2013: A Cabana

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Matt continua aos trapos, não conseguia mover-se sem o esqueleto mecânico. Lady conseguiu permissão para cuidá-lo, levando os dois irmãos para sua casa numa van, uma cabana num bosque rodeado por flores e um lago aparentemente sujo. Fica perto de uma estrada que o ônibus escolar de sua filha pega junto de seus colegas, é fantástica a visão do entardecer com um tom amarelado nas plantas, a poluição é tão baixa quanto a luminosa, possibilitando a visão de nossa galáxia ao escurecer segundo Lady.
Ao chegar, ele desce em uma cadeira de rodas sendo guiada pela mulher. Vert conseguia se mexer bem, não teve graves sequelas.

—Pode me dizer que horas são?
—Poucos minutos para o meio-dia.
—Vert, análise.
—Estamos em algum lugar no Canadá.
—O quê!? Como vocês fazem isso?
—Se soubermos o horário, podemos usar a sombra e seu ângulo para descobrir o nosso posicionamento.
—Você não entenderia... É coisa de gênios.
—Estão me chamando de burra?
—Não, apenas dizendo que somos gênios.
—No meu auge, eu alcancei 170 pontos de QI. 
—Mas como o Matt só se ferra...
—Eu decaí. Estou um pouco abaixo do QI estimado de Charles Darwin.

Ela deixa os dois na porta de casa, ao analisar parece uma casa comum nos filmes... Feita de tijolinhos e reforçada com madeira mogno. O piso era liso tendendo ao ilusionismo.

—Imagino como deve ser entrar nessa casa entrando bêbado. - Disse Vert.

Enquanto isso, Vert começa a entrar e Matt diz:

—Uma forcinha... Por favor.

Ele teria que passar por alguns degraus de madeira para entrar.

—Certo, eu te jogo pela janela.
—Não, é sério. Me ajuda aqui.

Então eles ouvem um grito:

—Não entrem! Estou mexendo na maquiagem!
—Ouviu a dona.
—Eu queria ter ficado no hospital...

Vert começa a olhar ao seu redor.

—Acha que tem câmeras por aqui?
—Absolutamente não, e se tiver, são apenas para gravar o comportamento dos animais.
—Mas é um sim ou um não?
—É um não. E você notou?
—Sim, tem um lago lá pra frente. Está com seu celular?
—Estou.
—Pesquise nossa localização e, também pesquise os animais mais comuns.
—Soube que há muitos ursos neste país.

Ele pega o celular e desbloqueia a senha.

—Aqui não tem internet.
—O quê!? Como alguém bem paga como ela vive na idade das pedras?
—...
—Pega o meu, está com crédito.
—Onde está?
—Não sei. Ô Lady! Posso saber onde está meu celular!?
—Eu vendi no mercado livre!
—Nossa mano, que capitalista desgraçada.
—Tô zoando! Está na van!
—Poderia pegar o celular deste pobre incapacitado, meu irmão?
—Agora se faz de pobre, cinco minutos atrás estava querendo comprar uma namorada de aluguel. Haha, gado.
—Pow... São situações que não tem como piorar.
—Certeza?

Vert foi pegar o celular, estava num bolso debaixo do banco de motorista.

—Achei.
—Ótimo.
—Vamos dar uma olhada...

Eles esperam por alguns segundos...

—A internet desse celular é lenta.
—Impossível, eu lembro de ter deixado crédito pra uma situação como essa.
—É, só que crédito tem bastante... O que falta é a velocidade.
—Porcaria... Será que podemos achar um lugar pra vender esse celular e comprar outro mais rápido?
—E depois se diz de pobre. Olha só que hipocrisia.

E mais algum tempo se passa e os dois não obtém respostas.

—Esse celular é confuso, estava quase em oitenta por cento e voltou pra setenta e oito.
—Que maravilha...
—Né? Ele é tão rápido quanto você e o outro cara batendo de carro.
—Hm... Engraçadinho.

Cavaleiro CibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora