Capítulo 25

2.7K 174 10
                                    

Morro do Jacarezinho
08:15

BN

Perigo: eu já falei dez vezes que eu não quero ninguém vendendo na pista, mas parece que nesse caralho as coisas só são levadas a sério quando alguém se fode, né? -disse entrando na boca.- essa porra aqui é cheio de criança, eu não quero nenhuma delas virando uns drogadinhos de merda igual a vocês e vim familia botar dedo na minha cara dizendo que a culpa é minha.

BN: isso já vem sendo avisado a anos, se eu mesmo passar e ver um dos caras na pista vai ser cobrado.

Perigo: o próximo que não estiver em cima da laje vai se foder na minha mão. -falou terminando de entrar e foi direito para quartinho das armas.

cada dia parece que as coisas ficam mais complicadas nesse lugar, de verdade, me cansa ter que falar mil vezes a mesma porra.

terminei de confirmar os bagulhos que chegaram ontem e as vendas, como faço todo dia, chamei o PH e pedi para que ele fosse olhar se chegava mais alguma coisa ainda hoje.

assim que confirmei os bagulho meu celular ligou a tela, mostrando a foto da Ananda e logo em seguida o som do toque soou. peguei o mesmo em cima da mesa e atendi.

Ligação 📲

BN: desenrola

Ananda: ta falando assim comigo por quê? ficou maluco foi?

BN: fala logo o que tu quer parceira

Ananda: tô aqui do lado do colégio, venha me buscar.

BN: pra quê?

Ananda: a gente não tem que conversar sobre a tal viagem lá do Thiago?

BN: Thiago -murmurei.- esqueci de falar com o Perigo, marca 10 ai.

Desliguei a ligação e fui direito pra onde o Perigo tava, tinha esquecido de verdade que tinha falado isso com ela.

Perigo: o que é? -disse assim que eu abri a porta.

BN: DG -fiz sinal pra ele sair e ele fez.- preciso que tu suba pro meu barraco na saída de cima agora.

Perigo: pronto, vai me comer sem nem pagar um jantar antes. -me olhou com deboche.

BN: tô indo buscar a Ananda, ela precisa conversar um bagulho com a gente.

Perigo: eu nao falei pra só fazer isso me caso de emergência. -dei ombros e ele assentiu com a cabeça.

Sai dali e fui direto pra onde estava minha moto, subi nela e sai em alta em direção a saída no parte baixa.

Assim que virei a esquina já vi ela que me cumprimentou com um sorriso e subiu na garupa, coisa de cinco minutinhos já estavamos na casa.

Ananda: cadê o Perigo?

BN: subindo. -me sentei no sofá e peguei o celular.

Ananda: por que cê tá assim comigo? -olhei pra ela que estava de braços cruzados na minha frente.- anda, fala.

BN: queria que eu estivesse como depois de descubrir que tu me escondia um bagulho que eu deveria saber, logo em seguida ter que ouvir que tu vai viajar com o cara da facção rival?

-como é que é? - uma voz masculina surgiu atrás de mim fazendo nos dois olhar.

BN: susto da porra.

Perigo: ta devendo? -me encarou e depois voltou a olhar pra Ananda- me explique essa porra ai.

Ela começou a contar tudo, uma pá de baitolagem com o filho da puta do TH, nem me esforcei pra entender, tô pouco me fodendo pra isso agora.

Depois de umas meia hora naquele papo já estavam os dois calados pensando em uma solução pra isso.

Perigo: você vai... -quebrou o silêncio.

BN: é o que?

Perigo: ela vai, mas não sozinha. Amanhã PH, Pacazin, Scooby, DG, Renan e eu estamos descendo cedo pra área do Rei, ele deve saber pra onde o Tubarão tá mandando as crias deles.

BN: cê deve ta ficando fumado, né? acha mesmo que essa porra vai dar certo?

Perigo: sexta, sabado, domingo e os caralho a quatro vou ta na cola de vocês -disse olhando pra Ananda- mas qualquer chamada de numero restrito atenda, se der alguma merda te aviso o mais rápido possível.

Apenas suspirei e me levantei pra sair dali, cabeça já tava a mil com essas situações.

Ananda: BN, ta indo pra onde? nós dois precisamos conversar...

BN: cê tem meu número cria. -passei pela porta e logo montei na minha moto.

melhor que eu faço é voltar a trabalhar, manter o meu. segurança de irmãzinha de dono de morro é garantida, quero ver de vagabundo.

Mulher do PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora