Capítulo 11

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O mundo inteiro é um palco e todos os homens e mulheres não passam de meros atores.

— Do jeito que você gosta

Ah. Meu. Deus.

Ela nunca mais ia beber. Nem mesmo aquele vinho tinto

maravilhoso que os Carlton guardavam na despensa, aquele que

era mais delicioso que qualquer outra coisa que ela já tinha

provado. Sua cabeça doía como se mil homenzinhos estivessem

usando picaretas em seu crânio, batendo tanto até que lágrimas se

formassem em seus olhos.

Quanto à náusea, bem, era quase insuportável. O queijo e o

vinho da noite anterior pareciam ter se misturado no estômago

para formar um coquetel maligno. Cesca se recostou no travesseiro

e fechou os olhos para evitar a luz da manhã, desejando ter

recusado a última garrafa quando Cristiano a abriu.

Ela umedeceu os lábios secos, tentando lembrar o que

aconteceu depois que deixou a praia. Estreitando o olho esquerdo,

viu o suficiente ao seu redor para perceber que havia pelo menos

conseguido voltar para o quarto e que, felizmente, estava sozinha.

Sim, definitivamente nunca mais iria beber.

O problema era que ela quase não bebia nada alcoólico quando

estava em Londres. Não tinha dinheiro para isso, e, quando tinha,

um pacote de chá e uma barra de chocolate sempre pareciam mais

sedutores que as garrafas empilhadas nas prateleiras. Mesmo

quando Gabi e Alessandro estavam ali, Cesca quase nunca bebia

mais de um terço de uma garrafa de vinho. Devagar e sempre, tinha

sido sua filosofia durante as primeiras semanas.

Parece que não era mais assim.

Virando de lado, ela colocou a mão na barriga na tentativa de

acalmá-la. Seu abdome estava duro e distendido, os músculos

doloridos pelas cólicas constantes. Cesca respirou fundo e seus

pensamentos se voltaram para a noite anterior. Ela se lembrava de

ter caído na areia e, depois, de ter caminhado de volta para a casa.

Tinha ido direto para a cama depois disso ou ficou andando lá

embaixo? Ah, Jesus. Sam não a viu naquele estado, viu?

A lembrança do seu encontro com Sam e todas as imagens

constrangedoras surgiram das profundezas do seu cérebro. Será que

ela realmente tinha se jogado em cima dele, várias vezes? Argh.

Cretino arrogante.

Se ela conseguisse tirar as mãos do estômago, enterraria o rosto

nelas. Especialmente quando lembrou que ele praticamente a

carregara até o andar de cima e a colocara na cama. Erguendo com

cautela as cobertas, ela olhou para seu corpo, soltando um suspiro

Um Verão Na Itália - As Irmãs Shakespeare Vol 01Onde histórias criam vida. Descubra agora