10. A Luta

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Saray

Zulema diz que Macarena foi fazer um exame, mas estava demorando muito, o que levantou suspeitas. Fui até a recepção pra encontrar a sala do filho da puta, e encontramos. Paramos na porta e escutamos uma conversa, naquele momento eu só me lembrei de Sandoval e o tanto de coisas ruins que ele fez pras mulheres.

— Agora!

Chutei a porta, eu só queria uma coisa naquele momento, matar.

— PARADO AÍ FILHO DA PUTA!

Entro na sala com um arma apontada pro homem, No ínicio ele ficou confuso, mas depois entendeu o que estava acontecendo.

— Parece que você trouxe amigas para brincar também.

O homem dá um tapa na cara de Macarena. Zulema vê e não deixa barato.

— Ta achando que somos brinquedos? Que somos feitas pra vocês fazerem suas merdas sexuais? Que seremos facilmente domadas por homens escrotos como você? Acho que você vive no mundo errado querido, quem manda aqui somos nós.

Zulema coloca o braço em volta do pescoço do homem, fazendo ele falar mais ainda.

— E você acha que manda? Quem você é? A puta de uma poderosa?

— Sou o elfo do puto inferno, se falar mais alguma coisa, pode dizer adeus a essa sua vidinha de merda.

Zulema coloca uma arma na cabeça do homem.

— Diz sua últimas palavras.

10 segundos depois.

— Demorou de mais.

Zulema atira na cabeça do homem, depois de ter feito isso, me lembro que poderiamos ser presa novamente. Mas se eu for, eu vou sorrindo. Mais um filho da puta a menos na terra.

Zulema vai até Macarena, abraçando-a. Parece que meu plano deu certo. Depois de 5 minutos, nosso momento de glória é estragado, o filho da puta era importante nesse hospital. Eles chamam a polícia.

Vamos até a delegacia e damos depoimento, o delegado é um homem, o que complica mais as coisas.

— E como você pode provar que foi abusada? Cadê as marcas?

— Oi? Uma mulher precisa ser humilhada e abusada por um homem pra você perguntar isso?

— E mesmo se ela tivesse sido abusada, não adianta fazer nada, vocês mataram ele.

— E se fosse sua filha no lugar dela seu filho da puta, e se fosse sua mãe, iria dizer "cadê a prova"?

— Se continuar falando assim comigo, eu vou te prender por dasacato a autoridade.

— Só faz seu trabalho de merda e nos deixa ir.

Depois de um tempo o delegado faz o boletim e voltamos ao hospital, já que Macarena ainda precisa ficar no hospital.

Somos recebidas a palmas e gritos.

Paro uma médica e pergunto:

— Por que tudo isso?

— Esse homem já abusou de muitas pessoas nesse hospital, ele ameaçava dizendo que iria espalhar as "supostas" fotos que ele tirava do corpo das mulheres. Por esse motivo que ninguém o denunciava.

Somos bem recebidas e toda vez que alguém nos via no corredor, agradecia.

Macarena

Fui até o consultório do médico pra fazer o exame. Chegando lá, ele me mostrou umas fotos de cachorros e me mandava lembrar de cada um deles. Depois de um tempo vendo altas fotos de cachorros, ele me mandou lembrar uma por uma, na ordem que ele mostrou. Quando eu errava, ele tocava em mim e me fazia começar desde o começo. Eu só queria que alguém entrasse naquela sala e me tirasse de lá.

Ele espetou uma agulha bem de leve no meu pescoço, perguntando se eu sentia.

— Você sente isso?

— Sim.

Ele toca nos meus peitos e diz:

— E isso?

— NÃO ENCOSTA EM MIM.

— Mocinha... Estamos no último corredor ninguém vai te escutar, entendeu? Ninguém!

Eu escuto a porta cair no chão, era meu bebê e Saray.

— PARADO AÍ FILHO DA PUTA!

Eu só escuto isso, quem fez o resto foi elas.

Depois de voltarmos pro hospital, somos recebidas a palmas e gritos. Volto ao meu quarto, e me deito na cama, esse dia foi muito longo, mas o melhor de todos.

As médicas entram no quarto para continuar cuidando de mim, deu pra sentir o alivio delas. Parece que ajudamos muita gente hoje.

Já de noite, as médicas trazem meu jantar. Eu termino de comer e fico pensando nesse longo dia. Ouvir Saray gritando foi a melhor coisa, ouvir meu bebê me protegendo e protegendo as outras mulheres, foi a melhor coisa. Eu estou sozinha no meu quarto, acho que Saray e Zulema foram pra casa dormir. Depois desse dia, eu faria o mesmo.

Quando estou prestes a dormir, escuto o ranger da porta. Isso me tira o sono e torna toda a atenção pra porta, que se abre lentamente.

Ao abrir por completo, vejo Zulema. Meu coração dispara de alegria, abro um sorriso que não fica muito visível naquele quarto escuro.

Ela fecha a porta atrás dela e se deita comigo, era isso que faltava pra deixar meu dia melhor ainda.

Estamos virada uma de frente pra outra, sua respiração batendo em meu pescoço deixando meu corpo todo arrepiado, seus braços em volta do meu quadril, nossas mãos dadas...

— Boa noite, loira. — Ela diz deixando um beijo molhado e apaixonado em minha boca.

Eu adormeço.

Zulema

Estou aqui, nesse quarto de hospital, onde horas atrás nos beijamos como se não ouvesse amanhã. O mesmo quarto em que brigamos e reatamos, o mesmo quarto em que eu a vi pela primeira vez em meses. Tudo o que eu quero agora é viver esse momento, aqui, nessa cama de hospital, onde os melhores momentos da minha vida aconteceram.

Acaricio seus cabelos, estamos conectadas, olho para seus olhos, mesmo naquela sala escura, seu brilho a ilumina.

Eu quero lutar pra ter uma vida perfeita com ela, lutar pra faze-la feliz, lutar pra deixa-la feliz... Quero lutar. Quero mostrar o quão importante ela é pra mim, o quão feliz ela me faz, o quão perfeita nossas vidas podem ser... Eu durmo.

Depois de El OásisOnde histórias criam vida. Descubra agora