My Love Will Kill Me

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— Nem pense nisso! — Magnus negou, tentando afastar a garrafa de molho de pimenta do lado do prato de abacaxi, que já estava estranhamente empapado com o restante da maionese que estava na geladeira.

— Mas Magnus! Eu quero comer! — Alec choramingou, também segurando a garrafa com uma mão, enquanto tentava afastar o pulso de seu noivo com a outra. — Não vai fazer mal, por favor?! É abacaxi!

— É abacaxi… com maionese e pimenta! Alexander, pelo amor dos anjos! — Magnus tentou, ele realmente estava pensando em morder Alec em um ponto, a unica coisa que ele precisava era libertar-se do aperto do mais novo e jogar a garrafa pela janela, foda-se se ela não foi o molho mais barato.

— Mas está parecendo tão bom! Minha boca tá cheia de água! — Tentou. — Por favor Magnus, eu prometo que é só isso!

— Você não pode. — Repetiu pela quarta vez na noite. — A médica disse que não pode então não pode, é para seu bem e bem do bebê, pode aumentar sua pressão Alec!

— Só um pouquinho? — Alec piscou em sua direção, ainda sem soltar a garrafa de molho de pimenta, olhos piscando como se ele fosse o maldito gatos de botas! “Isso é injusto!”

— Você nunca come só um pouquinho! — Retrucou, semicerrando os olhos para ele, vagamente lembrando de todas as vezes em que ele caiu nessa conversa, desde potes de sorvete até acabar dois pratos completos de qualquer comida que ele julgue ser saborosa o suficiente -e que normalmente tinha baixas exigências para isso-

— M-Mas… mas… Mag.. ! — Alec fungou e Magnus finalmente relaxou, sentindo seu estômago pesar um pouco mais parecido com o chumbo. — Eu quero comer isso Magnus… ele parece bom… eu juro que tomo os remédios depois, mas eu quero saber como é o gosto! — Alexander parecia à beira das lágrimas, até que uma realmente escapou pela lateral.

— Oh amor… por favor, não chore. — Magnus soltou a garrafa, levando as mãos imediatamente para o rosto do seu noivo e melhor amigo. — Eu sei querido, mas não pode, por favor… não chora.

— S-Se… — Houve um fungado. — Se eu não… n-não posso, você pode?

— Eu… o que? — Ele piscou algumas vezes, demorando a processar a pergunta.

— Você pode comer por mim? — Alec murmurou, com a voz embargada. — Já que não posso… aí você diz que gosto tem… eu vou ficar bem só com isso. — Dessa vez parecia que Alec não estava realmente falando para ele e sim para si mesmo. — Eu acho que ver você comendo adianta de algo?

“Isso não tem lógica nenhuma!” Magnus ficou tentado em exclamar, mas ficou quieto, apenas olhando para aqueles olhos de corça, lhe encarando como se tentasse o convencer de que aquilo era uma ótima ideia. “É uma péssima ideia na verdade…” Suspirou em seus próprios pensamentos, deixando seus ombros caírem antes de assentir.

Quase valeu a pena tudo aquilo quando Alec abriu um sorriso que poderia disputar com o sol.

Quase.

O encanto terminou assim que ele viu Alexander despejar o molho de pimenta na mistura de abacaxi com maionese como se fosse calda de sorvete -Alexander sempre foi exagerado com caldas-

— Aqui. — Alec empurrou o prato em sua direção com uma expressão expectante no rosto.

— Uhum. — Magnus murmurou, pegando o garfo da beirada do prato. Ele não olhou para Alec, ele não desviou o olhar da coisa mortal que o encarava do prato. "Ah o amor… ele vai me matar."

Então ele tirou um pedaço, fazendo questão de manter a maionese em cima da fruta e comeu. Primeiramente a sua língua travou sob o alimento ofensivo… mas ele se forçou a travar os lábios ao redor do talher antes de puxar o garfo.

Dois segundos depois ele registrou a ardência. Ele jura que tentou segurar as lágrimas, ele quase conseguiu… Quase, infelizmente, quando ele engoliu -aquele pedaço de inferno desceu queimando- a primeira lágrima escapou.

— Magnus? Você está bem? — Alexander perguntou, apertando seu ombro e Magnus se apressou em assentir.

— S-Sim…!!! — Ele respondeu, se apressando em pegar outro pedaço. E se ele engolir logo?

Não funcionou, não exatamente… mas como era apenas três fatias de abacaxi, ele logo acabou. Ele tendo acabado, então ele estava livre para ir até a geladeira e destampar a leiteira e tomar direto do gargalo. -ele provavelmente se arrependeria disso mais tarde-

— Isso quer dizer que é ruim? — Alexander perguntou, atraindo seu olhar. Veja bem, era uma verdadeira covardia o mais novo conseguir fazer aquele olhar de gatinho abandonado como um verdadeiro profissional.

Magnus realmente não queria mentir, mas também…

— É bastante… requintado. — Tropeçou, vendo a expressão de Alec vacilar apenas um pouco. "Ah seu filho da…" — É como comer um pedacinho do inferno… vou fazer questão de fazer você comer quando a gravidez acabar.

It's Just LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora