Nessa disposição não há segui-la.
— Sonho de uma noite de verão
Sam voltou para a villa em tempo recorde. Não conseguia se
lembrar da caminhada, ou de como murmurava para si mesmo,
nem de como suas mãos se fechavam em intervalos regulares. A
necessidade de bater em algo estava se tornando uma compulsão,
como se socar alguma coisa fosse livrá-lo da raiva.
Será que ela estava certa?, ele se perguntou. Será que todo
mundo pensava isso dele? Ele estava acostumado a não ser adorado
por todos — isso é normal quando se faz sucesso em Hollywood
—, mas, pela maior parte de sua vida, tinha sido muito amado e
admirado. Exceto pelo pai, é claro.
A raiva de Cesca evocou lembranças de Foster. Ele e Cesca
pareciam odiar Sam. Se ele podia provocar uma reação tão forte
nas pessoas, então talvez houvesse alguma verdade no que ela
dissera. Ele realmente era um merda? Sam entrou no banheiro e
jogou água fria no rosto quente. Tinha sido um idiota ao vir para a
Itália. Um idiota ainda maior por ficar na casa depois de Cesca ter
deixado claro quanto o odiava.
Olhou para o espelho acima da pia e seus olhos se estreitaram
quando observou a imagem refletida nele. Cabelo escuro
ondulado, herdado da mãe, bem como os olhos azul-claros e o
nariz. O bronzeado ele conseguira da mãe natureza, mas o resto do
rosto devia ter puxado do pai. As maçãs proeminentes e os lábios
sensuais que as pessoas adoravam, o maxilar firme que estava com
a barba sempre por fazer, mesmo que se barbeasse regularmente.
Um rosto amado por milhões, mas odiado por aqueles que eram
importantes para ele. Sam mal conseguia olhar para si mesmo.
Quando Cesca o encarou com expressão de fúria, ele sentiu
vontade de tocá-la. De abraçá-la. Para tirar a dor que via em seu
olhar. Seu terapeuta já havia dito que a raiva era apenas a dor
tentando lutar contra si mesma. Se fosse verdade, isso significava
que ele a fazia se sentir assim, e esse pensamento fazia seu peito
doer.
Cada vez mais ele se lembrava da garota de seis anos antes.
Aquela que quase saltitava em direção ao teatro, cheia de
animação, todas as manhãs. Aquela que explicara a ele as
motivações de Daniel, que o conduzira em cada cena e o
encorajara a demonstrar toda a emoção que podia.
Ele não gostou do modo como a lembrança o fez sentir. Como
aquele garoto que tinha sido um dia, vulnerável e ferido. Seus
relacionamentos eram como uma bomba-relógio, e era questão de
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Um Verão Na Itália - As Irmãs Shakespeare Vol 01
RomanceFérias de verão gratuitas em uma bela Villa na Itália. A condição? Dividir a casa com seu maior inimigo... O primeiro volume da série As irmãs Shakespeare. Cesca Shakespeare chegou ao fundo do poço. Depois de escrever uma peça de teatro premiada que...