Astronomy • Billie Eilish [G!P]

36; The Gift Of Life

- Mãe? - A chamo assim que abro a porta e logo fecho a mesma, por isso não encaro a sala de estar de imediato.

- Filha, vem senta aqui. - Ouço sua voz e de imediato a encaro.

Meu pai estava lá, isso me fez ter certeza de que esse algo que teriam que me falar era muito sério ou complexo, talvez eles quisessem voltar. Seria um barato se não acabassem como da primeira vez daqui há alguns anos.

O que quero dizer é que; Em todos esses anos em que estiveram separados nada do que acontecia com o meu pai o trazia aqui em casa para contar, ele apenas ligava ou mandava mensagens contando quando tudo já estava bem. Isso de fato acelerou o meu coração em nervosismo.

- Oi pai. - Me refiro a ele enquanto colocava minha mochila no chão após devolver as minhas chaves ao bolso frontal da mesma.

- Heaven. - O mesmo se limita a dizer e levanta.

Ando em sua direção em passos largos e o abraço, sentindo seus carinhos sobre os meus cabelos. Faziam algumas boas semanas que não trocava nada além do que mensagens esporádicas com ele, se não conseguia dormir em casa quem dirá ir para o bairro vizinho muito longe de Billie.

Nosso contato dura alguns minutos até nos separarmos e ele se sentar ao meu lado no sofá, pegou minha mão direita e a acariciou entre as suas.

- Como está o namoro? - Indaga curioso.

Como não ia para a sua casa consequentemente não conversávamos sobre mais coisas após ele ter certeza de que eu estava bem.

- Bem, ótimo na verdade. - Sorrio sem mostrar os dentes.

- Quando poderei conhecer ela? Sem ser por fotos claro. - Pergunta brincando.

- Quando quiser, Billie iria adorar conhecer o senhor. Ela é gentil e simpática. - Falo e o encaro com certa ternura.

- Gostaria de fazê-lo o mais rápido possível. - Diz e franzo as sobrancelhas em um reflexo de extrema confusão.

- Ed... - Minha mãe interrompe o momento nos olhando do outro sofá que se encontrava a nossa frente.

- Certo, tudo bem, tudo bem querida. - O vejo suspirar olhando para baixo e então coloca uma das mãos em meu rosto fazendo um carinho. - Você sempre foi mais madura e racional, corajosa, forte. Não sei se é porque é mais velha, mas isso não vale 'pra mulheres não é? Sempre tão sábias. - Devaneia e sorrio diante das suas palavras. - Quis falar com cada uma de vocês separadamente; Sua mãe, você e Sun. Nessa ordem. A alguns meses atrás comecei a sentir dor nas costas, algo comum todos temos dores nas costas as vezes ou constantemente, cada um tem a sua própria realidade. Não era algo que me incomodava, a princípio analgésicos comuns me deixavam longe dela por boas horas. Depois analgésicos mais fortes, anti- inflamatórios, antibióticos e um dia senti tanta dor que fui 'pro hospital. - Faz uma pausa.

Estava odiando o rumo dessa conversa. Fecho os olhos brevemente puxando o ar discretamente. Meu coração continuava acelerado e a minha nuca começava a suar.

- Lá me fizeram exames e passei de médico em médico até ter o meu resultado. Heaven... - Me olha nos olhos, os seus estavam cheios de lágrimas e isso me quebrou.

Nunca iria esquecer desse olhar.

- Heaven eu tenho câncer. De pâncreas, estágio três. Descobri a algumas semanas e comecei o tratamento, pensei que pudesse não contar até tudo estar resolvido, mas os últimos resultados diante da quimioterapia não foram bons, talvez isso não se resolva e quero muito ficar com vocês o tanto de tempo que me restar. - Explica calmo.