44; I'm Sorry

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- Sinto muitíssimo pela sua perda. - Era Kourtney, irmã mais velha do meu pai.

Esboço um pequeno e passageiro sorriso concordando com a cabeça após o nosso breve abraço. Do mesmo jeito que fiz com as outras pessoas que vieram nos dar condolências.

No dia seguinte após a morte de Edward, minha mãe organizou seu enterro ignorando a parte do funeral, mas alguns parentes dele começaram a ligar para ela dizendo que era uma falta de respeito não fazer nada mais elaborado para ele. Ninguém realmente se importou com a dor ou o luto que estávamos sentido.

Catarina não queria aquela gente toda na nossa casa comendo da nossa comida, principalmente em um momento como esse, resolveu então evitar mais problemas. Reservou uma pequena capela em uma das igrejas católicas da cidade, encomendou alguns petiscos e bebidas quentes.

Poucas pessoas da família da minha mãe compareceram pois já estiveram presentes no enterro, que aconteceu no dia anterior, agora a de Edward por outro lado foram todos.

O que mais me deixava chateada era o fato de eles sequer saberem que o mesmo estava doente, não nos deram suporte em momento algum mas do mesmo jeito cobraram uma companheira de quase a vida toda e em luto por se acharem os donos da razão.

Tinha um espelho a minha frente então cuidava minha expressão de tédio. Um singelo e verdadeiro sorriso cresceu discretamente entre os meus lábios quando avistei Billie.

Desvio de um dos parentes ou amigos do meu pai que vinha em minha direção e ando para perto da garota.

- Oi amor, como se sente hoje? - Pergunta beijando minha bochecha em seguida.

Passo meus braços pela sua cintura a sentindo apoiar o queixo sobre os meus cabelos.

- Igual. - Resmungo.

- Minha mãe pediu desculpas por não poder vir hoje. Ela disse que é 'pra você, sua mãe e sua irmã irem lá 'pra casa passar uns dias lá. - Diz.

- Sun foi passar umas semanas na casa da minha avó. - Conto. - Vou tentar falar com a minha mãe depois que sairmos daqui. - Aviso.

[...]

Depois que a capela se esvaziou de vez mamãe e eu, com ajuda de Billie, arrumamos as coisas em silêncio e fomos embora.

No caminho para a casa contei sobre a sugestão de Maggie, Sun não estava lá então realmente não seria uma má ideia ficarmos juntos alguns poucos dias. Só nesse real inicio da nossa nova vida sem alguém, eram duas vidas, teria que aprender a viver sem meu pai mas teria que dar conta de um bebê.

Uma criança que ninguém sabia da existência, só eu e a pessoa que evaporou tão lentamente que a vi escapar dentre os meus dedos.

Catarine disse que ia pensar, não fizemos muito após chegarmos em casa, tomei um banho e coloquei aquelas roupas pretas e angustiantes para lavar assim como minha mãe. Ela perguntou se eu queria algo para comer, e neguei. Estava enjoada na verdade, apenas disse que iria terminar a lição de casa e ir dormir.

A ouvi falar com alguém pelo telefone e pelo assunto era Maggie, ela havia aceitado o convite e iríamos para lá após o café da manhã do dia seguinte.
Após a ligação minha mãe apagou as luzes e se trancou em seu quarto.

Termino a lição mesmo sabendo que iria falta no outro dia, pegaria os conteúdos com Eilish, sem grandes problemas. Levanto da cama e guardo os meus cadernos e livros.

Adentro o banheiro disponível em meu quarto e ligo o interruptor observando minhas olheiras das noites mal dormidas e chorosas pelo enorme espelho. Suspiro e lavo o meu rosto após prender os meus cabelos em um rabo de cavalo desajeitado.

Me encaro novamente e viro de lado, levantando minimamente a camiseta cinza de mangas longas. Minha barriga estava começando a ficar saliente, logo todos perceberiam.

Abro a gaveta e pego um teste, tinha comprado ontem, ele dizia semanas. Se aparece um era bem recente, dois também, mas três com um sinal de mais no lado podia ser muitas semanas.

Queria saber por mais quanto tempo conseguiria manter isso em segredo, se pelo menos poderia continuar fazendo isso.

Faço o mesmo e como imaginava, sabia que tinha engravidado entre novembro ou dezembro, era final de fevereiro precisa contar. Precisava ser responsável e procurar um médico.

[...]

Desperto com a claridade adentrando o quarto, havia esquecido de fechar as cortinas, olho o horário e eram quase sete da manhã.

Respondo as mensagens de Billie e deixo o celular sobre a cama, sigo rumo ao banheiro e escovo os dentes após jogar água gelada no rosto e ajeitar os meus cabelos até então bagunçados.

Pego o teste sobre a bancada da pia e o coloco dentro do bolso da calça de tecido que usava.

Abro a porta do quarto e ando até a cozinha. Vejo minha mãe sentada rente a bancada comendo devagar em silêncio.

- Bom dia. - Diz baixo e sorrio minimamente em resposta.

Abro a geladeira e pego a caixa de suco de laranja, coloco um pouco em um copo e me sento de frente de Catarine.

- Preciso te contar uma coisa. - Resmungo e sinto o peso de seus olhos em mim. - Tenho a consciência que não é o melhor momento, que deveria esperar mais alguns meses, poderia ter contado antes do papai ir, mas achava que aquele era o momento mais difícil e do mesmo jeito deveria esperar. Acontece que não tenho mais meses 'pra que possa esperar. - Digo devagar nervosa brincando com o copo entre os meus dedos.

- Certo, pode me contar. - Escuto sua voz calma e a encaro pela primeira vez.

- Estou grávida. - Falo baixo.

Seus olhos se arregalaram minimamente e nenhuma palavra saiu de sua boca. Permiti com que minhas lágrimas escapassem silenciosamente.

- Sinto muito. - Sussurro e coloco o teste sobre a bancada.

- Okay Heaven, tudo bem querida, tudo bem. - Levanta e vem em meu encontro me abraçando.

Deixo com que meu choro saia livre e alto pelo tempo que precisei.

- Contou 'pra Billie? - Pergunta e nego com a cabeça. - Precisa contar, 'pra ela e 'pra família dela. Tem que ir ao médico. - Diz e concordo.

- Podemos esperar... Só poucos dias? Quero escolher as palavras 'pra contar.- Peço e a mesma concorda.

- Heaven, eu amo você, é uma das coisas mais importantes da minha vida. Você e sua irmã me mantém viva. Tudo está bem, tudo vai ficar bem se estivermos juntas. - Declara com lágrima nos olhos após puxar meu rosto para a encarar.

- Eu amo você mãe. - Sorrio a abraçando.

Astronomy • Billie Eilish [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora