You Belong With Me || Mick Schumacher

11. the one that you belong

"- Você quer provas? – Disse o moreno, sussurrando em meu ouvido. – Vou te provar que não sou o único que só tenho olhos para você nessa mesa. "

Talvez você tenha me provado mesmo, Charles.

Me provou que estou apaixonada por quem eu não deveria estar.

Mick

Provavelmente já havia se passado mais de uma hora desde que acordei, mas eu apenas seguia encarando o teto. O clima ameno de Barcelona adentrava meu quarto pelas frestas das janelas que eu havia esquecido abertas na noite anterior, em que eu me encontrava totalmente fora de mim – e a culpa não era só da bebida. A culpa tinha olhos apaixonantes, cabelos castanhos e um gosto doce que eu gostaria de esquecer.

Mas eu não iria esquecer tão cedo.

No dia anterior

- Sim, idiota, você precisa ir! É Barcelona, vamos aproveitar o começo da temporada, por favor. Além do mais, sua garota também vai. Já dei um jeito de ter certeza disso. – Disse Robert, me empurrando para o banheiro.

- Rob, eu não tô no clima, cara. E que diferença faz se Eduarda vai ou não? – Respondi, tentando parecer indiferente quando falei de Duda.

- O fato de você saber a quem estou me referindo quando digo "sua garota" já me diz tudo, Schumacher. Você não precisa disfarçar pra mim, até porque nem consegue. Está estampado na sua cara.

Bufei, me mantendo quieto.

Eu queria disfarçar – minha intenção era que nunca ninguém percebesse que eu, talvez, estivesse apaixonado pela minha engenheira. O fato de trabalharmos juntos já era problema o suficiente para esse relacionamento não acontecer, mas o principal fator era que com certeza Eduarda merece algo melhor.

Como Charles Leclerc.

Charles era perfeito para ela. O monegasco era talentoso, piloto da maior Scuderia da Fórmula 1 – não um simples piloto de uma categoria de base. Além disso, a tratava como uma princesa, tinha uma aparência que chamava a atenção de todas as garotas e ainda sabia fazê-la rir. Eu poderia tentar, mas nunca chegaria aos pés de Leclerc.

- Eu vou, Rob, mas não voltarei tarde. Não tô afim de sair hoje.

Robert revirou os olhos, se jogando na cama e pegando seu celular para jogar algo enquanto me esperava.

Me arrumei rapidamente, colocando uma calça e camisa preta e dando uma leve ajeitada em meu cabelo. Rob já estava de pé, me apressando a cada segundo, dizendo que estávamos atrasados. Saímos do hotel, finalmente indo até o bar que a equipe havia reservado.

As luzes coloridas do local davam uma atmosfera ainda mais caótica para aquilo que Robert me disse que seria uma "confraternização" – estava longe de ser algo tranquilo, parecia mais uma rave. Tentei relaxar e durar no mínimo uma hora no evento, para não levar a fama de sem graça que Shwartzman gostava tanto de espalhar para todos.

A verdade era que, desde o jantar em Baku, meu ânimo para fazer qualquer coisa fora do trabalho com Eduarda era zero – não por culpa da garota, mas por pura frustração pessoal. Era doloroso demais vê-la com outro, doloroso demais saber que eu não tinha chances. Com ela no mesmo recinto, não conseguia me manter longe – e cada vez que me aproximava, mais difícil ficava de manter os pés no chão em relação aos meus sentimentos.

O jeito que Eduarda estava naquela noite também não me ajudava nem um pouco – ela sempre estava linda, mas ali, mesmo com a iluminação precária do ambiente, ela estava radiante.