Levi cruzou os braços para Apolo, perguntando:
--- Essa madrugada? E se for uma armadilha?
--- E se a fronteira fechar? --- Rebateu o loiro, também cruzando os braços.
Os dois estavam no quarto que as gêmeas dividiam com Octávia, na hospedaria, a tarde estava quase no fim, e Apolo contava as notícias sobre a fronteira ao ex cavaleiro e a assassina.
--- Acho que devemos mesmo ir, se a fronteira fechar não teremos como passar. --- Octávia argumentou, sentada em sua cama, analisando as proteções que havia comprado.
--- Podem ser boatos falsos. --- Ice considerou.
--- Mas de qualquer maneira teremos que partir, independente de ser falso ou não. --- Alasca rebateu --- Podemos aproveitar os dias que faltam para a rainha chegar, e observar a movimentação e as rotinas no castelo.
--- Se todos querem partir, então vamos fazê-lo, mas Kalias está espreitando em algum lugar. --- O ex cavaleiro lembrou.
--- Bem, quem não arrisca, não petisca. --- Octávia ficou de pé --- Vamos partir para a Ponte Vermelha nessa madrugada.
Então eles passaram o resto do dia arrumando suas previsões e armas, para finamente, após tantas semanas, partirem rumo a Wells, e os planos de Yracedette e Ângelo.
Octávia calçou as botas de cano longo por cima das calças de couro, então pegou o manto azul jogado sobre a cama e o vestiu.
Era seu manto azul. Ela era, e sempre seria, a Assassina do Manto, querendo isso ou não.
Após colocar uma adaga no cinto e prender as proteções nos ombros e joelhos, ela guardou a espada na bainha, prendendo-a do outro lado do cinto.
Talvez nem sequer precisasse da espada, mas era um presente de Merlin, e ela queria que o feiticeiro estivesse lá de alguma forma, mesmo não tendo opitado por ajudar.
A loira desceu ao andar de baixo e encontrou as gêmeas já prontas. Os primeiros raios de sol começavam a brilhar sobre as casas em Temeron.
Ice, com os cabelos platinados, recém cortados na altura dos ombros, estava linda, Octávia não se lembrava de tê-la visto com os cabelos soltos, e pela primeira vez, via a bruxa como a jovem de dezessete anos que era, o arco de madeira branca numa mão, e a aljava presa a cintura.
Alasca tinha uma trança longa jogada sobre o ombro. As gêmeas usavam sobretudos escuros, mangas longas, sem capuz, afivelado na cintura, com a parte de trás longa como uma cauda.
--- Sem armas? --- Octávia questionou, não vendo nenhuma arma com a gêmea de olhos azuis.
--- Não vamos precisar delas, somos bruxas, e não pretendo deixar isso em segredo por muito mais tempo. --- Alasca respondeu, firme --- Melhor irmos para os estábulos.
--- Aqueles dois já devem estar impacientes. --- Ice tomou a frente.
Trovão, Líria e Xumbo, já estavam celados, Apolo e Levi esperavam as bruxas quando elas chegaram.
Levi não estava de capa, e o loiro também não, o ex cavaleiro, com calças e um gibão de couro, parecia nervoso, embora tentasse esconder.
Apolo estava muito bonito, e certamente mais calmo que o ex cavaleiro, usava uma blusa azul escura, de mangas longas, com detalhes pretos nas barras, no longo casaco preto e sem mangas, estava presa uma adaga, e as costas sua espada, dentro da bainha, numa faixa larga de couro atravessada como uma alça.
--- Prontas? --- Ele entregou as rédias de Xumbo para Ice.
--- Sempre. --- As três responderam, juntas.
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As Palavras De Ninguém [Concluído]
AvventuraCada um dos Doze Grandes Reinos de Jeter possuía uma longa lista de cavaleiros, homens e mulheres de honra e coragem que lutavam, matavam e morriam por seus reis. Jeter, um lugar onde a magia era proibida, fora expulsa de lá no século passado, e aqu...