Pelo Menos

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Ponto de Vista Liana

Desespero. É isso que eu sinto quando sei que não vou ter tão cedo duas folgas seguidas. Já passou duas semanas desde que Van chegou e eu só consegui descansar meio dia pois uma urgência me atirou novamente para a clínica.

Observo o cachorro do James, que ainda continua connosco, pois teve umas ligeiras complicações durante o tratamento, o que originou que ele tivesse que ser operado. A boa parte nisso tudo é que eu estava permanentemente em contacto com ele, e agora terei que o avisar que o seu animal vai ter alta.

Pego o celular e digito o número dele.

- Já saudades? - ele ri do outro lado o que me leva a fazer o mesmo.

- Tá muito convencido você. - mordo o lábio pois ele até nem tinha mentindo. - Estou lhe ligando pois o seu cachorro já vai ter alta. Ele já tem os valores normais e já se alimenta bem, não tem dor nem vómitos. Tá novinho em folha.

- Hmm, muito bem. Em pouco tempo estarei aí. Até já, Lia.

O meu nome sussurrado fez eu ter que me sentar pois iria mesmo cair que nem uma pedra no chão de mármore. Como é possível que ele tenha um grande efeito em mim? Jesus.

Me recomponho e passo a mão no pelo, o deixando estar na maca enquanto volto para a minha secretária e olho alguns papeis de outros doentes.

- Doutora Liana. - a voz no intercomunicador me faz voltar à realidade. - O senhor Phelps está aqui.

- Pode deixar entrar. - falo depois de carregar no botão e ergo o corpo da cadeira. James entra, numa camisa social azul e calças de ganga e eu morto de maneira instintiva o lábio. Ele ri quando repara no meu gesto.

- Bom dia, doutora. - ele fala antes de fechar a porta e se aproxima da maca. Eu faço o mesmo, ficando na sua frente.

- Como lhe disse ao telefone, ele já tá completamente recuperado, aliás como pode ver. - o cão mal o viu entrar não parou ainda de o lamber na cara e nas mãos. Eu sorrio.

- Você foi incrível. - sinto as minhas bochechas ficarem quentes.

- Nada disso, é simplesmente o meu trabalho.

- Eu sei que sim. - ele estica a mão, e eu a agarro dando a volta à maca e me colocando do lado dele, que pega na minha cintura e nos junta. - Mas eu quero recompensar você. - ele fala baixo e eu suspiro.

- Como? - falo timidamente.

- Com um jantar. Em minha casa.

- James. - falo baixo e sinto os seus lábios nos meus.

- Não aceito um não. - ele fala no meio do beijo. - Você pode trazer a Van também, o Oliver também vai.

- Ih, não sei ela vai querer.

Ele me olha ao mesmo tempo que ergue a sobrancelha, como pedindo que eu continue.

- O seu irmão desde o dia lá de casa que não lhe diz nada.

Ele ri e coloca a cabeça no meu pescoço.

The Big Ben // James Phelps Onde histórias criam vida. Descubra agora