The Accident

476 49 0
                                    

Era mais uma manhã nublada em Nova York quando Magnus finalmente foi liberado do seu expediente na loja perto do centro. “Por favor, não chova agora…!” Choramingou em seus próprios pensamentos enquanto puxava o zíper da jaqueta de couro para a fechar, o capacete já encaixado na sua cabeça. Ele realmente estava tentando ser otimista em achar que conseguiria chegar até o Brooklyn ileso.
Mas, sinceramente, o que ele poderia fazer?
Magnus montou em sua moto com experiência, empurrando o pedal com pé antes de girar a chave, o motor suave soando familiar mesmo um tanto abafado. Embreagem, acelerador… então a moto arrancou.
Magnus tirou a carteira de motorista quando tinha dezessete anos, em um mutirão que teve, foi apenas meio ano depois que Ragnor o ajudou a pagar uma Harley, sua primeira moto e única até aquele momento. Ragnor Fell, um homem de trinta e sete anos, advogado, casado com Catarina Loss, uma enfermeira da emergência do hospital local. Magnus o conheceu quando foi fazer uma entrega de chá gelado no escritório onde Ragnor trabalhava na época… estranhamente o advogado o convidou para tomar o copo de chá sobrando -porque Ragnor sempre pedia dois copos para dar o preço mínimo da compra-
Então, amigos.
Mesmo pensando em coisas aleatórias como sua amizade improvável com um advogado mal humorado, Magnus tinha certeza de que o sinal estava aberto para ele quando chegou ao cruzamento. Então ele estava realmente surpreso quando sentiu seu lado ser empurrado com força, desviando a moto e o forçando a perder o controle da direção.
Foi realmente muita sorte que ele tenha conseguido se afastar da moto a tempo de evitar que sua perna ficasse presa sob ela, não teria sido algo bonito, mas ele pelo menos conseguiu sair disso andando, mesmo que mancando… oh porra, ele teria que tomar mais relaxantes musculares antes da apresentação daquela noite e…
— Minha moto… porra, minha moto! — Xingou ao ver o resultado da sua moto caida no chão, retrovisor arruinado e o lado que raspou no chão não melhor. — Porra” Vocês não viu o caralho do sinal não?! — Exclamou, tirando o capacete e olhando para quem estava atrás do volante da mercedes branca. “Oh…” — Você!
Ele conhecia aquele rosto de capa de playboy de longe. Ian o encarava com o cenho franzido, chateado, como se a simples visão de Magnus fosse uma ofensa.
— Ah… É você, Bane. — Ian bufou, abaixando o celular. — Você arranhou a minha lataria, mas eu não vou cobrar, você não tem dinheiro para isso.
— O porra, sério? Gratuito desse jeito? — Magnus travou o maxilar. — Tira a sua cabeça da bunda seu idiota, você podia ter me matado! Ou matado alguém!
— Não foi grave, você está andando, não está? — Ian revirou os olhos, mexendo no painel. — Tire essa sucata da minha frente, eu estou atrasado para um compromisso.
— Porque sinto que você não vai pagar os danos da minha moto? — Magnus bufou, olhando para sua Harley ainda no chão, sentindo dor no seu bolso para consertar… Alec provavelmente poderia emprestar o carro para ele ir trabalhar?
— Não vou pagar por algo que não é a minha culpa, você se enfiou na frente do meu carro, pelo menos você é inteligente. Parabéns. — Ian bateu os dedos no volante. — Agora vaza.
— Hum. Certo, ok. — Magnus cerrou o maxilar antes de sorrir. — Mas antes…
Ele ergueu o capacete acima do parabrisa da Mercedes. Magnus teve o prazer sádico de ver os olhos de Ian se alargarem em compreensão antes de ficarem vidrados em choque quando ele abaixou com força, ignorando a dor em seu ombro. O vidro afundando com o impacto, trincando como uma teia de aranha apertada
— O que...q-que… você é louco?!
— Hm. — Magnus sorriu, ignorando todo o caos ao redor deles, não, ele não esqueceu que estão na merda do trânsito. Mas santo inferno… dele estava afim de socar Ian até não sobrar nada, mas ele não era uma pessoa violenta… e ao contrário de Alec, ele não iria parar em um único soco. Não, ele não deixou passar a posição assimétrica do nariz do outro homem. — Talvez, mas hey, pelo menos você tem grana para pagar.
— Você vai receber uma ligação dos meus advogados porra! — Ian retrucou, furioso.
— Fodasse, nos vemos no tribunal então! — Magnus revidou, mostrando o dedo do meio para o desgraçado engomadinho, virando de costa. — Até lá, arruma uma desculpa por ter estado no celular.
Ele tentou andar o mais dignamente que pode para sua moto… sua perna estava começando a doer, seu quadril também… seu braço… oh merda. Ele esperava não estar sangrando em qualquer lugar interno, "Alec vai me matar… "Pensou, encaixando o capacete na cabeça, mais uma vez, pronto para enfrentar o desafio de tirar sua moto do chão.


