A Audácia

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Ponto De Vista Liana

Quando desligo a chamada, aperto o celular na minha mão. James aparece no meu raio de visão e eu o olho.

- Conseguiu falar com a Van?

- Sim. - falo enquanto pouso o aparelho no sofá. - Acabei de falar com ela. Amanhã vamos tomar café para falar.

- E ela lhe pareceu bem?

- Na medida dos possíveis, ela ta na minha casa. - viro o meu corpo na direção que James está, se bem que a minha vontade era de me levantar e o abraçar. - Ela está tentando esquecer tudo e todos.

- Esse todos quase que aposto que é o Oliver. - ele fala e passa a mão no cabelo e eu engulo em seco.

- Sim. - clareio a voz. - Se bem que não sei se ela irá conseguir.

James se mantém parado junto à parede e eu faço o movimento de me levantar e aproximar dele, mas ele se afasta e segue o caminho até ao seu quarto. Esta maneira de ele lidar com tudo, é o que mais me magoa. Respiro fundo e me aproximo da porta do quarto onde estou a dormir. Ainda é cedo, mas eu não tenho condições de estar na sala sozinha, então eu realmente prefiro dormir.

Me jogo na cama e me tapo, quase até à cabeça e fecho os meus olhos. O rosto de James é tudo o que eu vejo até conseguir pegar no sono, mas o problema veio depois. Novamente eu ouço a voz da minha mãe e do meu pai, enquanto eu adolescente, com problemas de auto estima, de aceitação de mim mesma, dizerem que eu nunca seria ninguém na vida. Que eu tinha que parar de comer pois ninguém iria querer ficar comigo, e que eu eu nunca conseguiria um homem, e a minha voz parece que some enquanto eu escuto tudo num loop infinito.

- Pronto. - a voz de James se sobrepõem às deles, e eu sinto o seu calor no meu, e os seus lábios na minha testa molhada, assim como a minha face. Quando abro os olhos ele está do meu lado, me abraçando.

- James. - falo entre soluços.

- Foi só um pesadelo, nada de mais. Já passou, eu estou aqui. - ele volta a me apertar e eu faço o mesmo. Coloco a cabeça no seu pescoço e ele passa a mão nas minhas costas, uma clara declaração de paz.

Acabo de mandar a mensagem para Van, quando abro a porta, e antes de colocar um pé fora da mesma, James puxa a minha mão e agarra a minha face, me beijando. Eu abro um sorriso no meio do beijo.

Caminho pelas ruas até chegar perto do café e vejo Van chegar no mesmo momento. Ela para a uns metros de mim e eu faço o mesmo. Está aquele clima de saber o que fazer a seguir. Ela aperta os dedos e eu olho na sua expressão. Ela caminha e para na minha frente e me abraça, ao que eu correspondo.

Depois de sentadas, e do pedido feito, a vejo me olhar.

- Vocês já se resolveram? - é a primeira coisa que sai da sua boca e eu dou um riso.

- Como você descobre as coisas?

- Pelo brilho nos seus olhos, pois ele fica diferente quando você está bem com o James. - os cafés são colocados na nossa frente e ela agarra, tentando aquecer as mãos. - Eu fico muito feliz por vocês.

- É, foi complicado. - mordo o interior do lábio. - Ele demorou a aceitar.

- Eu volto a dizer o que lhe disse: ele foi o único que não teve culpa, apesar da bebida, ele só o fez pois eu insisti, e talvez tenha sido mais atrevida.

The Big Ben // James Phelps Onde histórias criam vida. Descubra agora