Depois de El Oásis

20. A Regra

— Zulema... Eu te amo mais que tudo nesse mundo, mas você não é a mesma de antes. Toda hora quer me beijar, e eu não me sinto bem com isso. Eu sei que a culpa não é sua, mas... precisamos nos afastar...

— É isso que você quer?

— Sim...

— Ok, eu respeito suas escolhas. Posso te abraçar uma última vez?

— Zulema...

— Ok, tudo bem, então sem abraços.

Por culpa dos meus sentimentos incontrolaveis, eu vou ter que me afastar de Macarena.

Macarena

É, eu tomei uma decisão difícil. Vou esbarrar nela toda hora pela casa, vou vê-la toda hora pela casa, vou escuta-la, vou sentir saudade dela mesmo vendo ela toda hora. É uma decisão burra e difícil, eu amo ela, mas ela não é a mesma. Vai ser difícil eu vê-la pela casa e não poder falar ou tocar nela, eu sou muito burra! Joguei tudo fora, joguei minhas oportunidades de fazer novas memórias com ela no lixo, joguei minhas esperanças da memória dela voltar no lixo, eu joguei tudo no lixo, eu sou uma completa burra. E eu recusei o último abraço... Neste momento, eu me odeio com todas as forças do mundo.

Olho pra Zulema com tristeza, este é meu segundo Adeus, e este vai ser difícil. Eu não quero dizer tchau, eu não quero jogar tudo no lixo, eu ainda tenho essa pequena e única oportunidade de salvar tudo e tirar tudo do lixo, e quanto mais eu penso, mais essa oportunidade ficar menor.

Zulema olha bem no fundo dos meus olhos, esse olhar penetra em mim, me faz lembrar de coisas boas que vivemos na caravana. Essas lembranças me fazem repensar sobre as coisas que joguei no lixo. Eu realmente vou jogar anos de lembranças e acontecimentos bons no lixo? Eu tenho medo das consequências de minhas escolhas, e eu sei que essa é a minha pior escolha, e eu vou ter a pior consequência.

— Não fale comigo, tente não fazer as coisas na mesma hora que eu, não puxe aasunto comigo nas refeições. Eu não quero isso, mas também não quero me aproiveitar de seus sentimentos confusos.

— Loira eu--

— Isso começa agora. Não fale nada a Saray, deixe que ela mesma descubra. Acho que isso é um adeus..

— Você sabe que moramos na mesma casa, né? E que nada me impede de entrar no banheiro quando você estiver lavando essa sua bunda branca.

— Zulema, eu falo sério.

— Eu também. Acha que vou seguir essas suas regrinhas estúpidas? Pra se livrar de mim, você vai ter um pouco de trabalho. Vou fazer de tudo pra esbarrar em você nos corredores, entrar no quarto errado de propósito, fazer perguntas óbvias nas refeições... Se realmente quer se livrar de mim, minha ajuda você não vai ter.

Sério? Já não basta minha conciência ficando pesada pela minha escolha, agora tem ela. Não tô nem aí pro que ela vai fazer, não sou eu que vai se aproveitar de uma confusão de sentimentos.

Zulema

Se ela acha que vai se livrar de mim tão fácil assim, ela esta bem enganada. Tenho vários planos em mente de como faze-la mudar ideia, e eu tenho certeza que Saray vai me ajudar com esse plano.

Eu deixo a loira ir pro quarto dela fazer sei lá o que e vou pro quarto de Saray.

— Saray? Pode me ajudar com uma coisinha?

— Deu merda entre vocês de novo?

— Bom...

— Qual o seu plano?

— A loira ta de cu doce de novo, falou pra mim se afastar dela que eu só estou confusa sobre meus sentimentos e que não é ela que vai se aproveitar dos meus sentimentos confusos.

— Lá vem merda. O que pretende fazer?

— Você sabe... Faz aquelas merdas que você sempre faz, sempre dá certo.

— Ok, Zule. Você sabe que você ta completamente diferente de antes, né?

—  Sei.

— E que seu plano pode dar completamente errado?

— Estou ciente dos risco, quero continuar com a plano.

— Ok, o plano é assim: Você vai ficar 1 semana sem falar com a loira pra ver a reação dela.

— 1 semana? Porra, Saray.

— É um bom plano, você vai ver.

— Continue.

— Se nesse tempo ela não fizer nada pra chamar a sua atenção ou dar sinais que quer falar com você, tem o plano B.

— E qual é o plano B?

— Calma, deixa eu falar o plano A primeiro. Vai ser assim, vamos supor que nesse período de 1 semana ela tenha tentado falar com você. E o que você vai fazer?

— O que?

— Provocar. Você vai provocar ela, fazer de tudo pros seus corpos se tocarem, mas você não vai fazer nada com ela, apenas provocar.

— Tô começando a gostar...

— Se ela se entregar as suas provacações, é hora de atacar. Vai ser a chance de ouro, hora de faze-la repensar sobre esse afastamento de vocês e ela pedi perdão por ser filha da puta.

— E se ela não se entregar?

— Joga seu charme, faz o que você sabe. Faz de tudo pra ela cair no seu encanto.

— E o plano B?

— Se ela não tiver dado nenhum sinal de que quer falar com você, é hora do meu plano. Faço ela se lembrar das memórias que teve com você, faço vocês conversarem, faço vocês se abraçarem, eu dou meu jeito. Macarena é fácil de domar, dê um ossinho pra ela e, rapidamente ela é domada. E esse ossinho vai ser o plano.

— Quando começamos o plano?

S: Amanhã cedo, fica 1 semana sem tentar fazer nada ou falar nada com ela, vamos ver como ela vai reagir. Dou menos de 1 semana e ela já vai ta pedindo desculpa, Macarena é bipolar, logo logo ela bate na porta do seu quarto pedindo pra dormir contigo.

— Beleza, amanhã, boa noite.

Saio do quarto de Saray e vou pro meu quarto, espero que o plano dê certo.