ninguém. Devo me internar? Ah, é... Não vou pensar. Não vou.

Antes que um colapso me atingisse, eu já caminhava para cozinha. Ouvi sons de talheres... Ela já estava lá. Adentrei o recinto sentindo meu coração saltar.

— Bom dia — murmurei sendo tomado por toda a ansiedade que tentei evitar.

— Bom dia. Fiz torradas — disse com seu sorriso meigo.

Eu queria beijá-la agora mesmo, mas... eu não sei como agir. Eu sou um idiota. Apenas aceitei o prato que ela me estendeu e a xícara de café. Comemos em silêncio. Imagino que ela também se sente meio constrangida. Aconteceu bastante coisa estranha recentemente... Não, estranha não é a palavra certa. Inusitada... é isto.

— Sasuke...

— Hum? — Olhei para ela. Meu coração tornou a acelerar.

— Está tudo bem sobre ontem?

— Como assim?

— O beijo. Você... não está bravo, está?

— O quê?! Não! Muito pelo contrário... — Vendo que fui sincero até demais, tentei me corrigir para não parecer um desesperado. — Digo... Está tudo bem, Sakura.

Ela ficou me encarando com um sorrisinho contido e eu fiquei sem reação.

— Eu fiquei preocupada.

— Posso perguntar o que te levou a me beijar? O que você sentiu?

— Você sempre tem que perguntar tudo? — indagou frustrada. Percebi que fui insensível.

— Não é isso... eu... Se eu disser o que eu senti, você se sente melhor para se abrir comigo? — Não vendo uma resposta negativa, decidi prosseguir. — Eu me senti vivo de novo quando nos beijamos. Foi maravilhoso. Seus lábios são melhores do que eu poderia sonhar.

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