Capítulo 22

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Jacarezinho, Rio de Janeiro.
18:48

BN.

Tinha acabado de chegar em casa, resolvi uns bagulho que eu tinha pra fazer amanhã e que ia ficar complicado pra caralho.

Passei o dia todo pensando na Ananda, papo reto, a gente tinha passado a manhã toda juntos conversando uma pá de coisa aleatória e pá.

Era estranhão isso, porque faz uma cota que eu não sou de ficar com ninguém, mas normalmente quando eu fico assim não me apego, ta ligado? é só uma vez, mas com ela, sei lá...

De tarde quando eu tava saindo da boca com p Ig trombei a irmã do Perigo, a Carol, me chamou pra tomar uma açaí agora de noite e de verdade, só vou porque tinha combinado com ela mais cedo, porque to muido de cansado.

Acho ela super firmeza, mas nunca fui próximo, ta ligado? só quando nós era novão, quando o pai dela era vivo e eu sabia por onde andava o meu.

Como ja tinha marcado né, tomei um banho e troquei de roupa rapidão, peguei o radinho em cima da cama e coloquei a peça na cintura.

Antes de sair de casa mandei mensagem pra ela avisando que tava descendo e aproveitei pra perguntar pra Ananda se tava tudo tranquilo por lá.

Peguei a moto e desci la pra praça, lá de longe vi a Carol sentada brincando com um cachorro na frente da sorveteria.

Parei do outro lado da rua e desci da moto, pra falar a real achei que ia ta ela e a Laiane aqui, como sempre, agora achei até estranho, porque sou bem mais próximo da Lai do que dela.

BN: iae cria. -cumprimentei ela com um aperto de mão, ela sorriu e eu me sentei.- cadê a Lai?

Carol: cara, ela nem pode vim.

BN: a sim, to ligado. -ela sorriu sem graça e voltou a brincar com o cachorrinho.

Carol: olha que bonitinho quem veio ficar comigo até tu chegar.

BN: ô cachorrinho feio, viu? -nos rimos.

Carol: não fala assim dele, se o Perigo não fosse tão chato levava ele pra casa.

BN: é ele nem curte, né

Carol: nem um pouco. -voltou a me olhar.- vamo pedir?

Nós começamos a olhar o cardápio e acabou que pedimos os dois açaí com batata frita, trocamos umas ideia e pá, sobre uns bagulho meio nada a ver até o açaí chegar e nós começar a comer.

Carol: tu e o Azevedo são amigos de cotas, né?

BN: mano, desde menorzin mesmo, te vi crescer - ela deu uma risadinha e voltou a tomar o açaí.

Carol: sai dessa, nós nem tem tanto tempo de diferença assim.

BN: tu não tem 15 anos?

Carol: vai se foder BN -dei risada da cara dela e a mesma me deu dedo.- tenho 19.

BN: mudou muita coisa não, quando tu nasceu eu já tinha 6 anos, já era um menor gatão e trajado

Carol: meu Deus, bem que a Ananda fala, tu se acha pra caralho, né?

BN: ela fala isso mas se amarra em mim, sabe que sou tudo isso mesmo.

Achei estranho pra porra a expressão da mina, mo arqueada de sobrancelha esquisita, como se eu tivesse dito um bagulho super absudo, oxe.

BN: qual foi dessa cara ai?

Carol: cês são amigos agora?

BN: nós se aproximou pra caralho esses ultimos dias.

Carol: a é, antes dela viajar me disse que no último baile que foi dormiu na sua casa. -assenti balançando a cabeça. mo estranho isso, cês não se curtiam nem um pouco e do nada tão próximos. -deu um sorrisinho e levantou a cabeça me olhando.

BN: os opostos se atraem, né? -ela murmurou um uhum e os dois ficamos em silêncio por um tempo.

O clima meio que pesou quando o assunto foi a Ananda, de verdade eu não entendi, mas achei melhor não continuar aquele papo.

BN: vai fazer faculdade?

Carol: pra ser sincera eu não queria, mas o Perigo não me deu outra opção, então vou começar o primeiro semestre de veterinária.

BN: caralho que foda.

Nos dois ficamos uma cota conversando sobre esse bagulho de faculdade, comecei a falar a ela que eu numca quis fazer, mas me arrependo e esses carai.

Carol: caralho, vai dar 20h já... -disse olhando o celular.- 19 anos na cara e ainda tenho horário pra chegar em casa dia de semana. -deu risada e eu fiz o mesmo.

BN: bora, te levo lá.

Carol: pode ficar tranquilo, eu vou andando ai na moralzinha e pá.

BN: não man, te levo tranquilo.

Carol: se você insiste...

Dividimos a conta e fomos até a moto, quando ela já tinha subido na moto, arrastei a mesma e fui em direção a casa dela.

Questão de 3 minutos ja tinha parado na casa dela e ela desceu da moto.

Carol: obrigada, de verdade mesmo. -disse me entregando o capacete.

BN: nós se bate por ai. -ergui a mão pra cumprimentar ela.

ela deu um sorriso e logo se aproximou de mim, de início eu nem entendi, mas quando cai na real que ela ia me beijar dei pra trás na hora.

Carol: o que foi? -se afastou.

BN: ta maluca porra?

Carol: ué, mas tu namora?

BN: não namoro, mas tem uma pessoa ai... enfim, é independente parceira, não é assim os bagulho.

Carol: caralho BN, vai se foder. desde sempre isso, antes eu era muito nova, e agora? qual é a desculpa da vez? você sempre soube que eu gosto de você.

BN: eu soube? sai dessa Carol mano. -ajeitei o radinho na cintura e logo voltei a olhar pra ela.- a Ananda sabe disso?

Carol: o que ela tem a ver com esse assunto? quando ela botou o pé aqui eu já queria ficar contigo.

BN: responde minha pergunta caralho.

Carol: sabe BN, contei a ela naquele dia... -ela mudou a feição dela totalmente.- então é ela?

BN: o que?

Carol: é a Ananda essa "pessoa" -fez aspas com as mãos.- vai se foder, é claro, ela iria dormir na sua casa e ia perder a chance de te dar? logo ela? -deu uma risada ironica.

BN: presta atenção como você fala dela. -segurei o rosto dela.- nunca rolou nada entre eu e ela e o motivo sempre foi você, tenho certeza. então baixa esse teu nariz, tendeu?

- o que ta acontecendo aqui? -uma voz feminina surgiu do meu lado esquerdo assim que eu soltei o rosto dela.

Carol: nada Lai. -disse com os olhos cheios de lagrimas.

BN: fé ai. -acelerei a moto logo saindo dali, indo em direção ao barraco.

Cabeça tava a mil, fazia sentido agora aquele bagulho todo da Ananda não querer e pá.

Mulher do PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora