Capítulo Quinze: As Gêmeas do Gelo.

109 34 242
                                    

Octávia observava as recém chegadas anciosa, temendo pela vida se seu amigo.

--- O quê aconteceu? --- A gêmea de olhos brancos perguntou, numa distância segura do trio --- O quê houve com ele?

A jovem indicou Apolo com os olhos, frios como gelo.

--- Fomos atacados. --- Levi respondeu, segurando Trovão e Líria pelas rédias --- Ele foi atingido por uma flecha de sangue.

--- Flecha de sangue?! --- A gêmea de olhos azuis tomou a frente, levando a mão ao peito --- E por que ainda estão aqui?

--- Não tem um vilarejo por perto, e não sabemos como parar o veneno. --- Octávia respondeu, segurando a mão de Apolo --- Vocês...podem ajudar?

As gêmeas trocaram olhares.

O desespero de Octávia as comoveu, então a gêmea de olhos azuis se abaixou ao lado da loira, deixando a bolsa que trazia no ombro de lado.

--- Escute com atenção, nós vamos ajuda-los, mas não podem contar a ninguém sobre o que vamos fazer, devem agir como se nunca tivessem nos conhecido, entenderam? --- Ela olhou Octávia nos olhos.

--- Sim, só o ajude. --- A loira pediu, respirando fundo, para conter as lágrimas.

--- Então, vamos fazer isso? --- A gêmea de olhos brancos levantou a sobrancelha para a irmã, que assentiu --- Você, vá buscar água no riacho, e pegue o quanto conseguir da alga vermelha que cresce nas encostas, entre as pedras. --- Ordenou a Levi.

--- Para que as algas? --- Ele franziu as sobrancelhas, pegando um cantil.

--- Elas neutralizam o veneno, e ajudam na cicatrização. --- Ela respondeu se abaixando junto a irmã --- Deixe sua capa aqui, vou precisar dela.

Levi retirou a capa a contragosto, então foi montado em Trovão que partiu para o riacho, deixando as três jovens com um Aplo desacordado.

Octávia pode reparar melhor nas gêmeas enquanto elas tiravam o colete e a blusa ensanguentados de Apolo.

A de olhos azuis, teve os cabelos revelados quando o capuz caiu, eram longos, num tom estranho de castanho que Octávia notou não ser natural, os da outra estavam presos num coque firme, e seus vestidos não pareciam apropriados para uma caminhada.

--- Como se chamam? --- A gêmea de olhos azuis perguntou, cortando com uma faca a capa de Levi em tiras.

Octávia hesitou. Aprendera a não revelar seu nome a qualquer um, e as moças eram duas estranhas, porém, estavam ajudando Apolo, e isso lhe bastava.

--- Sou Octávia, esse é Apolo, e o que saiu é Levi. --- Ela pegou um dos pedaços da capa para secar o suor do rosto do amigo --- E vocês? Como se chamam?

--- Sou Alasca, e essa é minha irmã Ice. --- Os olhos azuis dela fixaram os de Octávia --- Mas, sugiro que esqueça nossos nomes.

Antes que Octávia pudesse rebater, Ice, com os olhos brancos sérios, puxou de uma vez o que restava da flecha da clavícula ensanguentada de Apolo.

Com agilidade, Alasca pressionou o ferimento com um pedaço de pano, e Octávia perdeu o fôlego quando Ice começou a usar magia.

A moça dos olhos brancos fez magia serpentear por entre os dedos, e deles através do pano, para dentro do ferimento. Era suave como uma névoa.

Octávia assistiu em silêncio, Apolo permanecia inconsciente.

O pedaço de tecido foi ficando molhado, mas não era de sangue, Octávia percebeu que o líquido viscoso que marchava o tecido era veneno.

As Palavras De Ninguém [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora