32. A Médica

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Durante essa semana, as meninas foram acordando aos poucos e melhorando, já Zulema...

Flashback on

Médica

Sou a médica encarregada de cuidar de Zulema Zahir. O estado dela é estavel, já não corre tanto perigo como corria antes.

Tenho permissão para transferi-lá para uma ala normal, mas prefiro que ela fique aqui.

Faz quatro dias que ela está dormindo, já checamos e não é morte cerebral. Tem uma pequena possibilidade dela estar em coma, mas acho meio improvável que seja isso. Talvez ela só precise descansar, vou deixar ela dormindo.

Suas colegas, Saray e Macarena, já estão em suas casas. Zulema já passou por tantas coisas, ela não merecia terminar sua vida assim, numa cama de um hospital qualquer. Vou fazer de tudo para ela melhorar.

A noite...

Já é de noite, mudei meus turnos pra tempo integral até Zulema receber alta, gosto do meu trabalho, e o que mais gosto nele, é salvar vidas.

Vou até o quarto de Zulema e verifico se está tudo certo, mas uma coisa me intriga, ela está de olhos abertos.

Z-zulema? V-você está acordada?

— ...Pode me dar... água...?

C-claro, só um minuto.

Vou até o bebedouro e encho um copo de água.

A-aqui.

Ela bebe a água toda em segundos.

Quer mais?

Não.

Bom, vou deixar você sozinha, se precisar de algo, aperta o botão que tem aí.

Saio do quarto e deixo ela sozinha.

Zulema

Acordo. Não me lembro do que aconteceu, nem sei o que aconteceu. Estou em um lugar cheio de aparelhos, sinto fome e sede.

Não me lembro do meu nome, não sei quem sou, é como se eu tivesse acabado de nascer e estou reagindo a primeira coisa que estou vendo.

Sinto dores pelo corpo, principalmente no rosto, como se tivessem enchido minha cara de porrada. O quarto é escuro, não tem televisão nem janela, o hospital está silencioso, como se não tivesse ninguém nele.

Tô olhando pro teto, perdida em meus pensamentos quando a porta se abre, é uma mulher loira de pele clara, ela olha pra mim, eu olho pra ela, nos encaramos.

Seus olhos brilham ao olhar pra mim, não me lembro dessa mulher, mas não quero que ela saiba disso, vou fingir que me lembro de tudo.

Z-zulema?

Esse é o meu nome? Certo, então eu sou a Zulema.

V-você tá se sentindo melhor?

Será que ela sabe falar sem gaguejar?

Você não sabe falar normal? Precisa gaguejar no início de cada frase?

Pelo visto você já acordou com tudo. Quer falar com a Saray? Ela vai ficar feliz em saber que você acordou.

Saray... Ah, a Saray! Ela é legal a Saray, nome legal também.

Quem caralhos é Saray? Acho que não vou conseguir fingir por muito mais tempo.

Zule, vou sair rapidinho pra ligar pra Saray, já volto.

A moça loira sai do quarto, pouco tempo depois, a porta se abre novamente.

Uma mulher de cabelo castanho entra.

Você é a Saray?

Zulema? Não se lembra de mim? Eu sou a Helena, sua namorada.

(coitada, é iludidaKKKKKKKKKKKKKKKK)

Não... Tenho certeza que eu não namoraria uma pessoa como você.

Parece que vou ter fazer você se lembrar de como nossa história de amor começou...

Muito obrigada, mas eu recuso. Pode sair do meu quarto?

Não quer reviver nossa história de amor?

Não. Agora sai do meu quarto, por favor.

Vamos Zule, prometo que vai ser legal...

Pego a mangueirinha do soro.

O que você vai fazer com isso?

Enfiar no meio do seu cu se não sair agora.

Sei que você não teria coragem...

Não teria? Como tem tanta certeza disso?

Você me ama.

Não, eu não te amo, eu nem sei quem você é.

Posso fazer você se lembrar...

Suspiro alto.

Ando lentamente em direção a ela.

É isso que você quer? Relembrar nossa 'história de amor'?

Sei que v--

Quer viver um amor comigo?

Coloco a mangueira em volta do pescoço dela e puxo.

Então vamos viver uma história de amor, e essa é a forma mais doce de transmitir o amor.

Começo a puxar mais forte.

Zu... lema...

Diga, querida. Não estou transmitindo tanto amor? Me desculpe, é só isso que tenho a dar.

Solto ela.

Se tentar fazer essas merdas comigo de novo, eu te mato.

Ela sai do quarto chorando, não me arrependo.

A moça loira entra no quarto novamente.

Zulema? Quem era aquela saiu correndo daqui?

Z: Ela? Uma tal de Helena. Conhece?

Por que Helena estava aqui? E por que saiu correndo?

Acho que ela não gostou da forma que eu transmiti amor...

É o quê? Ela te obrigou a fazer algo?

Não, mas obriguei ela receber meu amor, da melhor maneira possível.

Acho que não quero saber os detalhes...

Por quê? Foi incrível. Peguei a mangueira do soro e... A enforquei até ela ficar sem ar. Foi uma sensação tão boa...

Foi só isso? Pensei que tivesse rolado outra coisa...

Acha que trepei com ela? Não, eu não faria isso. Não com ela.

O silêncio dominou o quarto por vários minutos, até que a moça loira me abraçou, confesso, isso foi muito bom.

Ficamos uns 3 minutos nos abraçando.

Ta tudo bem?

Sei que você não se lembra de nada, mas... tudo bem, tem coisas que eu não quero que você se lembre.

Isso pareceu uma bronca por eu ter perdido a memória... A culpa não foi minha.

Prometo que dessa vez vou cuidar melhor de você, porque sabe... Eu gosto de você...

Ela encosta a testa dela na minha. Os olhos dela são...

Não me seguro e beijo seus lábios, foi a melhor coisa que eu fiz.

[...]

Depois de El OásisOnde histórias criam vida. Descubra agora