capítulo 11

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Continuação.......sua esposa nunca vai saber, não há motivo para enervá-la Você pode esquecer sobre
nós dois.
— Onde ele está? No apartamento?
Sophie percebeu que Ettore não dera importância a uma só palavra do que
ela dissera, além do fato atordoante de ser pai. E onde mais ele podia achar que o
bebê estava? Na lixeira? Que tipo de mãe ele pensava que ela era? A ansiedade
transformou-se em acidez em seu estômago ao vê-lo passar chispando escada
acima, pulando os degraus de dois em dois.
Sophie apressou-se atrás dele. As atitudes de Ettore não eram as de um
homem que pudesse dar de ombros e ir embora desprezando a existência de um
filho ilegítimo, embora essa oportunidade lhe tenha sido dada de bandeja. Mas
então não compreendera que ela não iria fazer exigências? Sophie raciocinava às
pressas enquanto ele escancarava a porta do apartamento e invadia o espaço.
Chegou na sala ao mesmo tempo em que Ettore, e tentou impedi-lo,
segurando-o pelo braço. Mas recebeu dele um olhar tão selvagem quanto um
ataque físico.
— Onde ele está?
Ettore não esperou resposta e se dirigiu para a porta de um dos dois
minúsculos quartos.
Ele era impossível! Grande, dominador e tudo o mais.
Resignada, ela abriu a porta do quartinho que Tim lhe permitira usar e se
colocou de lado dando passagem a Ettore.
Será que olhar saciaria sua curiosidade? Ficaria satisfeito? Bem provável que
não. Não era homem de se satisfazer facilmente. E corou ao lembrar como ele era
insaciável quando estavam na ilha.
Uma olhada em seu filho jamais seria suficiente, calculou. E ele observou o
menino demoradamente, procurando absorver cada detalhe daquelas feições
diminutas emolduradas por cabelos pretos e sedosos.
Finalmente, virou-se, e a ternura tingida de orgulho que ela estava certa de ter
reparado em sua expressão transformou-se em violenta agressividade quando ele
falou:
— Precisamos conversar.
— É claro.
Com a postura ereta, Sophie avançou para a sala de estar.
— E talvez agora você me escute.
Ela se recusou a se deixar intimidar. E recusou-se, a um gesto dele, a sentar-
se no sofá de três lugares.
— Como eu disse... — Eu sei o que você disse — ele a cortou bruscamente.— Sem exigências.
Segredos. Você imagina, por um segundo sequer, que eu me envergonharia em
reconhecer meu próprio filho? Sangue do meu sangue! Que eu não me importaria
com ele, deixando-o crescer sem pai, contando apenas com o último amante de
sua mãe para providenciar-lhe um teto e pão para sua boca? Deixar que ele seja
criado com negligência, sem segurança e sem princípios morais que o guiem? — Como ousa dizer isso? — despejou Sophie, profundamente ofendida. Ela
colocou as mãos firmemente nos quadris — Hipócrita! Onde estavam
seus princípios morais quando você me seduziu, fez promessas, me levou para a
cama, e durante o tempo todo estava comprometido em desposar outra mulher?
Os grandes olhos cinzentos de Sophie brilharam em sinal de triunfo quando
reparou no transtorno de Ettore. Os longos cílios escuros baixaram. De repente,
Sophie sentiu a compaixão inflar dentro dela como uma bola. Não entendia por
que, mas detestava vê-lo em desvantagem, muito embora soubesse que ele
merecia cada palavra que ela dissera.
Ettore  não era homem de se deixar abater facilmente. — Não faz sentido revolver os pecados do passado quando precisamos nos
concentrar no presente e no futuro do nosso filho.
Ele viu quando o lábio inferior de Sophie tremeu, O coração dele saltou ao
rememorar como aquela boca correspondia aos seus beijos.
Cedendo ao pedido de sua irmã ele se dirigiu para a isolada casa de férias da
família. — Só por quarenta e oito horas para ver como Sophie está lidando com as
crianças. Tenho certeza que ela está indo bem. Durante as semanas em que
esteve conosco, foi perfeita. Pode me chamar de chata, mas eu ficaria bem mais
descansada se você fosse.
E as quarenta e oito horas foram esticadas para três semanas.
Em sua primeira noite na ilha ele estivera profundamente abalado. O futuro de
sua vida pessoal lhe parecera de um vazio doloroso.
O acordo de longa data que ele tinha com Cinzia di Barsini, a filha única do
amigo de seu pai, fora negociado primeiramente pelos pais de ambos, e parecia
aceitável e normal. Nas altas rodas onde se movimentava, o casamento era
considerado como a fusão de várias empresas. Casar tendo como motivo a
efêmera emoção nomeada de amor era para seres inferiores. E não para pessoas
que carregavam nos ombros a responsabilidade por grandes indústrias e impérios
financeiros.
Consolidar fortunas era uma tarefa que devia ser desempenhada acima de
qualquer outra. Assim fora educado desde o nascimento.
Mas recentemente, algo dentro dele começara a se rebelar, a questionar.
Poderia haver algo mais do que uma união vazia em seu futuro?
Cinzia tinha sido sempre honesta, uma amiga e namorada confiável. — Não estamos loucamente apaixonados um pelo outro, mas essas
bobagens românticas são para aqueles que não têm nada na cabeça. Nós nos
respeitamos e nos valorizamos. Para adultos inteligentes essa é uma excelente
base para se construir um relacionamento. Nós iremos nos casar quando você
decidir que quer um herdeiro. Eu lhe darei seus herdeiros -— prometera Cinzia
logo após a morte do pai de Ettore, quando a família dela começou a pressionar
pelo casamento deles.
A mão fria de Cinzia o tocara e o sorriso dela, como sempre, era pura doçura
e luz.— Ao contrário de papai, eu entendo que a perda pela qual está passando
significa muito mais trabalho para você. Podemos esperar um pouco mais. Não
estou com pressa de me estabelecer, e como sua futura noiva permanecerei
intocada, isso nem precisava dizer. E, nesse meio tempo, se você tiver certas
necessidades, insisto para que as satisfaça sem que eu tome conhecimento.
Naquela época, ele não entendia a ausência do que as pessoas chamavam
de amor como um problema. Na camada superior da sociedade os casamentos por
conveniência familiar quase sempre funcionavam bem. Continua 🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭

A FUGITIVA 1(FINALIZADA).Onde histórias criam vida. Descubra agora