43; 4:27 AM

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Uma semana tinha se passado desde o dia que meu pai foi internado, era dolorido todo dia parecia ser igual ser o mesmo, entretanto os seres humanos tem a capacidade de se adaptarem em inimagináveis situações. Às vezes olhamos para pessoas passando por certas coisas e pensamos com nós mesmos que não daríamos conta ou que não conseguiríamos e na realidade passamos por algo igual ou ainda mais complicado só não percebemos isso. São apenas pontos de vistas diferentes.

Criamos uma rotina com tudo isso; Minha mãe ficava com Ed pela manhã até parte da tarde, Sun e eu revessávamos para Catarine ir trabalhar, o resto da tarde e a noite seria minha e a madrugada a Sun e vice versa durante os dias. Hoje não ficaria de madrugada.

- Se precisar de algo me liga, tudo bem? - Billie questiona assim que estaciona o carro da sua mãe do outro lado da rua, em frente ao hospital local tão frequentado por mim ultimamente.

- Ligo, não se preocupa. Preciso ir, não se atrasa 'pra sua consulta mas também não dirige rápido. - Falo retirando o cinto de segurança e escuto a risada baixa da minha namorada.

- Não irei dirigir de pressa, mando mensagem assim que chegar lá. - Fala pegando uma garrafa de água jogada pelo painel do carro. Três dias o carro na mão dela e vira essa bagunça por dentro.

- Vou esperar. - Sorrio sem deixar meus dentes a mostra. - Se cuida, te amo. - Me aproximo e selo sua bochecha pois sua boca estava ocupada com a garrafa.

- Eu te amo. - Junta nossas bocas em um selinho gelado, por conta da água. - Manda mensagem que venho te buscar. - Diz atirando a garrafa vazia no banco de trás.

- Não Billie! Me dá essa porra aqui, olha a bagunça desse carro, caralho. - Retruco.

- Ai Heaven... - Resmunga me entregando a garrafa devagar.

- Mando mensagem, te amo, beijo. - Junto nossas bocas em um selinho seguido de outro antes de segurar minha mochila e abrir a porta do carro saindo do mesmo.

Ando em passos rápidos para dentro do hospital, cumprimento algumas enfermeiras no caminho e entre um e outro cumprimento me livro da garrafa plástica vazia. O elevador abre as portas no terceiro andar, pego minha identificação e ando em direção ao quarto. Abro a porta vendo uma das enfermeiras monitorando. Elas vinham de tempos em tempos.

- Boa noite. - Falo calma e fecho a porta.

- Boa noite Heaven, sua mãe saiu há uns dez minutos por conta do trabalho então vim dar uma olhada no Ed. - Explica e concordo com a cabeça me livrando da mochila após pegar o celular, me sento no sofá confortável de dois lugares. - Tivemos que induzir ao coma. - Revela.

- Ah eu sei, minha mãe me ligou mais cedo e contou tudo. - Sorrio minimamente.

- Sei que é complicado mas pode falar com ele como todos os dias, existem diversos relatos de pessoas que ficaram em coma que quando voltaram disseram ouvir tudo o que acontecia ao seu redor. Pode o ajudar a continuar forte. - Aconselha e concordo sem dizer nada.

A enfermeira deixa o quarto após a nossa breve conversa, suspiro e desbloqueio o celular mandando mensagens para Sun e minha mãe para então responder algumas pessoas aleatórias. Faço minha lição de casa concentrada na música que soava aos meus ouvidos, os professores estavam pegando leve comigo mesmo que o conteúdo que estivessem passado fossem os que irão cair nas futuras provas de final do ano letivo, mas elas estavam distantes de qualquer forma.

Guardo minhas coisas após acabar e remexo minha mochila atrás da barrinha de cereal que havia comprado mais cedo na cantina da escola durante o intervalo do almoço. Sussurro um merda tentando achar aquela droga e o teste de gravidez cai no chão.

Astronomy • Billie Eilish [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora