2013: Caçador e Cavaleiro Negro

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—Fiquem aí, por favor. Vou ir na escola pegar a minha filha. Não sumam.
—Certo, não temos lugar para onde ir do mesmo jeito... - Disse Vert.
—Acho bom terem entendido, tchau.

Ela sai de casa, os irmãos se entreolham.

—Tá gostando dela, né safado? - Disse Matt.
—Eu estaria mentindo se falasse que não.
—Olha, eu me apaixono rápido... O estranho é: Eu não gostei dela. Muito tagarela.
—Isso é hipocrisia vindo de você.
—Eu sei, nem vale apena tentar explicar o porquê ou--

Um barulho estrondoso veio abaixo de seus pés.

—Ah meu coração... Quase tive um infarto...
—Pelo menos sabemos um órgão que ainda funciona bem depois da surra que levou.
—Para de judiar de mim...

Vert cruzou os braços e deu leves passos sobre a região que veio o barulho.

—O que será que foi aquilo?
—Ahn... Primeira regra dos filmes de terror: O curioso sempre morre.
—Verdade, melhor esquecer e fingir que nada aconteceu... DESCULPA AÍ SENHOR DEMÔNIO! - Disse ele gritando pro chão.
—Se alguém responder... Eu transformo essa cadeira de rodas em um carro de Fórmula-1 e vou embora.
—Eu morro, eu sou o personagem curioso...
—Hahaha... Triste.
—Você não acha melhor vestir a armadura?
—E eu vou fazer o quê exatamente? Usar bala contra um ser que atravessa parede?
—Que tal voltar a andar novamente? Já ajudaria muito.
—Realmente, bem melhor do que me jogar pela janela.
—Viu?

O barulho aconteceu de novo.

—Essa arrepiou até os cabelos que eu não tenho.
—Dessa vez não me assustei... Já estava preparado.
—E se for mesmo um fantasma?
—Aí a gente manda ele pro olho da rua, está morando nessa casa sem pagar o aluguel pra Lady.
—É... Realmente.
—Deixando o assunto de lado, vamos jogando xadrez.
—Se aqui tiver tabuleiro.
—Tem ali na janela.
—Nem tinha percebido. Me leva até lá.
—Certo.

Ao pegarem seus lugares, começam a jogar.

—As brancas começam. - Diz Matt.
—Okay... Vai se arrepender de jogar comigo.

O cavalo branco moveu para frente do peão à frente do bispo. Em seguida, Matt começa tirando o peão na frente da rainha, pelo visto ele quer colocar pressão desde o início. Vert fica pensativo no que fazer, ele continua avançando com o cavalo ou libera a rainha? Ele move o outro cavalo... Então Matt começa a sorrir.

—Está sorrindo muito para alguém que quebrou a cara contra o Caçador.
—Eu posso ter sangue na cara, mas você não tem nada.
—? - A mente dele só conseguia pensar o que ele quis dizer com isso? -Certo...

O jogo é totalmente lento e demorado, ambos parecem estar em câmera lenta analisando um ao outro. Matt libera a rainha, assim como previsto. Vert começa a liberar suas melhores peças: Bispos. Mas essa jogada deu tempo para Matt liberar os dois cavalos, estão parcialmente empatados na linha de frente.

—Aconselho você a desistir.
—Certo, desisto. - Respondeu Vert.
—QUÊ!?
—Você é muito chato de jogar, lembra no oitavo ano? Eu te venci, você ficou com raiva e ajudou o outro moleque a pegar todas as minhas peças.
—Foi só uma vez...
—Uma? Tem certeza.
—Foi mal... Mas joga comigo, eu não consigo nem andar... Preciso de algo pra me animar.
—Certo. Mas se perder, não fica irritado.
—Pow... Aquele dia foi só brincadeira, não leva pro coração.
—Falou o cara que levou...

O bispo se aproxima da rainha e fica sendo um alvo, porém, sabem muito bem que nada envolvendo peças de grande alcance é em vão. Caso a rainha destrua o bispo, ela estará no exato lugar em que o outro bispo e um dos cavalos podem pegá-la.

Cavaleiro CibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora