Capítulo 5

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Desejo que possamos ser melhores desconhecidos.

— Do jeito que você gosta

— Acho que é isso. — Sandro estava com o rosto pingando quando

tentou fechar o porta-malas do Fiat 500 com as malas cheias lá

dentro. Ele as tirou e tentou de novo, desta vez forçando com o

próprio peso.

— Tem certeza que vocês só vão ficar algumas semanas? —

Cesca disfarçou o sorriso. Protegendo os olhos do sol forte, olhou

para Gabi, que estava vasculhando a bolsa, tentando

desesperadamente encontrar alguma coisa.

— Claro. — Gabi ergueu os olhos. — Nós prometemos à signora

Carlton que vamos estar de volta dentro de um mês. Tempo

suficiente para ajudar a pobre irmã do Sandro com o bebê e

retornar para casa. — Ela pausou por um momento e ergueu as

mãos, exasperada. — Sandro, não estou achando o meu celular.

Não está na bolsa.

Calmo, Sandro se inclinou para a frente, alcançando o quadril

da esposa. Tirou o telefone do bolso dela, lhe entregando sem dizer

nada. Em seguida, pressionou os lábios contra a testa de Gabi,

sussurrando algumas palavras em italiano.

Durante as duas semanas em que estava em Varenna, Cesca

rapidamente se tornou amiga dos Martinelli. Eles passaram os dias

apresentando a casa e a ajudando a explorar a cidadezinha,

mostrando onde os melhores cafés eram servidos, qual era a

melhor gelateria e quem Cesca deveria chamar em caso de

emergência. As noites eram mais tranquilas: longas refeições com

muita massa, complementadas por vinho tinto e risadas. De

alguma forma, em poucos dias Cesca sentiu que havia encontrado

um lar na casa e se acomodou ao ritmo da Villa Palladino.

O contraste entre sua estada ali e a vida em Londres era quase

difícil de acreditar.

— Vamos manter contato, prometo — Gabi disse a Cesca,

segurando seu rosto enquanto a beijava em ambas as faces. — Vou

te mandar e-mails, pois é mais fácil. Só não esqueça de ir ao

cybercafé algumas vezes por semana.

— E você tem todos os meus números de contato, em caso de

emergência — Sandro acrescentou. — Ligue a qualquer hora do dia

ou da noite. E tem um carro velho na garagem. Você pode usar se

precisar ir a uma cabine telefônica.

Cesca fez uma careta.

— Acho que não vou dirigir. Mal consigo fazer isso do lado

direito da estrada, em Londres. Vou acabar provocando um

Um Verão Na Itália - As Irmãs Shakespeare Vol 01Onde histórias criam vida. Descubra agora