Já faziam 5 semanas que Ana e eu estávamos nos conhecendo melhor, nesse meio tempo ela se matriculou no cursinho pré-vestibular e todas as noites voltava pra casa junto com minha irmã. Por conta do trabalho nem sempre estou em casa para receber as duas, então mesmo morando porta a porta nossos maiores encontros e diálogos têm sido virtuais.
- aninha, você acha que Ana ainda está na minha? - hoje era sábado e Ana Beatriz tinha acabado de se sentar na mesa para tomar café da manhã comigo
- bom dia, irmã, dormi bem sim e você? - não sorri e dessa vez AnaB percebeu que eu falava sério - espera, cê tá preocupada mesmo, né?
- muito, tem uma semana que eu não vejo Ana, tenho medo de que ela tenha enjoado de mim, eu sou chata?
- ei, tá doida é? - aninha caminhou até mim e se abaixou na minha altura pra me dar um abraço, mesmo eu estando sentada - você é a pessoa mais autoconfiante que eu conheço, por que tá dizendo isso, vivi?
- porque eu acho que ela não quer mais, olha aqui a última mensagem que ela trocou comigo foi ontem a tarde antes de ir pro cursinho - mostrou o celular com uma mensagem de Ana que dizia:
Ninha 😌 18:00: tô chegando no cursinho agora, bom trabalho, meu bem 😉
Vitória Falcão 🍃 18:01: boa aula, meu dengo, tô com saudades de você 🥺
- vivi, presta atenção - falou levantando meu queixo pra olhar pra ela - metade do que Ana conversa comigo o caminho inteiro é de tu, é lógico que ela ainda tá na sua mas as primeiras provas do ano estão chegando e ela tá bastante ansiosa com isso, não é fácil recomeçar a estudar do zero aos 24 anos, né
- é, você tem razão... - falei triste
- e num fica triste assim não, por que você não vai hoje de surpresa lá na casa dela?
- tu acha que ela ia gostar?
- mas é claro que ela ia gostar, tu é besta é? - revirou os olhos - Vai logo agora deixa que eu me viro com meu café, vai tomar o teu com a tua amada vai...
- obrigada, bebê, o que tu tem de pequena tu tem de sabida - abracei aninha e levantei pra ir trocar de roupa
Tomei o banho mais rápido de todos os tempos, escovei os dentes e vesti a primeira peça de roupa que vi pela frente, saí em direção ao apartamento de Ana e peguei a chave reserva que ela deixava escondida embaixo do vasinho de plantas.
O apartamento estava em silêncio e até achei que Ana ainda estava no quarto mas bastou que eu olhasse pra mesa da cozinha pra ver minha pequena cochilando em cima de uma pilha de apostilas- ei, quer ir pra cama não? - falei depois do lhe dar um beijo na testa
- vi? Que horas são? - perguntando tirando os óculos para coçar os olhinhos
- já é de manhã, meu bem, e são exatamente 08:34
- meu deus eu fiquei até de madrugada estudando devo ter pegado no sono... - falou se levantando
- e eu não ganho nem um "bom dia"? - perguntei abraçando Ana por trás e dando um cheirinho em seu pescoço
- bom dia, vi - Ana se virou pra mim me abraçando de volta e encostando a cabeça no meu pescoço
- tu quer dormir mais um pouquinho? Eu posso voltar depois... - falei lhe beijando a testa e fazendo um carinho em seu cabelo
- não... Fica por favor - e ficou calada, até que eu pude ouvir ela ressonando
- meu deus, tu tá dormindo em pé Ana Clara... Até que horas você ficou acordada?
- sei lá até umas 5:30, por aí - respondeu ainda de olhos fechados
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Bem-me-leve
RomanceUma história sobre o amor, em sua face mais leve Vitória é uma jornalista recém formada que ama o que faz, Ana trabalha numa empresa de logística embora seu sonho de infância é ser artista, elas têm suas histórias cruzadas desde antes de se darem co...