**

Alexander estava encostado no batente da cozinha enquanto olhava atentamente um vídeo no YouTube sobre panquecas quando escutou o som da chave na porta, o fazendo erguer a cabeça tão ansioso quanto um filhote esperando por seu dono.
— Bem vindo de volta Mags! — Comprimentou com um sorriso grande, quase pulando em sua direção. — Você sabia que dá para fazer panqueca com o fundo da… Mas que porra é essa? O que aconteceu com a sua mão?
— Não é nada o que você está pensando anjo! — Magnus arregalou os olhos, se jogando contra a porta para a fechar e Alec com certeza não perdeu como ele evitou se apoiar em um dos lados.
— Eu estou pensando que sua mão está fodida, é isso que estou pensando! — Alec cerrou os dentes, largando o celular de qualquer jeito no sofá e tratou de ir até o mais velho, pegando o capacete preto da posse do mesmo e o deixando no chão. — O que aconteceu? Caiu? Você é tão bom naquela coisa… o que…
— Eu estou bem, apenas com um pouco dolorido. — Magnus tentou sorrir, mas saiu mais como uma careta de dor quando uma mão nada pequena agarrou seu braço. — Ai merda, cuidado!
— O que aconteceu? — Alec perguntou, sua voz transbordando preocupação, preferindo enlaçar a cintura do melhor amigo para o guiar até o sofá. — Você precisa ir ao hospital? Espera, eu vou pegar chave do carro e a car…
— Não! Eu já disse que estou bem!
— Bem? Parece que você foi atropelado caralho. — Alec retrucou, se ajoelhando na frente dele e pegando a mão esquerda, fazendo careta com os arranhões ainda sujo. — Magnus…
— Eu sei. — Magnus bufou, simplesmente desistindo. — Quer um resumo? Eu acabei encontrando com a Mercedes do seu ex, provavelmente eu vou ser processado por bens materiais, estou me sentindo dolorido e a minha baby está toda arranhada!
— Espera… o que? — Alec olhou para Magnus, olhos arregalados. — Magnus?
Então Magnus contou, sentindo seu coração afundar quando a expressão de Alec se aprofundou em preocupação, ele odiava isso.
— Você não precisa se preocupar, Ragnor pode me defender no tribunal caso ele tente me denunciar, tinha testemunhas, câmeras que filmaram o acidente então.. — Tentou tranquilizar, não gostando como o rosto de seu Alexander pareceu se transformar aos poucos em uma máscara em branco.
— Eu vou pegar o kit de primeiros socorros. — Alexander suspirou, se apoiando no sofá para se levantar. — Tire a jaqueta… droga Magnus, isso foi tão idiota.
— Ele mereceu Alexander. — Se defendeu, mesmo assim Magnus começou a tirar a peça. — Ele fala tanta merda que dá vontade de lavar a boca dele a base do tapa!
— Agora ele pode te processar por dano de propriedade. — Alec apontou.
— E eu posso o processar por tentativa de homicídio, culposo ou não. — Magnus respirou aliviado quando finalmente se viu livre da roupa, aproveitando isso ele se encostou no sofá. Céus, ele se sentia meio quebrado. Com certeza teria que ligar para Raphael e avisar que não daria para ir naquela noite.
— Sinceramente, eu não sei se fico irritado ou orgulhoso de você! — Alec disse de algum lugar na cozinha antes de voltar com uma maleta rosa claro em mãos. — Vamos cuidar desses arranhões… acho que apenas desinfetar está bom? O que acha?
— Parece bom. — Magnus resmungou, jogando a cabeça para trás, ignorando o fato de que Alexander estava de joelhos à sua frente. — Por favor, diga que tem alguns bons remédios para dor aí?
— Tem alguns. — Alec murmurou, pegando sua mão antes de Magnus tremer ao ter um algodão molhado de álcool pressionando a ferida.. — Não chore.

It's Just LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora