It's Just Love

Discovery

Havia momentos que Alexander realmente queria saber cozinhar, principalmente naquele dia, já que era o aniversário do seu melhor amigo. Mas bem, já que isso não era possível, a não ser que sobrevivessem de panquecas e mouse de pudim, o jeito era ir na padaria mais próxima e pegar as coisas que Magnus gostava.

Alec não teve remorso de pegar algumas de suas economias, que ele tinha guardado no banco, e sair de casa para ir comprar algumas das coisas que iria precisar.

Ele achou uma padaria que tem café tipicamente americano no serviço e não só salgadinhos e essas coisas -claro que ele pegaria salgadinhos também!-

Sua escolha foram panquecas americanas de dois sabores, uma com o sabor de mirtilo e uma com o sabor tradicional. Ele também pediu dois acompanhamentos, um é mel e o outro é manteiga de amendoim, assim como também pegou waffles e, como acompanhamento, uma variedade de frutas com chantilly. Bacon frito para vir com a omelete.

Como iria ser apenas ele, Magnus, e o apetite de um bebê em formação, ele decidiu que estava bom, assim como decidiu que escolheria suco de laranja para beber. Alexander realmente gostava de suco de laranja, ele apenas gostava de implicar com Magnus e dizer que não.

Ele voltou para casa o mais silenciosamente que pôde, agradecendo internamente pela decisão de Magnus de aproveitar as primeiras horas de folga para dormir tudo o que não pôde naqueles últimos dias. Ele se sentia satisfeito pela loja e a boate terem dado folga para Magnus poder celebrar o próprio aniversário, ele, mais do que ninguém, merece isso.

Alexander foi meticuloso em estender uma toalha de renda branca na mesa, que era muito raramente usada… era sempre mais fácil comer no balcão ou se jogar no sofá. Demorou algumas tentativas até as coisas que comprou estarem em seus lugares perfeitos, o toque final foi uma rosa grande e vermelha no centro da mesa, apoiada em um pequeno vaso de vidro fino.

Perfeito.

**

Quando Magnus chegou em casa na madrugada anterior ele simplesmente se jogou na cama depois do banho e dormiu, foi tão fácil quanto respirar.

Agora, sair da cama? Aí era algo mais complicado… ainda mais quando parecia que as cobertas eram tão confortáveis contra sua pele e a cama macia contra seu corpo, o travesseiro… o travesseiro era divino sob sua cabeça. Era quase impossível levantar, ainda mais quando ele sabia que não precisava ter pressa, já que não teria que trabalhar.

Mas Alec provavelmente já estava acordado, "Com sorte… longe da cozinha." Esse foi seu último pensamento antes de voltar a dormir novamente.

A próxima vez em que ele acordou, era muito mais tarde, provavelmente algo perto de meio dia, então não houve escolha a não ser sair da cama. Ainda meio tonto de sono, mas surpreendentemente mais descansado do que a muito tempo, ele vestiu seu robe favorito e saiu do quarto.

— Alexander? — Perguntou enquanto andava em passos calmos a procura de seu amigo, inevitavelmente não conseguindo segurar um bocejo.

— Aqui! — Ele escutou a resposta vinda da sala e Magnus imediatamente a seguiu, como se fosse o guia do mundo.

Então…

— Ei, o que… — Ele balbuciou meio perdido, e bastante surpreso, ao ver a sua velha mesa, sério… velha, arrumada com dois lugares e muitas das comidas que ele gostava, Alec sentado uma das cadeiras com um sorriso largo e ansioso no rosto. — O que é isso, Alexander? — Magnus perguntou, piscando algumas vezes antes de avançar, se sentando na cadeira a frente do homem que ele ama.

— Eu queria fazer alguma coisa especial hoje… é seu aniversário então… bem. — Alec indicou a mesa entre eles, Magnus realmente se sentiu entrando lentamente em combustão ao reparar na linda rosa decorando a mesa. — Queria começar pelo café da manhã com as coisas que você gosta de comer, sei que não é muito, mas eu queria mostrar um pouco de como você é especial pra mim e fico grato por você ter uma pontaria de merda e ter chutado aquela bola em mim.

— Eramos crianças Alexander! — Magnus se forçou a dizer, ignorando o choro que começava a subir por sua garganta. Era Alec que estava grávido! Ele não precisava ficar todo emotivo!

— Ainda sim, uma mira de merda… — Alec apontou com um sorriso atrevido, seus olhos também brilhando com algumas lágrimas não derramadas. — Mas mesmo assim, você merece ser mimado mas principalmente no seu dia especial.

— Obrigado, Alexander. — Magnus engoliu, abaixando a cabeça por um momento para respirar fundo antes de erguer o olhar mais uma vez, olhando para os olhos cor de primavera do homem que ama. — Você também é muito especial para mim… mudou minha vida para melhor como tinta a uma tela em branco. — Ele riu, vendo as bochechas de Alexander corarem. "Eu te amo." — Mesmo você sendo desajeitado pra caralho.

**

Eles assistiram filmes, muitos filmes naquela tarde, alguns de comédia e outros de ação, todos faziam Magnus rir e Alec querer gravar aquele momento para sempre em sua memória.

Mas teve o último filme, romântico até a última gota, tentando demonstrar seus desejos mais profundos por algo assim.

Alexander queria realmente estar prestando atenção no último filme e dizer que prestava atenção em qualquer outra coisa que não fosse Magnus pressionado contra seu lado. Mas isso seria mentira.

Ele não conseguia simplesmente ignorar todo o inferno de sentimentos que queimavam em seu coração desde que ele finalmente entendeu os sentimentos de Magnus por ele.

Ou os dele por Magnus.

Ele se sentia quase como uma bomba relógio emocional e ele podia muito bem culpar a gravidez por isso… mas… mas mesmo estando ciente, ele se levantou do sofá quase como se quisesse correr.

— Hey… E-eu… eu vou ao banheiro! — Então ele saiu, sem esperar por uma resposta, mesmo sabendo que Magnus assumia aquele olhar protetor que o fazia se sentir ainda mais aquecido.

O plano era realmente ir ao banheiro no fim do corredor, mas ele sentiu uma mão conhecida agarrar seu antebraço, o parando.

— Hey, ei… Alexander, você está bem? — Magnus perguntou, se movendo para ficar frente a frente com ele, como se fosse um ímã, seus olhos se encontraram. — Você está se sentindo enjoado? Ainda tem remédio no banheiro.

— Não… Eu… — Alexander respirou fundo, desviando o olhar, porque ele sentia que se continuasse encarando aquele olhar brilhante de outono ele iria simplesmente… simplesmente… o beijar?

Eles poderiam se beijar. Não poderiam? Alexander realmente queria o beijar, Magnus estava tão perto…

Alec se inclinou para frente, lábios macios moldando os seus. Ele não saberia descrever exatamente como era beijar o homem que ele ama depois de anos ansiando por ele. Mas o que ele poderia falar era que seu coração parecia querer pular para fora de seu peito, seu sangue parecia cantar em suas veias e tudo parecia certo, o universo parecia certo.

Poderia haver poemas sobre as estrelas se alinhando, também estaria certo. Era certo estar ali, era certo ter ele tão próximo, era certo beijar Magnus.

Então… Magnus recuou, e era como se o encanto tivesse sido quebrado. Alec piscou algumas vezes, seus lábios formigando com a sensação fantasma do veludo da boca de Magnus.

Magnus o encarava atordoado, não muito melhor do que ele… E Alec não sabia o que fazer.

O que ele poderia fazer?

Ele não sabia o que falar.

Então ele fez o que sempre fazia quando não encontrava uma resposta para algo. Ele fugia.