Mulher do Poder

Capítulo 45

Jacarezinho, Rio de Janeiro
17:36

Me fiz de forte mas logo as lágrimas escorreram pelo meu rosto, no mesmo momento sai de perto delas indo em direção a porta da casa, saindo da mesma.

Assim que saio e fecho o portão da frente sinto uma moto encostar do meu lado.

: tá indo ta onde? - ouço a voz falar e logo olho pro lado vendo o Perigo. - tá chorando por que?

Ananda: ia falar com você, preciso de um favor. - ele balançou a cabeça pedindo pra que eu falasse. - preciso de alguma casa aqui no morro e no máximo um mês pra eu conseguir me ajeitar pra começar a pagar as despesas

Perigo: pra quê? tá maluca? sua casa é essa ai. o que rolou?

Ananda: Azevedo, eu preciso de uma casa pra mim, não dá pra eu ficar vivendo a suas custas a vida inteira.

Perigo: sabe muito bem que não é assim, nos ja tinha planejado tudo, não foi? entrando em um acordo que vocês só iam sair de casa depois que terminassem a faculdade ou um curso lá.

Ananda: esse seu planejamento é com a sua irmã, eu nem o seu sangue tenho. - ele arqueou a sobrancelha me olhando. - você pode me ajudar, por favor?

Perigo: ô Ananda, quando que esse assunto de sangue foi discutido entre a gente? você é minha irmã, assim como a Caroline, que porra de papo errado é esse?

Ananda: parceiro, tem como você me ajudar ou não? porque eu não passo mais um dia morando ai.

Perigo: entra, vamo conversar lá dentro. - ele desligou a moto e desceu da mesma.

Ananda: não, não vou entrar ai.

Perigo: Ananda, eu não tô pedindo, eu tô mandando!

Ananda: e quem é você?

Perigo: a porra do dono disso aqui e tô mandando você entrar nesse caralho.

ele segurou meu braço e me puxou pra dentro do portão após abrir o mesmo, ele foi me puxando em direção a dentro da casa e eu o tempo todo pedindo pra que me soltasse.

assim que passamos pela porta ele me empurrou pra dentro da casa e virou para a porta fechando a mesma.

Perigo: quero ver você sair desse caralho agora, cê vai sentar ali e me explicar que show é esse!

Lai: Azevedo, pelo amor de Deus, ainda bem que você chegou.

Carol: de show essa Ananda bem entende mesmo. - disse vindo na direção onde eu e ele estávamos.

Ananda: tire o meu nome da sua boca.

Carol: ou o que? vai me bater de novo, sua puta? se você soubesse o que eu vou fazer com você.

Perigo: que palhaçada é essa? - disse segurando o braço da Caroline que já tava bem proxima de mim. - vocês tão tirando com a minha cara?

Carol: vai defender ela de novo, Guilherme?

Ananda: defender de quê garota, você tá maluca?

Perigo: cala a porra da boca as duas, que porra tá acontecendo aqui?

Lai: elas duas estão discutindo chegando até a se bater.

Perigo: é por isso que você quer ir embora? - disse se direcionando a mim.

Ananda: eu não preciso mais de dó de ninguém, Perigo. Não vou ficar aqui ouvindo essa garota falar merda e jogar da minha cara que eu sou um fodida porque meu pai fez aquilo

Perigo: você falou isso, Caroline? - ela deu os ombros soltando o braço dela da mão dele. - qual o motivo dessa agonia toda de vocês duas?

Carol: a sua irmãzinha ai que é uma sem caráter, diz ter consideração por mim e na primeira oportunidade tava sentando pro BN sabendo que eu tenho interesse nele.

Perigo: quantas vezes já falei com vocês sobre se envolverem com cara envolvido? ainda mais o meu braço direito. não posso proibir nenhuma das duas em nada lá fora, mas aqui dentro da minha casa vocês não vão brigar por homem, ainda mais o BN! vocês estão ficando malucas? e outra coisa Caroline, próxima vez que você abrir a boca pra falar do passado da Ananda pode ter certeza que eu vou fazer questão de te quebrar na porrada no campo lá de cima. e você Ananda tinha que ter a mínima consideração por mim que sempre fiz se tudo por vocês duas e me poupar de ouvir certas coisas da sua boca. vocês duas são minha irmãs, independente de como entraram na minha vida. Agora sobe as duas e se eu ouvir qualquer uma discordando eu vou fazer subir na marra.

Naquele momento reconheci que fui errada na forma em que falei com o Perigo, então preferi ficar calada e realmente subir para o quarto, até aproveitar e arrumar minhas coisas, porque pode não ser hoje, mas vou sair dessa casa.