Capítulo Trinta e Um: Temeron.

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Alter era uma dos reinos mais bonitos de Jeter, a agricultura e a pesca eram a maior fonte de renda dos moradores, principalmente na Cidade-Capital, Temeron, cortada por riachos e canais que desaguavam no Rio Cler, e este seguia até a costa, onde encontrava o Mar de Sal.

--- Acho que teremos de ficar alguns dias em Temeron, para preparar tudo de que precisamos para chegar a Wells. --- Apolo comentou.

O grupo agora seguia a pé, para dar descanso aos cavalos, haviam acabado de passar pela fronteira, o dia estava chegando ao fim, e o sol já sumia no horizonte, a trilha pela qual seguiam era uma estrada larga, com altos pinheiros ao redor.

--- Não se esqueça de que Kalias pode estar lá, e se não tomarmos cuidado podemos cair numa armadilha. --- Ice lembrou, ajeitando o manto nos ombros.

--- Você não deixa de ter razão, mas ele não me parece o tipo que trabalha em grupo, e após o fracasso que teve com arqueiros da última vez, talvez esteja completamente sozinho. --- O loiro rebateu.

--- Ele tem razão... --- Octávia concordou, puxando Líria pelas rédias --- Embora, Temeron seja muito perto de Wells e o príncipe possa mandar reforços para ele se quiser.

--- Estou preocupada com uma coisa, e se Yracedette já tiver chegado? --- Alasca, que puxava os cavalos dela e da irmã, disse --- O plano A não poderia ser usado.

--- De todo modo o B é mais seguro. --- Apolo refletiu --- E se ela já estiver lá, ele é o plano perfeito para nós.

O grupo ouviu o barulho de água corrente, então, após uma curva, se depararam com um riacho largo, de águas claras, uma ponte de madeira, muito bem feita, ligava uma margem a outra.

--- Temeron é a Capital das pontes, isso sim. --- Levi comentou, a espada presa a cintura, e as rédias de Trovão na mão direita.

--- Ah sim, e vamos enjoar delas. --- Octávia garantiu, sendo a primeira a começar a atravessar a ponte --- Dizem que o castelo fica no meio das águas, será verdade?

--- Não duvido. --- Apolo a acompanhou, tomando as rédias de Líria das mãos da loira --- Tudo naquele reino parece ter sido feito no meio dos riachos.

--- Ouvi uma história, o feiticeiro que nos treinou quem me contou, dizia que Alter, assim como Brunis, era um dos poucos reinos onde a magia havia se instalado com perfeição, ajudando os humanos normais a se erguerem, antes das Caçadas, obviamente, e por isso são reinos tão bonitos. --- Alasca contou.

--- Brunis é um deserto! --- Exclamou a loira logo a frente --- Já estive lá, não tenho nada contra, é até bem interessante, mas muito quente, tem areia demais.

--- Isso tudo e nem fomos ao Deserto Branco. --- Ironizou Apolo, chegando primeiro do outro lado da margem --- Porém, ela estragou um casamento, e eu ganhei uma cicatriz por causa disso.

--- Que horror, estragar um casamento. --- Alasca franziu as sobrancelhas --- Não tenho cicatrizes, mas quase ganhei uma, no meu primeiro treino com espada cortei a perna, mas a marca sumiu com o tempo.

--- Eu tenho algumas cicatrizes. --- Octávia contou, quando todos já estavam caminhando do outro lado da margem, numa trilha mais estreita --- Ganhei com o tempo, marcas de flechas na perna, e fui apunhalada nas costelas uma vez.

--- Tenho duas cicatrizes de espada, uma no joelho e outra no ombro. --- Levi contou --- Ganhei-as numa missão com Merlin.

Eles desceram uma pequena colina, e avistaram os telhados das casas lá em baixo, as luzes começando a serem acesas a medida que o sol sumia.

Octávia contou três pontes no meio da cidade, e viu a silhueta do castelo ao longe, a bruxa xingou baixinho, surpresa com a beleza da capital.

--- Espero que o número de cicatrizes de ninguém aqui cresça, então vamos logo. --- Disse Ice, tomando a frente na descida até a cidade.

As Palavras De Ninguém [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora