16. the one he tells 'bout his dreams

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"-Mio biondino.

Realmente, apenas dela."

Duda

Estar de volta à Milão era reconfortante. Depois de uma sequência de corridas mais próximas, a temporada da Fórmula 2 faria uma pausa – o que dava tempo para eu organizar um pouco do que não havia conseguido deixar em ordem no meu apartamento. Eu ainda precisaria ir até a fábrica durante alguns dias da semana, para fazer todas as avaliações necessárias para a corrida em Paul Ricard, que seria daqui a um mês, aproximadamente.

Passei por Estela no hall ao entrar no prédio da Prema, cumprimentando a mulher que, como sempre, parecia radiante como o sol. A reunião marcada para hoje seria sobre a mudança nos ajustes do carro de Mick para a próxima corrida, e toda a equipe de engenheiros foi convocada.

Por falar em Mick, eu não via o garoto desde que voltamos de Mônaco, há uma semana. Não era como se não quiséssemos, mas Mick foi passar a semana na Suíça com a sua família, e mal nos falamos durante o período em que ele ficou fora. E eu não quis ficar em cima como se sofresse de Mick-dependência.

Apesar de que, às vezes, confesso que sentisse sintomas dessa doença.

Era estranho pensar em Mick no momento – afinal, era como se não fossemos nada oficial, mas eu sentia que éramos muito mais do que oficial para mim. Com toda a correria do nosso dia a dia, acabamos não discutindo sobre o que era isso que estávamos vivendo.

Por um lado, eu esperava mais. Queria passar todos os dias ao lado dele, sair com Mick livremente em qualquer lugar, levá-lo para conhecer minha família e minhas amigas, fazer realmente parte da vida dele. Por outro, eu achava melhor que as coisas estivessem indo "devagar" - afinal, ele ainda era uma pessoa com a vida diferente da minha, e eu tinha medo de acabar decepcionada no final da história.

Quando a porta do elevador em que eu estava se abriu, eu tinha esperanças de encontrar os olhos azuis do alemão – mas encontrei olhos verdes furiosos que me encaravam com muita raiva.

- Eduarda.

- Bom dia, Lindsay. – Respondi seca.

A italiana me olhou de cima a baixo, pegando o celular de sua bolsa logo em seguida.

- Eles são tão fofos. Você não acha? - Perguntou, olhando uma foto na sua tela que eu não conseguia enxergar.

Apenas a encarei, sem proferir uma palavra. Não fazia ideia de quem ela estava falando e, sinceramente, não fazia questão alguma de saber. Obviamente, a garota não se deu por satisfeita, virando o celular para mim - mostrando no instagram uma foto linda de Mick, num campo nos fundos da sua casa na Suíça, acompanhado de seus cachorros.

E de uma garota.

Mick nunca a mencionou para você? - Disse, fazendo uma expressão completamente falsa de decepção. - Poxa, achei que vocês fossem amigos o suficiente para ele comentar sobre seu amor de infância.

Respirei fundo, tentando ignorar o que Lindsay dizia e esquecer a foto de Mick sorrindo com aquela garota completamente encantadora. Ela podia ser qualquer coisa – uma prima, amiga, apenas uma vizinha – mas a loira a minha frente foi bem específica quando a chamou de "amor de infância".

- Heidi é a melhor amiga de Mick desde que eram crianças. Ele sempre foi apaixonado por ela, mesmo quando estava comigo, e acredito que sempre será. Os dois ficam juntos todas as vezes que Mick vai para a Suíça, exceto quando eu fui junto, é claro. - Riu ela, dando de ombros.

You Belong With Me || Mick SchumacherOnde histórias criam vida. Descubra agora