Innocent Desires

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Alexander nunca foi exigente com o que comia, não muito… ainda mais porque ele não podia julgar, já que ele mal podia cozinhar miojo para sobreviver. Bem, na verdade ele podia, não quer dizer que saísse saboroso, mas era comestível.

A questão é que… ele estava com fome, esse não era o problema, o problema era o fato do que ele não sabia do que estava com fome. Ele se sentia cada vez mais frustrado enquanto inspecionava a geladeira, que tinha algumas bananas na cesta, maçã, pêra, pêssego e laranja, muitas laranjas, também havia pão e muita carne congelada. Congelada!

— Está com fome?

— Puta que pariu! — Ele pulou em seu lugar, sua atenção disparando em direção a Magnus parado no vão da cozinha, braços cruzados e robe mal amarrado, expondo uma faixa de pele bronzeada do seu peitoral… "oh… não, sem essa tentação pra piorar tudo, eu me recuso!" Exigiu de si mesmo, tentando não deixar transparecer esse vacilo. — Quer me matar cara? Sério, tem jeitos mais fácies de me matar do que me fazer ter um ataque no coração!

— A culpa não é minha se você tem a cabeça na bunda as vezes. — Magnus semicerrou os olhos para ele antes de desencostar do batente e se aproximar, sua expressão suave. — Fome?

— Sim? — Respondeu, mordendo o interior da bochecha, fechando a geladeira.

— Isso pareceu uma pergunta. — Magnus ergueu uma sobrancelha daquele jeito legal que só ele conseguia fazer, parecendo malditamente foda mesmo quando claramente foi arrancando de seu sono.

— Eu não sei! — Choramingou, assumindo sua melhor expressão chateada, porque ele realmente estava chateado e seu estômago estava exigente. — Eu quero comer algo gostoso, mas não tem nada!

— Você não sabe o que quer comer, não é? — Retrucou e Alec bufou, rendido… negar era inútil, então ele apenas assentiu, ciente que ainda havia um beicinho em seus lábios. — Quase quatro da manhã… eu diria que estamos criando um horário aqui. — Não foi uma reclamação, então Alec não sentiu necessidade de contestar. Aliás, sim, era a segunda noite em que ele acordava no mesmo horário querendo comer algo que ele nem sabia o que era. — Vamos, sente e pare de fazer essa carinha fofa de gato abandonado, eu vou ver o que posso fazer. O que acha de maionese caseira com um pouco de frango e pão?

— Eu… Mags, você é um anjo! — Alec se animou, assim como seu estômago. Maionese, maionese era bom, ainda mais quando Magnus era quem fazia! — Eu quero!

— Nah, bajulador. — Magnus fez sinal de descaso com a mão antes de indicar para ele a cadeira. — Vá se sentar, ou assistir um filme enquanto eu preparo as coisas por aqui.

— A vontade! Mas vou ficar aqui, quietinho… Caladinho…

— Se você falar mais alguma coisa no diminutivo eu juro que volto a dormir e você fica sem comer. — Magnus ameaçou sem tirar o rosto de dentro da geladeira.

— Até parece, você não é tão cruel comigo Mags! — Provocou, apoiando o rosto em um dos punhos. — Você não deixaria meu bebê ou eu com fome!

— Claro que não deixaria, idiota. — Magnus nem precisava estar olhando para ele para Alec saber que o mesmo revirava os olhos com força o suficiente para olhar o próprio cérebro, provavelmente. — Você tem sorte de ser fofo e esse bebê merecer comida boa.

— E quem disse que você faz comida boa? Não é um pouco narcisista da sua parte? — Alec sorriu, fazendo o seu melhor amigo o olhar com uma expressão ameaçadora.

—… Alexander. Cala a boca? Ou eu juro que eu vou enfiar esse pão na tua boca e empurrar goela abaixo.

— Bruto. — Retrucou, erguendo as mãos em rendição. — Caladinho aqui.

It's Just LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora