Cavaleiro Cibernético

Agnieszka

A Baronesa continua andando com sua moto e civilizadamente ela para no sinal vermelho, uma policial chega nela.

—O que foi?
—Olha... Eu não sou nem louca de tentar te prender ou tentar ser hostil, mas vou ter que te multar, está andando acima do limite de velocidade e sem capacete.
—Com o capacete não consigo enxergar nada, tenho dez graus de miopia.
—Ah, me desculpe. Já tentou usar lentes?
—Lentes? Eu preciso é de uma cirurgia.

Um conversível branco parou ao seu lado cheio de jovens.

—Ei, gata! Você não deveria se chamar Baronesa, é um cargo fraco da idade medieval. Deixe-me te chamar de Minha Rainha.
—Que lindo, queria que meu marido me tratasse assim.
—Larga ele e vem comigo.
—Eu serei educada e apenas direi "Não".
—Falou, então! Se cuida. - Ele respondeu igualmente educado.

Ela sorriu e deu pé na tábua.

—Senhora! Você esqueceu a multa! - Diz a policial. -Droga... Ao menos anotei a placa.

Ela logo avista um clube, estaciona sua moto e alguns guardas tentam barrá-la, mas são facilmente derrotados. Verônica desce as escadas e avista seu alvo, um dos três fundadores da Anarquia, Silver. Ela se aproxima e joga mais guardas pela escada, o albino vê tudo comendo pipoca.

—Hoje que ela faz da minha vida um inferno.

Aos poucos os guardas vão caindo, então chega ao seu destino roubando o espaço de seu companheiro de equipe.

—Porquoi ignorez-vous mes messages (Por que está ignorando minhas mensagens)!? - Disse com uma entonação assustadora.
—J'ai déjà atteint la liberté financière, maintenant je veux juste vivre (Eu já conquistei liberdade financeira, agora quero apenas viver).
—Faites votre part, vous comprenez (Faça sua parte, entendeu)?
—Va te faire foutre (Vá se danar).
—Pensez-vous vraiment que vous vous débarrasserez de moi (Você realmente pensa que vai se livrar de mim)?
—Arrêtez de me déranger, je veux juste passer du temps avec ma famille (Pare de me incomodar, eu só quero passar o tempo com minha família).
—Compréhensible (Compreensível). - Disse ela ajeitando os óculos redondos como dois faróis. -Il y a un hic (Tem um probleminha)...

Ela o joga contra a parede, pressiona seu pescoço com o braço e aponta um frasco químico.

—Si vous ne faites pas votre part, vous trouverez une bonne raison de détester l'avancement de la chimie (Se não fizer sua parte, vai descobrir uma boa razão para detestar o avanço da química).
—Ah... - Ele suspirou. -Dis-moi ce que tu veux de moi (Diga-me o que você quer de mim).
—Vous avez juste besoin de retourner au travail (Você só precisa voltar ao trabalho).
—Okay...

Ela o soltou numa boa e colocou o frasco novamente no lugar.

—Qu'est-ce que tu as là (O que você tem aí)?
-Sida (AIDS).

Nesse momento, Silver se sentiu abençoado. Ela volta a sua moto e parte para a sua casa humilde, ao abrir o portão, um bando de crianças a derrubam se jogando com abraços.

—Também senti saudades. - Diz ela.

As crianças a chamam de mãe. São crianças de várias etnias, ao todo são sete. Da esquerda para a direita: Nelson é negro, possui dentes amarelos, magro, utiliza braços mecânicos é o carequinha do grupo; Cléo é parda, indígena, cabelos lisos que chegavam até as costas e usa próteses, ela nasceu sem braços; Kim é asiática, a menor das meninas, cabelos negros que chegavam ao pescoço, olhos azuis; o menino Jesus é ruivo, possui sarda no rosto, também é bem magro, olhos castanho-claros; Zaci é albino, o maior dos irmãos e o líder-nato que coloca ordem na casa; Raja usa roupas da religião islâmica cobrindo os braços, parte da cabeça (Deixando o rosto exposto) e ombros, negra, a segunda maior entre as irmãs, a mais velha entre elas e tem olhos verdes e por fim, Edward, o amarelo do grupo e também o menor.