Capítulo Sete: Um Velho Conhecido.

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Octávia respirou fundo.

O rosto, as roupas e as mãos ainda sujas de sangue, mas ela não se importava com isso, não agora. Levi ainda estava desacordado, porém Apolo já havia lhe enfaixado a cabeça, e tinha ido buscar os cavalos.

Nem mesmo suas flechas a loira havia recolhido, não queria chegar perto dos corpos, e nem mesmo sabia o motivo. Ela já havia visto e feito carnificinas bem piores, então qual era o problema dessa vez?

--- Tro...Trovão... --- Octávia se virou a tempo de ver Levi abrir os olhos --- Octávia? O...que aconteceu?

O andarilho levou a mão para a lateral da cabeça, onde havia recebido a pancada e fez uma careta de dor. Estava encostado numa árvore, na sombra para fugir do sol quente, não muito longe dos corpos.

--- Eles levaram a pior. --- A loira sorriu, se levantando da pedra onde estivera desde que Apolo saiu --- Achei que fosse um pouquinho mais resistente.

--- Quando você levar uma pedrada na cabeça a gente conversa.

Octávia sorriu enquanto Levi se ajeitava no chão. Ela já tinha passado por coisas bem piores que uma pedrada.

--- Matamos todos? Onde está Apolo? --- Levi questionou, avaliando os pequenos cortes nos braços e pernas.

--- Matamos, e você está há dois metros dos corpos. --- Octávia andou até ele, se abaixando para ficarem na mesma altura --- Apolo foi buscar os cavalos, por sorte são bem treinados.

A loira examinou a faixa na cabeça dele, enquanto ele respondia:

--- Trovão sabe bem como agir em situações de risco. --- Sorriu, mas fez outra careta de dor --- Pedras são mais duras do que imaginei.

--- Você devia ver um curandeiro. --- A loira comentou, observando a faixa suja de sangue que envolvia a cabeça de Levi --- Taber está há uns dois ou três dias...

--- Eu vou ficar bem.

Octávia franziu as sobrancelhas para Levi e não disse nada quando se levantou, indo até os corpos, com intenção de pegar suas flechas.

Levi refletiu sobre o que deveria fazer. Ele sabia que a pancada fora forte, e que o ferimento era sério, mas não podia dar as caras e ver qualquer curandeiro, era um risco.

Porém, ele sabia de alguém em quem poderia confiar, e não estavam longe de onde poderiam encontra-lo...

O tropel de Trovão e Líria fez Levi sair de seus devaneios. Apolo, montado na égua branca, vinha puxando o alazão negro pelas rédias, ele nunca mais montaria naquele cavalo.

--- É bom ver que acordou, achei que ia morrer. --- Disse o loiro, saltando para o chão.

Levi revirou os olhos diante do deboche de Apolo, e o loiro sorriu amarrando os cavalos numa pinheiro próximo. Apolo procurou Octávia com os olhos, vendo a loira parada no meio dos corpos, ele franziu as sobrancelhas.

--- Consegue andar? Temos que sair logo daqui, não sabemos quantos desses ainda estão por aí. --- Considerou o loiro, se afastando dos cavalos.

--- Esse parecia ser o grupo todo, e não acho que eles tenham contado para mais alguém sobre a ideia de vir até essa floresta. --- Rebateu Levi --- Vamos almoçar, e então partir.

--- Acenda uma fogueira, já volto.

Apolo se afastou a passos rápidos e chegou até Octávia, a loira olhava as manchas de sangue e os corpos, um leve brilho nos olhos verdes, um brilho que não vinha da luz do sol, mas que vinha da sua magia.

As Palavras De Ninguém [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora