Capítulo 28

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Sábio é o pai que conhece o próprio filho.

— O mercador de Veneza

A festa ainda estava animada quando Sam circulou ao redor dos

convidados, indo até a área do lago. Izzy segurava sua mão. O rosto

da irmã estava ansioso enquanto se aproximavam dos degraus que

levavam até a areia.

— Ele está ali.

— Quem mais está lá? Algum convidado o viu assim?

— Só a mamãe e a Sienna. O Sandro e os garçons conseguiram

atrair o resto dos convidados para a villa depois que os fogos

terminaram. É incrível o que as pessoas fazem por uma taça de

champanhe. — As palavras de Izzy soavam muito cansadas para

uma menina de dezoito anos.

Assim que eles chegaram à areia, Lucia olhou para eles, seu

rosto pálido com o brilho da lua.

— Por aqui — ela falou, apontando para uma sombra escura. —

Nós conseguimos tirá-lo da vista.

— Ele está inconsciente? — Sam perguntou. Odiava ver a mãe

tão perdida.

— Não. Ele ainda diz uma coisa ou outra. Fala sobre... coisas —

ela respondeu. — Não sei o que fazer, Sam. Como nós vamos levá-

lo para casa sem que todos vejam? Que transtorno.

A maneira como ela o olhou, como se ele pudesse resolver tudo,

fez Sam se sentir impotente. Ele era forte e tinha músculos, mas

não havia como carregar os cerca de cento e trinta quilos de Foster.

— Quem é? — A voz de Foster era pouco mais que um insulto.

O uísque o fazia falar mole e comer algumas palavras.

— É o Sam. — Lucia se ajoelhou ao lado do marido. — Ele veio

para te ajudar.

Foster lutou contra o cascalho, tentando se sentar. Houve um

baque quando seu corpo bateu no chão novamente, seguido de um

xingamento.

— O que é que ele está fazendo aqui?

Sam podia distinguir a pergunta do padrasto, ainda que as

palavras se embolassem uma na outra, como carrinhos da bate-

bate no parque de diversões. Mas não sentiu o tom habitual de

rejeição. Em vez disso, sentiu o desgosto do padrasto.

— Ele veio para te ajudar, Foster — Lucia falou, ainda agachada

ao lado dele. — Nós precisamos te levar de volta para casa. Tem

convidados aqui, e nós não queremos que eles te vejam.

— Eu não preciso da porra da ajuda dele. Ele não é bom para

nada.

— Por que você está sendo tão horrível? — Izzy perguntou,

piscando para conter as lágrimas. — Você é sempre desagradável

Um Verão Na Itália - As Irmãs Shakespeare Vol 01Onde histórias criam vida. Descubra agora