"- Nós precisamos conversar.
É, loirinho. Talvez precisássemos mesmo."
Mick
Minhas mãos tremiam enquanto ouvia a ligação chamando, esperando o contato do outro lado da linha atender.
- Mick! Como você tá, garoto?
Escutei, finalmente, a voz de Sebastian no celular. Respirei fundo, me jogando na cama e pensando por onde começar.
- Eu preciso de uma ajuda. Deu tudo errado, Seb. Eu estraguei tudo.
- Ei, calma. Me explica o que aconteceu.
E então eu contei. Falei absolutamente tudo – como me senti feliz quando nos beijamos, como me senti vazio quando acordei sem Eduarda ao meu lado, o que se passou na minha cabeça quando a vi com Charles, e meu desespero ao vê-la ir embora do meu quarto, sem nem ter a chance de me explicar. Desabafei sobre todos os altos e baixos, sobre todos os meus sentimentos. Me sentia um garoto de 15 anos, sem noção alguma de relacionamentos, mas no momento era exatamente isso que eu era: um garoto sem rumo. Não sabia o que fazer para consertar a situação.
- Mick. Por que diabos você falou para Robert que não lembrava de nada?! – Seb perguntou, incrédulo.
- Eu fiquei nervoso! E além do mais, não queria a deixar sem graça. Ela gosta do Charles, Seb. Com certeza morreria de vergonha se soubessem que ela beijou alguém como eu. – Resmunguei, franzindo as sobrancelhas, frustrado.
- Garoto, você tem que entender uma coisa: se ela gostasse de Charles, ela estaria com ele. Pare de se comparar com ele, pare de se menosprezar! Você não vai chegar a lugar algum assim. Mick, ela não ficaria chateada de você ter dito que nada aconteceu se ela não tivesse gostado do que vocês tiveram ontem. Preste atenção nas coisas, nas ações dela.
Passei as mãos no rosto, tentando tirar da minha cabeça que era quase impossível a garota gostar de mim. Sebastian estava certo, ela devia ao menos sentir algo – por mais mínimo que fosse – e era nesse sentimento que eu iria me apegar.
- O que eu faço, Seb?
E foi assim que acabei em sua porta naquela noite. A encarei em silêncio por alguns segundos, até ouvir a voz da garota finalmente me respondendo.
- Entra.
O relógio já marcava quase meia noite, e a quietude no quarto era ensurdecedora. Eu não parava de andar de um lado para o outro, mas não conseguia emitir som algum. Duda estava ficando sem paciência, encolhida em seus pijamas, esperando o que viria a seguir.
Ela estava pronta para falar algo, mas resolvi me pronunciar no mesmo momento.
- Eu fui falar com Sebastian.
Duda cruzou os braços, com uma feição confusa.
- Certo. E...?
- E eu sei o que eu preciso fazer. – Respirei fundo. – Mas não sei se tenho a coragem necessária.
Minhas mãos suavam frio, e meu coração parecia que ia sair pela boca. Com ela ali, da forma mais linda possível, eu não conseguia juntar forças para falar o que eu sentia – simplesmente não conseguia. Eduarda parecia um sonho, um desejo inalcançável, e eu me sentia patético em sua frente, pronto para dizer que eu estava apaixonado por ela.
- Eu...
- Mick, eu já falei que você não me deve explicações. Por favor, não precisa me dizer mais nada se for apenas pra me deixar pior. – Falou com a voz triste, sem nem ao menos me encarar.
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You Belong With Me || Mick Schumacher
أدب الهواةO conforto e o medo podem fazer duas pessoas demorarem anos para finalmente encontrarem quem realmente merecem. Quando um jovem piloto em ascensão se aproxima cada vez mais de uma garota da sua equipe, quanto tempo levará para que o mesmo se despren...