2013: Lady

26 7 5
                                    


Após quase ter morrido para o mascarado de faroeste, Matt e Vert não acordam em um hospital, mas em uma espécie de base militar subterrânea.

—Você está bem? - Perguntou Vert na outra cama.
—Se estar bem é como quase estar morrendo, eu estou sim.

A ruiva bate na porta e entra, está com seu traje militar verde de camuflagem.

—Como estão se sentindo?
—Ah, sabe como é... Morrendo. - Disse Vert.
—É... As coisas podiam ter sido piores.

Matt ignorava ela, fingia estar dormindo.

—Animal irracional, você não engana ninguém.

Vert disse:

—Melhor deixar ele descansar... O que aconteceu com ele?
—Caiu de três prédios, levou vários tiros de uma colt anaconda, teve a retina danificada por granada flash, levou uma surra do Hunter e depois teve um acidente de carro.
—Uau... 

Ela bate no braço enfaixado e Matt agoniza, ela faz de novo e ele grita.

—Para mulher! Tá louca!?
—Estou, se gritar comigo de novo leva mais!
—Okay... Eu não fiz por mal.

Ela lhe deu uma sacola e outra para Vert.

—O que é?
—Suas roupas.
—Eu estou? [...]

Ele olha por debaixo da coberta.

—Ahn... Pode nos dar licença?
—Eu recomendaria usar o banheiro.
—Eu acho que mal consigo andar.
—Sua armadura lhe protegeu bem.
—Falando nisso, onde ela está?
—Nos laboratórios.
—Ali no saco preto. - Disse ela apontado para uma enorme sacola ao lado da porta.
—Como foi que me encontraram? - Disse ele tentando ficar sentado na cama.
—Sh, sh, sh... Não levanta... - Disse ela enquanto deitava novamente Matt de forma delicada. -Você precisa de um descanso. Bom, eu que te encontrei e você estava muito roxo.
—Conheço um outro careca assim, ele se encaixa com você. - Disse Vert. -Acho que são gêmeos separados.

Rebeca trouxe sua mão à careca de Matt com um sorriso de deboche.

—Não ria de mim, eu tenho câncer.
—Câncer de cabelo?
—Ele mexe com urânio. - Disse Vert.
—Você sabe que é ilegal, não sabe? 
—Ele sabe... Mas não tem como fazer uma armadura apocalíptica nuclear sem testá-la.
—Você é louco?

Matt virou a cabeça pro lado, a ruiva lhe pega pelo queixo e disse novamente aproximando o rosto:

—Você é louco? Olhe nos meus olhos e me fale.

Ele cruzou os braços e nada disse.

—Por que está me ignorando?
—Ele não gosta disso.
—Disso, o quê?
—Disso... Está muito perto dele, ele fica sem jeito.

Ela notou que aproximou tanto o rosto, que faltou beijar.

—Ah... Desculpa. - Disse ela indo pra trás.
—Tem algo pra comer?
—Se você conseguir andar, nós temos lanchonete.
—Por que vocês tem uma lanchonete numa base militar abaixo da terra?
—Porque armas não enchem barriga.
—Justo...
—É só você seguir as placas, você entende inglês, não é?
—Estamos aonde?
—Isso é confidencial.
—Posso saber o país?
—É um país da América.
—Sério que vai fazer charada?
—Aham.
—Okay... Eu vou me trocar, onde é o banheiro?
—Depois da lanchonete.
—É sério? Um monte de gente vai olhar.
—Faltam três minutos pro horário do almoço, ninguém vai estar lá e se tiver vai ser pouca gente.
—Então tá.

Assim Vert saiu acelerado, não conseguia correr mas fazia esforço. A ruiva sorridente volta o olhar para Matt.

—Então, o que os médicos disseram?
—Você vai ficar de muleta por alguns dias.
—E mais alguma coisa?
—Que você está precisando exagerar menos nos carboidratos.
—Mas nem lascando... Eu vou virar vegano?
—Algo contra veganos?
—Nada, eles só são um saco.
—Todos os humanos são iguais, logo todos são um bando de insuportáveis.
—Não acho que seja verdade, conheço algumas pessoas que não são.
—Conheceu pela internet?
—Sim.
—Então não conta.

Cavaleiro CibernéticoOnde histórias criam vida. Descubra agora