A New Chance

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Magnus e ele haviam separado um orçamento apenas para a decoração de natal, já planejando deixar para o ano que vem. Então teriam que ser de boa qualidade mas não caros.

Alec perdeu as contas de quantas vezes ele teve que pescar Magnus da área de luzes de fada para poderem escolher outros enfeites, fazer uma árvore ficar totalmente brilhante e não a própria casa.

A árvore que escolheram era pequena, mal tinha um metro, mas era fofa e suas hastes arrepiadas eram brancas. Ela seria entregue antes do jantar… isso se fossem jantar às seis.

Eles também conseguiram muitos pingentes coloridos e bastante brilhantes -glitter sempre deixa tudo melhor, segundo Magnus… Alec realmente tinha que concordar- inclusive com a bandeira lgbt, bi e gay. Porque? Porque sim, eram bonitas, eram legais e iam direto para sua árvore, fim de conversa.

O único problema era...

— Escadas… malditas! — Alec resmungou, sentindo suas panturrilhas protestarem com dor. — Magnus, minha alma gêmea… decreto aqui que vamos nos mudar para um lugar que tenha elevadores assim que pudermos. Sério!

— Alexander, foram só três andares! — Magnus revirou os olhos em provocação, mesmo que seu coração transbordassem em carinho. — E além do mais, se fomos mudar, será para um lugar que nem precise de um elevador, uma casa? Parece bom?

— Como você pode falar isso para um homem grávido? Esse bebê faz parecer que eu subi seis andares e não três! — Alec franziu o cenho antes de respirar fundo, parando um pouco nos últimos degraus. — Uma casa? Cercas brancas e um jardim?

— Cercas brancas e jardim, podemos até ter aquelas estátuas estranhas de gnomo. — Magnus concordou, parando um pouco atrás do namorado, as mãos ocupadas com as sacolas de compras. — Alec, você está bem?

— Estou, apenas me arrependendo de todas as vezes que recusei ir à academia com a Izzy! — Respondeu com uma careta, suas próprias mãos com algumas das sacolas mais leves, contendo as bolas de vidros e luzes de fada que usariam para a decoração -e que Magnus insistiu que ele carregasse, para que ele não pudesse protestar por não carregar nada-

— Vem, vamos. — Magnus indicou o corredor com um aceno. — Eu vou guardar as coisas enquanto você toma um banho, tudo bem?

— E dizem que o romance morreu. — Alec sorriu, assentindo enquanto começava a andar novamente. — Você trabalha hoje?

— Não, Raphael ainda não terminou de reformar a área central da boate. — Deu de ombros, seguindo o mais novo. — Mas ele avisou que provavelmente já teria acabado na sexta, então você vai ter que me aguentar por mais um dia, querido.

— Oh, nossa, mais um dia dormindo abraçado com o meu namorado, que castigo! — O moreno zombou, estendendo a língua para fora antes de um começo de um riso escapar… mas então, parou.

Magnus não demorou a notar isso, desviando o olhar para o que chamou a atenção do seu namorado e acabou notando um homem parado em frente à porta deles, pronto para tocar a campainha. Em uma checada rápida de cima abaixo no desconhecido ele conseguiu supor que o mesmo não era da mesma escala social que ele, se o terno risca giz preto e os sapatos oxford preto e envernizados eram alguma dica.

— Quem é você? — Magnus perguntou sem perder o passo.

— Elias Agramon. — O homem estendeu uma mão, mas logo retirou ao reparar nas mãos ocupadas. — Eu sou…

— Representante jurídico dos Lightwoods. — Alexander interrompeu, sua expressão estaria completamente em branco se não fosse o brilho de aço nos olhos que deveriam ser quentes e acolhedores.

Magnus não gostava daquele olhar. Aquele olhar escondia sentimentos que Alec não gostava de mostrar, sentimentos escuros de um garoto que poucos conheciam.

— Correto. Vim a pedido do senhor e senhora Lightwood. — Elias confirmou, não parecendo abalado com a interrupção. — Desejamos informar que você tem três meses para oficializar a retirada do sobrenome Lightwood dos registros, o descumprimento dessa ordem poderá acarretar em uma multa de mais de vinte mil dólares e prisão por violação da lei de número…

— Magnus… — Alec chamou, sua cabeça abaixando um pouco antes das sacolas de compras escorregarem direto para o chão. — Eu não estou…

— Alexander! — Magnus exclamou, soltando as próprias sacolas, mal chegando a tempo de amparar Alec, tendo o cuidado de não bater a cabeça. — Merda, Alec!

— Senhor, você…

— Saia! — Magnus praticamente gritou, embalando Alec em seus braços. — Oh querido… — Sussurrou.

Magnus não saberia dizer em que momento o advogado saiu, mas ele saberia dizer que ter Alexander vulnerável em seus braços como naquele momento era assustador.

"Eu odeio Robert e Maryse Lightwood." Pensou enquanto pousava Alec no conforto de sua cama. Ele odiava ver Alec assim… Se, se ele pudesse proteger seu namorado, seu melhor amigo do mundo, ele protegeria.

Mas quem era ele?

Quando Alec acorda novamente, quase meia hora depois, ele não reagiu imediatamente… na verdade, Magnus diria, ele pareceu aéreo. Foi assustador quando lágrimas gordas e quase resignadas, deslizaram pelos cantos dos olhos do seu namorado e a única coisa que ele podia fazer era pegar Alec em seus braços e abraçar.

— Magnus, por que eles me odeiam tanto? — Alexander sussurrou contra seu ombro, de onde ele não parecia querer sair. E tudo bem.

— Porque… porque você é precioso meu anjo. — Respondeu, fechando os olhos. — Pessoas ruins tendem a querer quebrar coisas preciosas.

— Eu não sou precioso. — Alec negou, tentando se afastar, mas os braços a sua volta não deixaram.

— Sim. Você é! — O mais velho retrucou, se recusando a aceitar qualquer outro argumento falho. — Você é um homem precioso, por dentro e por fora, você é lindo, você é gentil,. você é inteligente e você é bondoso… você é incrível. — Recitou, era quase um poema contra o cabelo escuro e macio do mais novo. — Tirar você do registro da família? Quem está perdendo é eles. Alec… você pode ter meu sobrenome se quiser, nós podemos casar, vestiremos nossas melhores roupas e vamos… você não precisa depender deles. Você casaria comigo? Case comigo, Alexander.

It's Just LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora